Exibição

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Eles notam o olhar aterrorizado do albino e arqueiam o cenho, com Jounouchi perguntando:

- O que houve Ryou? Parece que você viu um monstro.

- Bem, ela não parece feliz nesse momento.

- "Ela"? - o loiro arqueia o cenho.

Nisso, Jounouchi, Mariku e Honda se entreolham, começando a suar frio ao compreenderem a quem ele se referia, enquanto olhavam lentamente e ao mesmo tempo para trás, engolindo em seco ao se verem refletidos nas íris coléricas de Yukiko, que os fuzilava com os seus olhos safira que faiscavam em pura fúria, para depois, soprar pelo seu focinho um ar frio feito de pequenos cristais que os envolvem como uma brisa gélida.

Os amigos caíram de bunda no chão, enquanto tremiam de medo, conforme o focinho felpudo se aproximava deles, que avistavam as garras afiadas dela se mexerem no solo ao mesmo tempo em que a cauda com um porrete na ponta se mexia lentamente para os lados, com o quarteto não sabendo para o que deviam olhar primeiro. O focinho cheio de caninos alvos que estraçalhavam o seu oponente, as garras afiadíssimas e elegantes que podia rasgar o que desejasse ou o porrete ameaçador capaz de quebrar qualquer coisa, possuindo especialidade contra ossos, com eles se lembrando do estrago em Oberisuku no Kyoshinhei.

Então, ela fala em um tom de voz cortante e igualmente gélido como a nevasca mais mortal, enquanto era possível ouvir rosnados provenientes de sua garganta:

- Yuugi-kun está esgotado. Portanto, precisa dormir. Não vou permitir que ele seja despertado com a cacofonia de vocês. Afinal, não precisa ser mergulhado no inferno, antecipadamente.

Quando percebem que ela não ia atacá-los e sim, apenas aterrorizá-los, os batimentos cardíacos se normalizam, enquanto eles se erguiam, embora exibissem receio em seus olhos, sem saberem que o motivo dela não atacá-los não era somente pelo fato deles não ofertarem uma ameaça imediata e sim, pelo fato de sentir que eles eram amigos do Faraó, conforme se recordava deles não fugindo junto dos outros quando ela começou a lutar contra o soberano daquele império e seus shinkans, em conjunto com o fato de demonstrarem genuína preocupação para com o soberano daquele império.

Portanto, sabia que nada de bom viria se os atacasse, juntamente com o fato de apenas agravar a situação dela e de Yuugi, mais do que já se encontrava, caso atacasse os amigos do mestre deles.

Por isso, se limitou a aterrorizá-los, sabendo que era o máximo que podia fazer, sendo que ela não havia deixado de perceber o velho decrépito que possuía o Sennengan. Mais precisamente, o olhar deste, além de sentir que ele poderia ser uma ameaça, pois sentia uma áurea densa em torno dele e o seu olhar, ao observar o Faraó, demonstrava um rancor profundo, assim como inveja e ira.

Jounouchi processa antes dos demais o que ela comentou e pergunta, exibindo confusão em seu semblante, fazendo-a sair de seus pensamentos:

- "Afinal, não precisa ser mergulhado no inferno, antecipadamente". O que quis dizer com isso?

Eles a observam revirando os olhos, demonstrando em seu semblante que achava a pergunta, no mínimo, ridícula, para depois, tornar a olhar para eles, falando com visível desgosto em seu semblante e voz:

- Ele é um escravo e não posso poupá-lo de enfrentar o inferno que será a sua vida, pois...

Ela fecha as mandíbulas para não falar mais nada, suprimindo um rosnado em sua garganta ao mesmo tempo em que flexionava as suas garras no chão de arenito, enquanto exibia um olhar que era um misto de fúria e asco velado para Atemu, xingando-o mentalmente de todos os palavrões que conhecia, para depois, desviar o olhar para eles, exibindo o mais puro ódio, sendo visível nas profundezas dos orbes azuis coléricos, a tristeza profunda e igual pesar que habitava a profundidade daqueles olhos que envergonhavam a mais bela safira.

Dois corações e um destinoWhere stories live. Discover now