Ameaça detectada

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- Ele domesticou o seu próprio falcão. Para conseguir esse feito, Atemu a seguiu perseverantemente e mesmo as bicadas e garras do animal não o impediram em seu intento porque ele tem uma determinação férrea e igualmente obstinada. Ele foi a pessoa mais jovem a conseguir domar um falcão e olha que tomou como desafio o mais selvagem dos falcões que habitam o aviário. – o loiro comenta enquanto sorria ao se recordar do dia que o amigo apontou para eles qual falcão desejava domesticar, fazendo todos eles ficarem embasbacados com a escolha porque eles conheciam a fama daquela fêmea.

- Domar um falcão é o que distingue a criança do adulto. – Honda falava enquanto se lembrava da felicidade e orgulho que o amigo deles sentiu quando o animal foi domesticado.

- Foi uma proeza que repercutiu muito além dos muros do complexo do palácio. – o albino comenta – É um feito memorável.

- Com certeza. Nós demoramos mais tempo para domar nossos falcões. Ou seja, demoramos em sermos vistos como adultos aos olhos dos nossos pais. – o bronzeado comenta enquanto suspirava.

- Se bem que ele não a domesticou no sentido completo da palavra. – Ryou comenta enquanto ele olhava para Jounouchi, Honda e Mariki que arqueavam o cenho – Ela é como o Khnurn. Ambos possuem um orgulho selvagem que os distingue dos demais.

- De fato, isso é verdade.

- Sim.

- Com certeza.

- Qual o nome do falcão de Atemu? – Yuugi pergunta curioso.

- É uma fêmea e se chama Kytzia. É um falcão branco e ela manda sobre os outros falcões. É a rainha intocável do aviário, além de ser a mais feroz. Inclusive, os tratadores tem que estar sempre atentos e devem alimentá-la primeiro.

- Caso não façam isso, as consequências podem ser desastrosas. Ela só obedece a Atemu que detém dela o respeito e obediência. É o mesmo com Khnurn. Só aceita o toque de Atemu e somente concorda em ser montado por ele. Os tratadores passam por apuros ao tratá-lo enquanto que precisam ser cuidadosos com o manejo porque este garanhão somente aceita os cuidados se forem feitos da forma correta e nos limites estabelecidos por ele. Atemu aprecia o fato de que aquele garanhão ainda é selvagem, de certa forma. Inclusive, sabia que foi ele que o domesticou ao escolher o mais feroz e indomável de todos? Se bem, que mesmo sendo domesticado, ainda tem uma alma selvagem que se espelha em um orgulho feroz. Então, Atemu não o domou no sentido amplo da palavra. Ainda é um cavalo selvagem em seu âmago.

- Incrível! – o jovem de orbes ametistas exclama com visível surpresa em seu semblante que era compartilhado por Nuru e Kisara.

- A minha égua Ebonee também é selvagem. Eu não a domestiquei e ela só aceita a minha montaria. – a bronzeada falava enquanto sorria – Além disso, tem o seu orgulho também.

- Bem, é melhor ela não ficar junto de Khnurn. Dois orgulhosos próximos um do outro e selvagens, nunca trará nada bom.

- Com certeza. Eu prevejo mordidas ferozes e coices.

- Eu compartilho da mesma opinião considerando o temperamento de Ebonee segundo a Nuru. – a prateada comenta pensativa.

- Então, vamos evitar que ambos fiquem sozinhos. Somente podem estar próximos com os seus respectivos cavaleiros.

- Com certeza.

- Eu gostaria de poder apostar uma corrida. Seria interessante. – a bronzeada comenta com um olhar sonhador – E se eu derrotasse o Per'a'ah em uma corrida seria maravilhoso.

- Atemu é um exímio cavaleiro também e Khnurn é famoso por ser o garanhão mais veloz do império. – o loiro comenta enquanto sorria, olhando para a sua amada que demonstrava uma grande empolgação.

Dois corações e um destinoWhere stories live. Discover now