Strong of Character - Quente como o inferno

Um Strong Owl deve se comportar com uma vitória não merecida.

A AK-47 é tão pesada ou eu quem estou extremamente exausto? Sei lá, física e psicologicamente. Ganhar de Jeon parece uma missão impossível, uma vez que havia apenas quatro pessoas na arena, incluindo ele.

Infelizmente Jeon estava conseguindo o que tanto quer: acabar comigo. Porém não vou ceder tão facilmente, embora o que me reste são apenas resquícios de esperanças nulas e vagas.

O cara é um otário, por que estou me preocupando com tão pouco quando na verdade estive lutando pela missão durante tanto tempo? Não vale a pena jogar tanto esforço para os ares como se meu suor não tivesse custado.

Me escondi atrás do metal velho e desgasto conforme o tempo. Minhas costas tocavam o gélido. O arrepio subiu à espinha. Havia quatro participantes e apenas um seria o finalista da fase. E, não importa mais, mesmo que não seja eu, farei de tudo para que não seja Jeon, também.

Meus olhos estavam atentos, aguçando a audição que jamais falhava. Ouvia passos minuciosos da outra extremidade, tão perigosos e sedentos por vitória como qualquer outro.

Inclinei o corpo, analisando a rígida expressão do meu adversário, o oponente que queria tirar da jogada com toda a força que existia em mim: Jeon.

As regras não permitiam que usássemos os poderes, o que de certa forma seria injusto e traiçoeiro caso ocorresse. Era a prova de habilidade e inteligência. Se eu perdesse, como iria acreditar em mim mesmo?

Em um piscar de olhos meu corpo foi derrubado no chão e ouvi tintas que coloriam todo o ambiente espalhar-se ainda mais.

Droga! Estou fora. Perdi, fracassei, falhei miseravelmente.

Minha cabeça zumbia fino, prensada contra o chão, o que me tornava ainda mais irritadiço. Meus olhos não queriam abrir. Estou com medo de ver meu colete banhado de cores tão fortes e chamativas quanto o neon?

Respirei fundo três vezes e abri os olhos tão abruptamente que as imagens tornaram-se turvas e embaraçosas para mim. Havia um garoto de preto por perto, em pé, atirando para os dois lados ao mesmo tempo. O corpo esquivava-se com glamour e agilidade, o rosto era firme e saliente e presumo que vi o suor delinear o queixo.

Tateei no chão a AK-47, firmando os dedos no gatilho. Provavelmente estava fora da jogada, mas nada iria me tirar a satisfação de atirar no desgraçado.

— Parece que temos uma dupla, ali! — Ouvi, de longe.

— É contra as regras. O que ele está fazendo?

— Não sei, o Jungkook ficou burro do nada.

Subitamente senti o vigor e confusão aflorar minha consciência e, seja lá qual era o motivo de que ele estivesse comigo, nada parecia tão apropriado como agora. Então ele teria eliminado os que faltaram para ter o privilegio de me colocar no topo de sua lista?

Senti o corpo pesado cair contra o meu e todo o ar que havia me esforçado para adquirir sumira no exato momento em que senti minha cabeça bater novamente. A estrutura física rolou, como se eu fosse o melhor colchão em um dia cansativo e atirou novamente.

Inspirei todo o ar, outra vez, tentando ver aonde a sombra localizava-se. Forcei o braço para que levantasse a arma, fixando os olhos na sombra, que, lentamente, transformou-se em uma figura nítida.

— Tarde demais. — Arfei, extraindo dos pulmões o que havia levado minutos para obter, puxando o gatilho rapidamente. A cor rosa atingira perto do coração, protegido pelos equipamentos e Jungkook acompanhou o tiro com o olhar, surpreendido, boquiaberto.