35 Sem nada

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Isa  

Abri os olhos atordoada, estava em meu quarto, mas não me lembrava de como havia chegado ali. Me sentei em minha cama esfregando os olhos e me lembrei de Dália falando da minha mãe...

Arfei voltando a chorar — Nick! — gritei, tentando me levantar, e Dália me alcançou antes que eu conseguisse sair da cama.

— Ei... Calma menina, fica calma... Eu estou aqui Isa — ela me abraçou — você tem que se acalmar — recitava, enquanto me embalava de um lado para o outro me chacoalhando como se eu fosse um bebê.

Me soltei dela — Minha mãe...— balbuciei — Cadê ela, Dália?

Seus olhos baixaram — Não tive notícias ainda, querida... Mas vai ficar tudo bem.

Olhei em volta, pelo quarto — E o Nick?

Ela me encarou umedecendo os lábios, o que já me dizia que não era coisa boa. — Meu bem... Ele foi embora.

Abri a boca quase levando um soco no estômago.

— Ele o que? Dália... Ele... Ele não me deixaria, nós... Nós... Ele me prometeu!

— Isa, sua mãe fez o teste, e ele é mesmo o filho dela. Achei que sua mãe gostaria que eu mostrasse a ele, que ele fosse ficar do seu lado, mas... Ele ficou transtornado.

Tapei o rosto com as mãos — Dália... Você não podia... Meu Deus... então ele é mesmo o filho dela? — minha cabeça era uma mistura de loucura, indignação e desespero. — Como vamos achá-lo agora? Eu não faço a menor ideia de onde ele morava... Dália... — Chorei — Eu estou perdendo os dois... Eu...

Ela me abraçou e continuei chorando em seu ombro. O que eu faria sem minha mãe? Aonde ela estava? Ela já havia me alertado tantas vezes que algo daquele tipo podia acontecer. Mas... Eu sempre achei que ela era invencível. E agora... O que havia acontecido? Pelo que ela devia estar passando na mão de bandidos... Enquanto eu... Transava com Nick... Enquanto eu transava com o filho dela...

Eu só queria fechar meus olhos e acordar daquele pesadelo.

****

Três dias depois

Me levantei, vesti uma roupa qualquer e fui ao escritório de minha mãe logo cedo.
Me vesti de coragem para conseguir sair da cama, mas somente eu podia fazer aquilo agora.

Em meio aos processos em sua mesa, encontrei a pasta que ela me mostrara algumas vezes. A procuração para que eu conseguisse movimentar as contas e tomar posse do dinheiro em uma situação de emergência.

Me sentei em sua cadeira, sentindo seu perfume fraco ali. E Oliver entrou na sala, estava com os olhos pesados também, e se sentou a minha frente.

— Como você está Isabella?

Sem mover um músculo do rosto, encarei-o. — Me arrastando... — respirei fundo — pode me dizer no que minha mãe estava trabalhando?

Ele baixou a cabeça e retirou quatro pastas debaixo de uma pilha. — São casos pequenos Isa, e a polícia já está a par de tudo. Você tem alguma ideia do que possa ter acontecido?

Balancei a cabeça negativamente  — Não. Mas... Eu quero saber como eu faço para usar isso. — indiquei a procuração. — A polícia está seguindo várias linhas... Está interrogando funcionários do salão, pessoas que cuidaram da festa, eu, Dália e... Eu preciso resolver as coisas enquanto ela não volta.

Ele assentiu com pesar, me explicou tudo e como não tinha mais ninguém, pedi a ele que resolvesse todos os assuntos. Minha mãe sempre disse que ele era de confiança, que era o melhor advogado do escritório. Então eu podia confiar nele para os "favores" que eu precisava.

Atroz Where stories live. Discover now