27 Anjão da porra!

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Nick

Eram seis e meia, e eu ainda estava olhando aquelas porras de asas brancas com um enfeite ridículo de cabeça que parecia uma coroa de carnaval. Mas nada, nada mesmo era pior do que a porra da saia daquela maldita roupa. Uma foto havia vindo junto, era para alguém com um shape como o meu, mas puta que pariu, aquela festa era o que? Um concurso de putaria? Vindo de Isabella, eu não podia esperar outra coisa.

Não ia usar aquele caralho nem fodendo, ainda mais depois de ter avisado ao Jubi sobre a situação da festa. Eles ficariam do lado de fora, até descolaram duas roupas de segurança do salão de festas. Estava tudo planejado, eles a pegariam assim que eu desse o sinal. Enquanto isso, eu estaria em algum canto com Isabella, e quando dessem falta de Helena, já seria tarde, e eu estaria limpo.

Isabella ganharia uma festa de responsa, mas perderia a mãmaezinha... Uma pena, mas ela iria superar.

Ouvi as batidas na porta, estava só de calça jeans, as asas estavam penduradas na bancada, eram enormes, e de penas de verdade.

Abri a porta já morrendo de raiva — Menino, Isa está te chamado, daqui a pouco estão indo e ela quer ver sua roupa.

Fiz meus melhores olhos de coitado — Dália... isso não é roupa, é uma saia, e asas! Não posso usar isso.

Ela fez uma careta — Saia?

Assenti e voltei até a cama para pegar a peça de roupa minúscula e ridícula, era branca, mas tinha umas coisas penduradas que parecia pelúcia, era uma fantasia de stripper, no mínimo.

Ela deu um risinho — Olha, vi em algum lugar... — ela parou de falar de repente. — Posso te ajudar?

Assenti — Pode, mas isso aqui...— mostrei a saia — Não rola... Tudo tem limite nessa vida, Dália.

Ela quase gargalhou — Tudo bem, fica com a calça e... O que veio de sapato?

— Coturnos. — respondi de má vontade.

— Tudo bem, vai ficar bom, a fantasia não tem camiseta, né? — fiz que não com a cabeça — Tudo bem, então coloca os coturnos e fica com essa calça jeans mesmo. Já volto.

Sem opções, fiz o que ela mandou, já que ela pelo menos me livraria da saia. Coloquei os coturnos para fora da calça e encarei as asas como se elas debochassem de mim.

Dália voltou com um pote de gel e um cinto daqueles que os roqueiros costumam usar.

— Coloca isso. E senta aqui.

Suspirei passando o cinto pelos passadores e arrumando a fivela com aquele negócio de espinhos.

Me sentei na cama, e Dália  pegou o pote de gel. Quando ela parou  atrás de mim, senti um arrepio e me virei assustado.  

— O que vai fazer? — perguntei quase sem ar.

Suas mãos baixaram, provavelmente percebendo meu receio.

— Calma menino, vou arrumar seu cabelo.

Me virei rapidamente para ela pegando o pote de sua mão. — Não precisa, eu... Me diz como fazer, e..  e eu faço...

— Está tudo bem? — perguntou confusa, vendo minha cara de assustado.

Me levantei abrindo o pote para me afastar dela — Tá, tá tudo bem sim.

Ela continuou me olhando por um tempo, e só então me disse para arrepiar meu cabelo usando o gel, mas para deixá-lo bagunçado.

Fiz o que ela pediu, mas nos lugares certos, e pensando em como ela chegou perto... Não podia ter dado esse mole todo. Se não fossem meus instintos, estaria fodido, e não conseguiria evitar uma longa lista de perguntas que eu não queria responder.

Atroz Where stories live. Discover now