29 Ódio

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Nick

Era um caralho! Um inferno! Como Jubi conhecia Isabella? E que papo era aquele? Puta que pariu! O que eu fiz pra mercer uma porra daquelas? Conhecendo Jubi, dava pra duvidar da história de que ela não havia mesmo dormido com ele. Geralmente, ele não deixava nada passar, mesmo que Isabella não fizesse o tipo dele... Meu cu! Isabella era o tipo de todo mundo!

Fechei os olhos para me acalmar. Mas tinha perfeita noção de que se uma merda daquelas tivesse acontecido. Isabella era terreno proibido pra mim.

Estava tão absorto em raiva que só comecei a prestar a atenção em Isabella virando o rosto para os lados, tentando entender alguma coisa. E percebi que a música havia parado e as pessoas se olhavam assustadas também.

Por segurança, ou sabe-se lá por quê, minha mão tomou a cintura de Isabella, em um gesto de proteção que não costumava vir de mim. Ela me encarou, e logo depois ouvimos o som de batidas no microfone, fazendo todos se virarem para o DJ.

Olhei para cima a tempo de ver uma luz iluminar o lugar em que Helena segurava o microfone. Vestida de Mulher maravilha, ela parecia mesmo uma atriz de novelas, uma aparição linda e elegante, até de fantasia. De onde eu estava, consegui ver que seus olhos brilhavam para Isabella. Daquele jeito todo orgulhoso que eu havia visto mais cedo enquanto ela falava comigo. Apertei ainda mais a cintura de Isabella para me firmar.

- Há dezesseis anos atrás, eu era uma garota perdida, angustiada, marcada por dor... Sofrendo por ter perdido o que eu descobri ser a razão da minha vida... Mas, o destino me trouxe um homem capaz de amar até cada um dos meus defeitos, e com ele, ganhei um dos maiores presentes da minha vida. E posso dizer Isa, o melhor presente de todos. Ter a honra de ser chamada de mãe por você é algo que agradeço todos os dias desde a primeira vez que disse isso a mim. Hoje você completa dezoito anos. E como sinto orgulho da mulher que você se tornou, minha filha. E sei que seu pai olha por você sempre. Parabéns meu amor. Eu sempre estarei aqui para você.

Isabella soltou um soluço de choro. Mas não tive coragem de olhar para ela. Meus olhos não desgrudavam da mulher no palco. A mãe carinhosa que acolheu a filha do marido... A mãe carinhosa que ela dizia ser...

Meu peito subia e descia, não sabia se com raiva, frustração ou o quê. Mas meus olhos se encheram de lágrimas, eu queria subir lá e acabar com aquela pose, esfregar aquela cara no asfalto quente, queria mais do que tudo fazê-la sofrer. Eu queria... Queria matá-la mais do que queria viver... Fechei os olhos, morto de raiva. Não! Não Nickolas, não se deixe dominar! Segue a porra do plano!

Saí do transe quando os seguranças começaram a afastar as pessoas de uma das portas. Abrindo caminho até o meio do salão onde estávamos.

Em seguida, um carro vermelho começou a entrar no salão, com um laço amarelo em cima. Revirei os olhos quando Isabella começou a pular na minha frente.

- Meu Deus! Mãeee! - gritou ela erguendo os braços enquanto Helena descia do palco vindo na direção dela. As duas se abraçaram. Limpei o rosto com raiva daquelas lágrimas estúpidas.

Me afastei delas, quase não controlando minha raiva. Me virei e comecei a andar entre as pessoas de cabeça baixa tentando chegar a um banheiro ou algo assim. Quando um cara parou na minha frente, bloqueando minha  passagem, estava vestido de Thor.

- Você é o Nickolas?

Atordoado, subi o olhar para ele, vendo finalmente que ele apoiava o braço sobre os ombros da tal Patty que chorava desesperada. Implorando perdão com os olhos. A fantasia de mulher gato só deixava seu rosto de fora, mas percebi que seu lábio inferior estava cortado.

Atroz Where stories live. Discover now