Strong of Character - Quente como o inferno

Os Strongs Owls não são mimados, porém depende.

O poder de um apito, em momentos como estes, é simplesmente inacreditável. Todos os dez finalistas correram como se suas vidas medíocres dependessem daquilo. E, de alguma forma, realmente dependia.

Escalei a grande estrutura cilíndrica de vinte metros de altura, que girava com pontas de madeira que podiam te atrapalhar ou ajudar caso fossem bem utilizadas.

Uma garota me empurrou com o ombro, fazendo com que meu corpo desiquilibrasse. Ainda estava no começo e fiquei feliz ao perceber que não era o único.

No meio da estrutura fora marcado com uma linha vermelha. Ao ultrapassá-la, não podia mais cair. Quem o fizesse estaria desclassificado. Não havia regras. Apenas tínhamos que chegar ao topo e pegar o troféu que aguarda um de nós.

Rosnando feito um cachorro com raiva, pulou para a madeira de cima, mostrando a língua e o dedo do meio como uma criança birrenta.

Balancei a cabeça, sacudindo as mãos para impedir o suor e aumentar minha concentração.

— Boa sorte, Park. — Engatinhou Jungkook, com seus movimentos sutis, rápidos e nada perceptíveis para trás da linha vermelha. A partir dali o grande desafio começava e eu nem mesmo havia me movido.

Revirei os olhos, suspirando. Eu tenho que acreditar em mim, mesmo que por uma única vez.

Esperei o cilindro de 10 metros de altura girar e a parte de madeira me alcançar, pulando sobre ela. Minhas mãos eram firmes e seguras, segurando todo o resto do corpo que aparentemente almejava desistir.

Saltei para a madeira vizinha, que também girava incessantemente. Meu corpo ficara pendurado e não havia sequer saído do chão direito.

Forcei os músculos para girar o corpo, dando o impulso necessário para que toda minha estrutura física balançasse o necessário para grudar ao cilindro, que em partes era suculento e em outras muito escorregadias.

Já fazia cinco minutos desde que havíamos começado. Estava prestes a chegar à marcação vermelha e notei que estava tão lento que nem eu mesmo me reconhecia. Jeon poderia estar próximo ao topo, porque via pessoas caindo nos colchonetes que ficavam no chão, variadas vezes. Ele poderia empurrá-las como a garota sarnenta fizera comigo e eu nem tenho coragem de jogar tão sujo, embora eu quisesse muito a missão.

Meus braços moveram-se com mais agilidade, notando pessoas abaixo de mim, inclusive a garota que rosnara, era áurea se não me engano. Em seus olhos dava para ver a disposição em tentar tirar-me do alto, tentar, pelo menos, me puxar para baixo.

— Desculpa garota. — Chutei a cabeça loira dela, até que fora bem satisfatório...

Prossegui aos pés de Jeon Jungkook. O garoto pulava de madeira em madeira incansavelmente, enquanto para mim, meu corpo se arrastava como se fosse uma eternidade.

A loira gritou e ouvi o corpo dela afundar nos colchões abruptamente. Sentia o cansaço esgotar minhas energias. Dessa forma parecia que fazia anos que não praticava nenhum tipo de exercício físico. Meus músculos doíam, latejando pelo padecimento terrível que percorria cada pequena partícula de mim.

Do cilindro alcancei a madeira que faria com que estivesse à mesma altura que Jeon Jungkook: quinze metros acima do chão.

É só não olhar para baixo. Cogitei, notando que minha respiração falhava.

Apertei os olhos, criando coragem para pular. Era minha única chance antes que perdesse o controle ou algum dos loucos para vencer me derrubassem.

Ou eu pulo e a menor probabilidade acontece ou eu simplesmente caio e desisto da minha vida enquanto choro comendo um pote enorme de sorvete.

Um...