Estábulos

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Ao entrarem na área que compunha o enorme e imponente complexo dos estábulos, Yuugi exibia surpresa em seu semblante, pois, além de ser imenso, era formado por várias baias uma de frente para a outra. O interior nas construções que compunham esse complexo eram frescos mesmo com o sol quente no exterior, além de serem arejados, sendo que as paredes exibiam afrescos e conforme olhava para os lados, ele observou que vários cavalos foram levados ao rio para se refrescarem, com os servos e escravos aproveitando o ensejo para lavá-los enquanto o jovem observava outros escovando com esmero os animais após os banharem. As baias eram limpas e sempre abastecidas com água fresca, além de sempre manterem limpos os leitos para os cavalos e o chão onde os seus cascos repousavam.

De fato, aquele povo se esmerava em fornecer acomodações limpas, com boa comida e água fresca para os animais.

Inclusive, conforme refletia sobre isso, ele se recorda de que não viu nenhum animal maltratado ou em precárias condições na área do palácio. Todos os animais exibiam boa saúde e aparentemente, eram bem tratados, fazendo ele se recordar de que os animais eram muito importantes para os keméticos e os domésticos eram igualmente estimados.

Conforme passavam pelas divisões daquele complexo, o jovem continuava olhando para as baias enquanto afagava alguns gatos que passavam pelo local, sendo que eles eram presença marcante em vários locais e considerando a importância deles naquela cultura, ele não fica surpreso, pois seria o esperado enquanto se recordava da surpresa que teve ao ver um felino pequeno pela primeira vez, pois, só tinha visto felinos grandes.

O ex-sacerdote confessava que todos os animais eram bonitos e bem tratados, embora tivesse percebido que os Guardiões sagrados e aqueles usados por membros das suas famílias eram mais bonitos e elegantes, sendo que o do monarca se destacava. O garanhão dele era imponente, feroz e tinha um porte nobre.

De fato, era o melhor garanhão que os seus olhos já viram e era condizente com a montaria daquele que era visto não somente como um monarca e sim, como um Deus dentre os homens.

Ao se aproximar da baia do corcel do rei, ele passa a olhá-lo com um semblante maravilhado, concordando com Mana em relação à imponência do garanhão. Era lindo como o sol, com o seu manto todo branco esticado sobre seus músculos poderosos e pernas fortes enquanto erguia-se alto e orgulhoso. A crina acinzentada cintilava e repousava ao redor do seu pescoço poderoso. Havia uma espécie de orgulho em sua cabeça angular ao mesmo tempo em que os seus olhos brilhavam com arrogância merecida e quando ele balançava a cauda acinzentada, os fios pareciam brilhar.

Yuugi descobriu através da sua nova amiga que somente o monarca conseguia montar nele, pois o animal não aceitava mais ninguém em cima dele e conforme o observou, havia lógica no fato de recusar qualquer outro.

Afinal, era um orgulhoso e imponente garanhão que era digno de ser montado apenas por um Deus.

Portanto, somente Atemu podia montar nele. Um mortal tentar montá-lo podia ser considerado um sacrilégio.

O ex-sacerdote se concentra e usa o seu Kiei para enviar ondas calmantes ao animal que para de escoicear o casco na terra e após acalmá-lo, o jovem leva a mão até o focinho do animal, conseguindo afagá-lo sobre a face embasbacada de Mana e dos servos que cuidavam dos estábulos.

- Como você... – a bronzeada pergunta estupefata.

- O Kiei pode ser usado dessa forma. Eu estou acalmando ele.

- Uau! Esse poder pode ser usado dessa forma?

- Sim. Quando algum animal selvagem acabava invadindo a vila, eu ou o meu pai usávamos o Kiei para acalmá-lo e depois, nós o conduzíamos de volta para a mata.

Dois corações e um destinoМесто, где живут истории. Откройте их для себя