Ka e Ba

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Longe dali, Yukiko havia decidido enrolar o seu pescoço felpudo em volta do corpo, após comer a imensa bandeja de carne que serviram para ela, concordando que era muito bom ter o seu próprio corpo e poder provar os alimentos.

Porém, mesmo apreciando tudo isso, a albina desejava voltar para dentro de Yuugi para poder mantê-lo a salvo, pois, atualmente, a sua proteção encontrava algumas limitações, sendo que a dragoa começou a alterar as memórias e percepções dele do que ocorreu, para que diminuísse a angústia do jovem ao ponto das lembranças trazerem apenas uma leve tristeza e não mais sofrimento, reduzindo também, drasticamente, o sentimento de culpa dele, aproveitando o fato da maioria dos seus ferimentos terem sido curados por aquele Ka e que o seu corpo estava curando o resto, fazendo assim com que aquele que via como um filho querido não se recordasse dos reais ferimentos que sofreu, assim como dos detalhes das batalhas, principalmente contra o dragão vermelho e o último Ka do Faraó, sendo que havia terminado de modificar as memórias de Kisara, sem que ela percebesse, visando evitar qualquer problema com o dono dela.

Afinal, tinha o pressentimento de que aquele sumo sacerdote não era, apenas, um subordinado do Faraó e sim, um familiar. Pelo menos, era a sensação que tinha.

Não muito longe dali, em um determinado momento, Seto se aproxima de Kisara que provava uma bebida, para depois, demonstrando em sua face que não havia apreciado o sabor amargo da bebida, ela é surpreendida pela presença do Sumo sacerdote que pega o copo e após cheirar o resto do conteúdo, sorri de canto, falando:

- É uma bebida muito forte para quem nunca bebeu. Quer continuar provando outras desse tipo?

A adolescente fica surpresa e depois, responde cabisbaixa, demonstrando nervosismo:

- Nunca provei bebidas amargas com exceção dessa bebida, mestre.

- Seto.

Ela arqueia o cenho, sem olhá-lo diretamente, com ele tornando a falar:

- Eu me chamo Seto. Não gosto de ouvir a palavra mestre da sua boca. Além disso, a autorizei a olhar para mim – ela ergue seus orbes azuis e perde o fôlego ao ver o sorriso gentil em seus olhos - Qual o seu nome?

- Kisara, mest... quer dizer, Seto.

Ele pega um copo e estende, com a jovem o pegando, para depois provar, mostrando uma face que não gostava, fazendo-a falar, enquanto sorria:

- É a bebida mais fraca que temos. É para os iniciantes. Quer continuar tentando? Ou prefere outro tipo de bebida?

- Acho que quero outro tipo de bebida.

- Temos aquelas. – ele aponta para várias jarras em um canto.

Ela vai até elas, mas para no meio do caminho, o fazendo arquear o cenho.

- Posso mesmo tomar? – a prateada pergunta com hesitação, enquanto tentava compreender os atos dele que eram contrários ao que ela aprendeu a esperar naquela tarde de treinamento.

- Fique a vontade. Não precisa pedir autorização.

O Hem-netjr mantém o sorriso em seu rosto, sendo que ele raramente sorria, decidindo que dedicaria os seus sorrisos a bela jovem a sua frente, sorrindo ainda mais ao vê-la corar, conforme apreciava o rubor em seu rosto, achando a cor linda e que contrastava com a pele de porcelana dela.

Nisso, ela se serve e bebe, apreciando o sabor, decidindo provar outros sobre o sorriso de Seto, que em seguida, desfaz o sorriso ao perceber que as mãos dela tremiam, com ela exibindo um intenso nervosismo, enquanto voltava a exibir uma névoa de medo e tristeza em seus olhos.

Dois corações e um destinoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin