Um Strong Owl não te medo de matar. Nem de morrer.

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Deu um passo para frente e olhou para ambos os lados, com um sorrisinho canteiro. A vampira o tinha provocado e, com isso, proporcionou os olhos sádicos de Jeon.

— Já que insiste. — Elevou a arma branca, a lâmina escondendo metade do nariz e quando fui me dar conta, o vampiro de cabelo castanho e olhos cor-mel, que entre os dedos branquelos havia o cabo da espada, tilintando e rangendo com as de Jungkook, que reverberava ainda mais alto.

— Ele tem a espada de arcanjo! — Outro vampiro de cabelo longo gritou. E, antes mesmo de atacar Jungkook, vociferei alto, porém não a ponto de fazê-lo se contorcer de dor. O grito deslizara de meus lábios espontaneamente e a adrenalina retornou a percorrer por entre minhas veias.

O bati com a estaca de madeira e o cara segurou-o nas mãos prévio, sem que conseguisse alcança-lo.

— Que desperdício de beleza. — Comentou, sorrindo como Jeon costumava fazer ao querer conquistar alguém. Me empurrou pela estaca e deu-me um chute na barriga. Jurava que se tivesse comido tanto iria colocar tudo para fora, porque fora potente a ponto de me lançar contra a parede.

A madeira continuava em minhas mãos e o vampiro correu rapidamente até mim, brincando como em seu cotidiano. Levantei minha perna esquerda, querendo chutá-lo porque conseguir me reerguer estava fora de cogitação. A garota de batom rosa a puxou abruptamente, as mãos delicadas contradizendo a força que ela possuía para ser capaz de me girar no ar e me atacar como um objeto na outra extremidade do cubículo.

Senti meu coração descompassar e os fios de cabelos contornaram meus olhos. Apertei ainda mais a estaca, vendo meus dedos redondos e gordinhos ficarem vermelhos sobre ela.

A sensação é de que meus ossos estivessem se estilhaçando, embora definitivamente estejam intactos. Os dois vampiros riram entre si por me jogarem de um lado para o outro feito uma bola de handebol e analisei do outro ponto de vista da sala que James jogara água benta em um deles. Minha visão começara a embaçar, portanto não consegui ver o que aconteceu em seguida. Apenas ouvia a voz de Jeon que emanava frases de efeito para causa-los a sensação de que iriam perder, apesar de que somos nós que estamos em minoria.

— Ah, garota. — Levantei os olhos para ela, sentindo a cor preta com resquícios verdes dominaram minha aura. Normalmente significava vontade de matar eminente e o verde obviamente simbolizava raiva, desprezo, ódio. — Já enfrentei menininhas como você.

— Duvido muito. — Usou os dedos para jogar os cabelos sedosos para trás, a voz cômica e irônica.

Surgira a força em meus braços, reconstruindo minha postura confiante e segura. Os pés não vacilavam e minhas íris focavam somente e exclusivamente nela. A menina correu, outra vez, até mim. Entretanto, desta vez, meu corpo desapareceu e projetou-se atrás dela. Tempo suficiente que tive para bater-lhe na cabeça com a estaca, utilizando toda fúria que existia em mim.

— Essa merda não funciona Jungkook. — Gritou Carter. — Ah não, espera aí. A pele dele está escorrendo. Que nojo, cara.

Ouvi o baque forte de algo — presumo que o corpo do vampiro — cair no chão e essências de magia verde claro percorreu o ambiente e ouvir algo rasgar. O corpo de James voava pelo lugar, embora não precisasse das asas maravilhosamente cuidadas de Jeon Jungkook.

A vampira cambaleou alguns passos para frente e de imediato girou sobre os calcanhares e virara em minha direção. O sorriso compunha os lábios gigantescos, que reluziam por conta da pele extremamente desprovida de cor.

— É tudo que consegue fazer? — Questinou, transmitindo o som peçonhento e mostrando os dentes caninos outra vez.

A garota berrou, saltando pelo ar com os punhos fechados. Fora eles que vieram em meu rosto pouco curado por conta do ferro e o socara brutalmente. Meu rosto reverteu à posição e segundos antes de meu corpo debater-se e chocar-se com o chão vazio e obscuro apreciei Jeon Jungkook traçar perfeitamente a linha do pescoço do cara dos olhos atrativos.

As unhas cravaram em minha pele, rasgando as feridas que outrora doíam dilacerando a pele que antes derretia. Ardia, machucava, porque a garota possuía uma força inacreditável, além do que podia pensar.

Os socos antes constantes começaram a fragilizar e os olhos da vampira encheram de lágrimas, gritando pelo irmão que havia acabado de perder.

