11 Nick quase sem cabeça

1.9K 221 215
                                    

Nick

Ela estacionou o carro completamente torto na garagem, desci e comecei a caminhar rápido para a área da piscina  a fim de escapar dela e chegar ao meu quarto rapidamente.

Obviamente não deu certo.

—  Espera! Nickolas! Me explica essa merda, me deve isso, eu fui te salvar.

Revirei os olhos —  Não tenho que te explicar nada garota, e se não parar de me encher, vou contar a sua mãe que você foi de carro!

Ela riu —  Conta! Ela já sabe, ela me deixou treinar aqui dentro. Vou fazer dezoito semana que vem.

Minha cabeça deu um nó com a informação, mas não estava com saco para raciocinar, apenas me virei.

— Tá, boa sorte. E boa noite!

—  Corta essa! Você não pode ter vivido até essa idade sem nenhum sobrenome! Você tem o que? Dezoito? É impossível, e seus documentos? E a escola?

Me virei para ela quase ficando cara a cara —  Escuta aqui garota. Não fico perguntando merdas para você, não dou a mínima para a tua vida, faz um favor por mim? Me esquece! —  falei tentando manter minha raiva depois de me odiar por estar tão perto e sentindo seu cheiro.

—  Que merdas minhas você quer saber? Vamos trocar merdas então!

—  Me deixa em paz garota, por favor! Tive uma porra de noite, só quero cair na cama.

—  Tá bom, vamos fazer assim, você vai, toma um banho, e eu preparo um jantar para a gente, e aí trocamos merdas! Pode ser?

—  Não vai mesmo desistir, não é?

—  Não, e não vai querer dispensar minha comida. — sorriu presunçosa.

Soltei a cabeça de lado, suspirei e assenti —  Tá bom! Vai fazendo a comida que eu já vou.

—  Nem a pau! Vou cozinhar na sua casa hoje.

— Por quê? — falei indignado.

— Porque se entrar lá, não vai mais sair, e não vamos conversar.

— Essa era uma ótima ideia.

Ela sorriu e me empurrou até meu quarto. Fiquei olhando da porta, ela pegando os utensílios que eu nem havia tocado.

— O que tá olhando? Vai tomar seu banho. — mandou, e aquela autoridade que ela achava que tinha, comandava uma parte de mim, que eu sequer podia questionar.

Caminhei até o armário, peguei uma bermuda e entrei no banheiro, me trancando e abrindo o chuveiro. Fiquei um tempo parado na porta, ouvindo-a cantarolar enquanto mexia e levava as panelas para começar. Não precisava ser muito observador para saber que aquele era o lance dela. Mas o que será que ela pensava sobre mim? E que porra eu ia inventar para ela sobre a merda do negócio de sobrenome?

Enfiei os dedos pelo cabelo, quase urrando de raiva. Tirei minhas roupas, e finalmente entrei debaixo da água quente. É óbvio que tive que bater uma depois de vê-la naquela roupa deliciosa. E por garantia do meu autocontrole durante aquela porra de jantar.

Aquilo só me deixava pior. Eu não podia, ela era a última pessoa com quem eu poderia ter alguma coisa. Era filha da coroa. A porra da filha dela!

Espalmei as mãos nos azulejos. Foco! Foco desgraçado de merda! Amanhã é sexta, você descobriu que pode sair, então vá trepar, vá foder alguma gostosa, e tira a porra da patricinha da cabeça!

Assenti concordando comigo mesmo e terminei o banho, me enxuguei minimamente e vesti a bermuda. Pendurei a toalha atrás da porta e saí, sentindo um cheiro maravilhoso de algo muito suculento.

Atroz Where stories live. Discover now