Um Strong Owl nunca bebe. E se o faz, com moderação.

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— Parabéns querido. — Áurea encheu de beijos o rosto franzido e sem interesse de Jungkook, do outro lado da festa. Estávamos no terraço do apartamento só de meninas, no campus. Havia vários deles, mas este era bem conhecido — e venerado — pelas garotas mais descoladas do internato.

Não que eu tivesse uma fama, mas era bastante reconhecido por minhas habilidades. Tudo acabou desde que Jeon apareceu. Cretino!

Ah, então era isso? Fizera tudo àquilo no corredor apenas para ter Áurea se rastejando e beijando seus pés?

Mastiguei a uva que era servida em uma das mesas. Havia salgadinhos e também tinham bebidas e mini-barris cheio delas, o que não podia faltar, é claro. Só queria ficar de porre, outra vez, e tentar não pensar tanto em como Maia escolheria o encantador Jeon Jungkook, credibilidade que ele tem por todos desde que chegou ao internato.

Além do mais, fazia dias que meu instrutor não me mandava mensagem. Havia cansado de checar o celular a cada segundo, esperando que ele me perdoasse por participar das fases que levariam à missão. Qual é, ele tinha que me entender. Se trata de minha família...

E, embora todos me subestimem, ele, Julian, o vampiro radical de alguns milhões de anos com a beleza invejável e cabelos sedosos era quem menos esperava. Certo que Taehyung também fora uma surpresa, sendo ele meu melhor amigo que agora escondia coisas de mim. Mas, caramba, até Julian?

Dei outro gole do álcool, mais intenso do que todos os outros. Algo que Julian me dizia era: ''você não pode ser a chave dele'' e eu nunca soube especificamente de quem se tratava. Entretanto, desde que chegaram às primeiras fases, criadas pelo Comitê Disciplinar — Ou CD, como preferir chamar — ele ficara totalmente esquisito. Respondia minhas mensagens secamente e quando viera à reunião não olhara nem em meu rosto.

O que é? Julian pode ter a família de sanguessugas dele e eu não?

Julian sempre soube ser importante para mim, mas se ir atrás da minha família significava ter que deixa-lo, não hesitaria momento algum.

Foda-se. Se estiver se referindo a Crowler ou qualquer outra pessoa — que seja — saiba ele que irei conseguir tudo que sempre quis sem me deixar ser manipulado. Já não era suficiente tentar me impedir de falar com Taehyung apenas por ele ser um lobisomem ou tentar fazer com que me tirassem do internado, novamente. Ainda não era demais?

Sempre que há oportunidades ele as tira de mim, pelas minhas costas. Que se foda.

Voltei os olhos a Tae, que ainda parecia inquieto. Talvez porque a garotinha dele estivesse sentada no colo do ex-namorado. Então era áurea, mesmo? Não o vi olhar para eles sequer segundos, mas sabia que algo incomodava.

Percorri todo o terraço com os olhos, procurando por Hoseok. O metamorfo estava dançando a música recém-colocada para levantar os ânimos tristes de quem não vencera a última fase ou quem empatou nela.

Era áurea, então. Não tinha motivo para ele ficar tão emburrado.

Os olhos cor-âmbar de Taehyung brilharam e os traços — tanto do corpo quanto do rosto — estavam ainda mais salientes, banhados pela luz do luar. Ele sempre ficava mais sensual e atraente do que já era quando estava perto da noite de lua cheia. Quase irresistível, se não fosse meu amigo.

— O que foi? — Estava incomodado. — Vai ficar ai, me olhando?

Kim nem mesmo me dera os parabéns. Que ótimo não ter o apoio de amigos, excelente.

Ele colocou os dedos sobre a testa, como que para evitar uma futura dor de cabeça.

— Você faz ideia de quantos copos bebeu?

Strong of Character - Quente como o infernoWhere stories live. Discover now