50 Em vão

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Nick

Nem acreditei quando Isabella abriu a porta do quarto me dando passagem, enquanto Helena empurrava minha cadeira para dentro. O quarto branco com roupas de cama azuis, era enorme, quase do tamanho do de Isabella. Olhei para aquilo incomodado, ficaria feliz com a casa no jardim, já estava acostumado.
Eu sabia que aquilo era demais, que eu não merecia.

Helena me ajudou a chegar a cama e assim que me sentei sobre o colchão fofo, as encarei. Mi, Isabella, Helena e Dália me olhando com ar de alegria. Como se eu estivesse mesmo voltando para casa. Para a minha casa.

- Não sei se gosta desse estilo, se preferir, pode redecorar depois. - Helena sorriu.

Balancei a cabeça negativamente
- Eu... Me contentaria com o quarto lá de...

- Nem termina isso. Seu lugar é aqui. - ralhou ela.

Olhei para Isa, com a pergunta presa na garganta, e sorrindo, ela assentiu.

- Não sei se consigo me acostumar com isso.

Mi chegou mais perto e esticou seus bracinhos para mim. - Nick nuncaa nuuncaa maiss vai machuucar.

Contive as lágrimas a apertando com mais força. - Não Monstrinha. Agora o Nick vai deixar você em paz - sorri meio chorando - Eu só te dou trabalho, né?

Ela se soltou, me olhando séria - Tee amouo Nick.

Beijei sua bochecha - Eu te amo muito mais, minha Monstrinha linda.

Jubi parou na porta do quarto olhando para tudo com interesse.
- Belo quarto, irmão. - sorriu ele, passando entre elas. - Acho que esse é seu adeus da quebrada, né? Sem tu e sem o Al...

Me arrumei na cama ficando nervoso - Conheço essa cara, no que você tá pensando?

Deu de ombros, olhando para todas ali. - Vou assumir seu lugar.

Fechei os olhos. - Não cara... Não tem que fazer isso. A gente dá um jeito...

- Nick... Tu é meu irmão, mas eu sei que na sua vida nova, não tem lugar pra mim. Tá ligado? Meu lugar é lá, fazendo o que sei fazer.

Helena se virou para ele - Antônio... Meu filho está certo, não precisa fazer isso, seu tio quer muito que você saia desse caminho. Nós queremos o seu bem.

Ele sorriu - Eu sei, madame, mas o branquelo aí tem chance, eu não. Eu vim me despedir. Mas volto pra ver a Mi quando der.

Olhei para ele, e o que eu vi, era aquele olhar, aquele de quando ele me implorou para que o colocasse dentro. Ele queria aquilo, e isso era o pior de tudo.

Ele se aproximou, apertando minha mão - Se cuida Nick, tu merece ter essa vida, irmãozinho. Merece o melhor que a vida pode te dar.

Agarrei sua mão com mais força - Eu vou tirar você dessa, tá ouvindo? Eu vou te tirar dessa merda! - ele assentiu rindo, sem acreditar. - Cuida dos pirralhos pra mim? Não deixa eles se meterem em confusão, tá?

- Xá comigo, parceiro. - ele se abaixou para sussurrar em meu ouvido - Aproveita muito da delícia da Preticinha.

Sorri e o empurrei. - Cai fora daqui, vai!

Assisti ele abraçar a Mi com tanto carinho quanto eu costumava fazer. Eu não tinha dito da boca para fora, eu precisava tirar ele daquilo antes que fosse tarde demais. Mas naquelas condições, eu não podia fazer muito...

Ele saiu, e a atenção delas se voltou para mim.

- É... Será que eu posso falar com Nick sozinha? - Isabella disse com aquele jeitinho, quase estralando os dedos de nervoso.

Atroz Where stories live. Discover now