10 Resolvendo

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Nick

Entrei no barracão e me sentei na cadeira da mesa de reuniões.

Alguns minutos depois, o carro entrou e os caras arrastaram Marcela, a irmã do Al pelos cabelos, com as mãos amarradas para trás, e amordaçada.

— Ou! — adverti — Mais respeito com a moça. Não precisa disso não.

Indiquei a cadeira, e eles a colocaram sentada diante de mim.

Sorri colocando a arma sobre a mesa. —  Bem vinda a minha humilde residência, Má. —  me inclinei para ela, e mesmo ela se encolhendo e se afastando de mim, consegui tirar a mordaça  —  Não vou machucar você, não pretendo, pelo menos.

—  O que está fazendo, Nick? Você me conhece desde criança, eu não tenho nada a ver com os rolos do Al.

Balancei a cabeça negativamente —  Eu sei Má, mas negócios são negócios. Ele ameaçou a Mi e minha tia, não posso deixar por isso mesmo.

—  Isso é loucura, sabe que ele jamais faria isso. —  balbuciou desesperada.

—  Não sei de nada. — dei de ombros. — E agora eu quero brincar. Seu irmão mexeu com a pessoa errada... Infelizmente esse erro acaba sobrando para todo mundo.  —  sorri me levantando, acariciando seu rosto moreno com o cano da arma e recolocando a mordaça. — É a lei daqui, eu só cumpro.

—  O que vamos fazer agora Nick? —  Jubi perguntou, e me virei para ele.

—  Você e os outros vão assegurar que o carregamento que pedimos, seja entregue no destino. Vou esperar o desgraçado chegar para buscar a irmã.

Ele não questionou, e eles partiram. Eu realmente não queria que chegasse  aquele ponto, mas... Seis dias, seis míseros dias fora, e tudo estava desandando. Aquilo era uma merda, se eu não precisasse tanto daquilo, abandonaria tudo de uma vez.

Me sentei á mesa para esperar com Marcela, e inacreditavelmente, o desgraçado estava demorando mais do que eu previa.

Ela balançou a cabeça, resmungando para que eu tirasse a mordaça novamente, e atendi ao pedido. — Nick... Ele não vai vir, me deixa ir embora, por favor... Pelo amor de Deus...

—  Seu irmão gosta tão pouco assim de você, é? — sorri vendo-a chorar. E sabia que ela estava chorando de medo de mim, ela tinha motivos para isso. Sabia que se o irmão chegasse até a Mi, ela seria a primeira a morrer.

—  Ele só gosta dele mesmo, e você sabe Nick! O quão lazarento tem que ser para ameaçar uma garotinha como a Mi? Ele não vale nada! Mas eu não mereço pagar por ele. 

Sorri interessado, caminhando atrás dela —  Então não acharia ruim se eu me livrassem dele?

—  Seria um favor para a tonta da minha mãe, que não desiste daquele desgraçado, bandido de merda! Ela tira dinheiro dos meus irmãos menores, até de remédios para sustentar os rolos do vagabundo.

Me sentei de frente para ela —  Eu entendo Má, mas eu não posso matar seu irmão, a gangue dele procuraria vingança, e não estou em condições de enfrentar isso agora.  — falei calmamente, suspirando — Tenho outra parada rolando. Entre matar ele, e apagar você, como aviso... Entende a minha posição?

Ela baixou a cabeça soluçando, os grunhidos de desespero só ficavam mais agudos. —  Eu sei o que dizem de você Nick. Sobre o lance do Atroz com a professora Cristina. Mas eu sei que você não é assim. Eu te conheço..

Fechei a cara —  Você estava lá, me viu arrebentar a cara dela...

—  E vi você chorando no enterro dela depois. Vi como mudou com ela depois da briga de vocês, você não é ruim, e se tem alguma chance de você ser bom longe disso tudo... Faça! Você não precisa disso. Não precisa ser o que não é! Não precisa assumir o lugar dele!

Atroz Where stories live. Discover now