— Ouvi falar que é bom colocar alho na boca pra impedir que eles voltem. — A voz de James ecoou em tonalidades de orgulho e tons hilários.

— É mentira. — Ouvi a medula espinhal de outro alguém sendo quebrada e o som de algo partindo no meio. Logo em seguida fora arrancada brutalmente. Estava arrepiado, reconhecendo o amedronto súbito em mim.

Porém, não é dessa forma que confrontaria a mim mesmo, que estive tendo uma descarga emocional de merda. Quem dirá trucidar algum indivíduo?

Jeon por em prática compreendo, mas até Carter? Ele é o mais humano diferente de todos aqui. Será que não havia algum remorso antes de fazer ou ele apenas fazia, sem cogitar tanto?

Sou eu quem morre ou ela. Tenho que pensar dessa maneira.

Pensar. Pra que pensar em demasiado quando se pode fazer? Libertar o meu demônio interior é necessário. Não ser tachado como o frágil e o que não consegue absolutamente nada por ser o famigerado fada não irá ocorrer. Não mais.

Retornando para mim os olhos semicerraram e caoticamente segurei a estaca de madeira.

— Morre, vadia. — Direcionei a ponta da estaca para o coração da garota ao mesmo ínterim que a garota iria voltar a me bater e o empurrei com tanta força que atravessou às costas dela.

Os lábios boquiabertos de surpresa tremeram e as pontas dos dedos tentaram percorrer a estaca a fim de tirá-la. Semelhante ao último suspiro, o corpo escorregou para a estaca e aproximou-se de mim com os lábios ainda abertos.

A empurrei para o lado esquerdo e o corpo tombou no chão, molenga. Os raios de sol podiam ser percebidos vindos do horizonte, embora as janelas estivessem cobertas por todos os tipos de trapos, fitas e adesivos. Faltavam demasiados vampiros, ainda. Tanto que a outra garota ruiva chutou James no ar, que girou loucamente e caiu no chão por fim.

Em grupo, os sanguessugas juntaram-se para atacar Jungkook. Cada um caía em cima dele — o que foi uma burrice considerando que ele está com a espada de arcanjo e poderia rasgar todos ao mesmo tempo.

A cachoeira de sangue explorava o chão sujo feito cachoeiras agressiva.

Estendendo a mão e controlando mentalmente a situação, impedi que chegassem até Jeon Jungkook. Era como uma barra invisível que se jogavam em cima e eram devolvidos fortemente para a parede. O campo de telecinese não duraria tanto, embora tivesse o praticado com frequência na Strong.

Jungkook observou os corpos voando pelo ar, totalmente paralisados e me observou rapidamente. Com um habilidoso segurar de espada, cortou as seis cabeças acima de si, que antes rugia e gritavam, tentando, de alguma forma, libertar-se disso.

De uma única vez as cabeças caíram no chão, todas no mesmo momento e com o corte perfeito. Jeon assentiu, chutando um de cabelos loiros para o lado na postura de demônio desumano que era e as chamas brilhando em suas íris.

— Caralho. — James comentou, boquiaberto. Sentiria falta do senso de humor dele.

— São cinco e meia. — Sorri levantando-me. Tentei não recordar de como a garota olhara para mim antes de morrer. Como Jeon poderia achar que é algo tão divertido sendo que na verdade pode ser mais traumatizante do que ser atacado por um lobo alfa? — São cinco e meia. — Repeti, gritando por fim. O alivio percorreu meu corpo. Estava pronto para usufruir a telecinésia novamente e finalmente movê-los à medida que estilhaçava o vidro pletórico e opulento com apenas um único vociferar: O grito de libertação.

Todavia, assim como nada é da forma que planejamos, não fora necessário. Ouvi o uivar percorrer a madrugada turbulenta e deduzi que fossem a alcateia de lobos. O que fora provado não só como uma dedução, porque os corpos colossais jogaram-se na janela e atravessaram o cubículo. Um deles atingiria Jeon Jungkook, mas este desviou e correu para o outro lado. Se eu estivesse no lugar dele, teria, sem nenhuma dúvida, ido com o licantrope.

Os vampiros se afastavam, colocando as costas da mão sobre o rosto para impedir que o sol os penetrassem, escorressem em sua pele como ácido, triturando cada pequena partícula de sua pele e os executassem, por fim.

— E quando você pensa que não tem como piorar, vêm esses pulguentos. — Jeon comentou, em uma risada mais louca que de costume.

Strong of Character - Quente como o infernoWhere stories live. Discover now