- Eu não estou ligando para essa garota, só não quero que mexa... - Sou interrompido.

- Nas minhas coisas. - Matt completa.

James olha para mim e revira os olhos.

- Falando em mexer nas coisas alheias, cadê minha camisa que tem uma caveira no meio? Não estou achando. - James diz e faço uma cara de cínico. - Tá no seu quarto não está?

- Hunrhum. - Digo.

Emma

- Minha pequena, vai ser tão ruim quando eu entrar nesse quarto e não poder te ver mais sentada mexendo nesse computador e perdendo a cabeça por causa da faculdade. - Minha mãe entra no quarto enquanto estou sentada na mesinha do computador vendo quais são as roupas apropriadas para a viagem.

A faculdade sempre me pareceu uma coisa importantíssima, fundamental para medir o valor de uma pessoa e determinar o seu futuro. Vivemos em um tempo que primeiro perguntam onde você estudou e depois perguntam o nome. Sobrenome é uma coisa muito importante. Desde cedo fui ensinada a me preparar para uma boa educação. Cada aula que eu assistia, cada trabalho chato que eu fazia desde o primeiro dia que eu coloquei os pés no ensino médio, tinha como objetivo entrar na faculdade. E não uma faculdade qualquer, minha mãe cismou que eu deveria entrar na faculdade, tinha que entrar na UFRJ, a melhor faculdade de medicina no Rio de Janeiro. Eu não fazia ideia de que faculdade envolvia muito mais coisas que a vida acadêmica. Eu era bem ingênua nessa época, e em alguns sentidos ainda sou. Passei por muitas coisas no ensino médio, foi uma experiência bastante marcante e um tanto estranha no início, conheci um grupo de amigos malucos do meu irmão, os amigos dele eram diferente de qualquer pessoa que eu conhecia, claro, no fundamental não tinha tantos garotos bonitos e mais velhos, a aparência deles me intimidava, um deles me chamava muito a atenção e deixei-me envolver... achei que estava vivendo um filme, e aqueles tramas ridículos era a realidade. Eu teria feito alguma coisa diferente se soubesse o que aconteceria mais para frente? Talvez, talvez machucar o coração foi essencial para aprender crescer e se tornar quem eu sou hoje, a única coisa que eu sei é que minha vida e meu coração nunca mais serão o mesmo depois do amigo do meu irmão. Sobre a faculdade, me trouxe algo bom, não sabia que iria conhecer minha amiga, minha melhor amiga, ela é a pessoa mais louca que conheço, sua beleza ofusca a minha, ela não gostava de pessoas e logo me tornei amiga dela.

- Mãe, você raramente entra no meu quarto. - Ela revira os olhos. - Mais eu sei que é por que você é uma pessoa muito, muito ocupada.

- Também é bem difícil ficar entrando em um quarto que não é nada organizado, parece que não tem ninguém morando aqui.

Queria ser mais organizada? Sim, queria... vou fazer alguma coisa pra mudar isso? Não, não vou.

Daqui duas semanas eu estou indo para Nova York passar as férias de verão com meu irmão, como as aulas estão bem desrreguladas vai demorar um pouco para tudo se regular e assim, tendo mais tempo de ficar com o magnífico James Miller, mais conhecido como Pitoco da mamãe, faz um bom tempo que não vejo ele e sinto muito falta, eu e James sempre fomos muito unidos e ele ter ido para um lugar tão distante foi bem complicado no começo, chorava de saudade dele e sentia um vazio muito grande.

Estou enrolando para ir por que ainda tenho muitas coisas da faculdade para resolver, faço medicina e estou no 3° período, fui para medicina por achar que não tenho talento e nem dom para outras coisas, mas, parece que eu tenho um pouco de sabedoria, "inteligência" é uma palavra forte que não sou capaz de usar para me representar.

Saio dos meus pensamentos com minha mãe me chamando. A Senhora advogada Carla Jones.

- Pequena, ainda tem tanto tempo para você arrumar sua mala. - Sorri mais parece estar triste.

- Eu me conheço e como sou bem voada é bem provável esquecer alguma coisa, é melhor prevenir. - Pego a mala e coloco em cima da cama, fecho o zíper. - Eu trago presente para você. - Ela sorri.

- Filha, só quero que você fala para o Pitoco quanta falta ele faz aqui. - Eu sei e o James deve saber disso também.

- Mãe, qual é? Pitoco? Esse guri ta enorme já. - Sorrio em pensar que ele deve tá parecendo o Hulk. Ele deve tá tomando anabolizante por que não tem condição uma pessoa magricela igual ele era ficar tão forte.

- É muito difícil deixar você ir. - Ela pega no peito, o celular dela toca e parece estar bem longe, ela saí do quarto e antes de fechar a porta diz - arruma esse quarto Emma, nem os porcos conseguiria viver nesse chiqueiro. - reviro os olhos quando ela fecha a porta.

Me deito e fico pensando em como vai ser estar perto novamente do meu irmão, ele citou alguns amigos dele dizendo que eles são legais, não me falou muito deles e eu também não quis perguntar.

Horas depois.

- Eu não quero deixar você ir.

- Não, não, não, nem vem você com esse seu drama aí Lily. - Ela gargalha.

Eu conheci Lily há três anos, quando o James foi embora e eu entrei na faculdade, ela foi a primeira pessoa que eu fui com a cara e ela veio falar comigo por que ela tava sozinha na sala igual eu, todos em panelinhas pareciam que se conheciam a tempos, eram altas gargalhadas que as pessoas davam e eu só me sentia mais deslocada, tenho a impressão que Lily só veio falar comigo para falar mal do pessoal da sala e pedir cola e se tornou a minha melhor amiga, eu me apeguei a ela e ela me fez esquecer um pouquinho a ida do James.

Vai ser a primeira vez que vamos ficar tanto tempo sem se vê. Isso vai ser tão péssimo.

- O nome do seu irmão é aquele mesmo né? Jason? Justin? Como é mesmo? - Ela me olha tentando fazer eu falar e eu gargalho. - Se ele estiver tão bonitinho como você me mostrou na foto eu vou investir.

- Eca, meu irmão ficar com minha melhor amiga é muito nojento e do jeito que o James é, ele deve está namorando. - digo por ele ser um cara mais sério.

- James, esse mesmo. - ela pisca para mim.

- Lily, acorda, meu irmão só vai te iludir, não caia nessa. - digo rindo.

- Vai que na minha vez ele se apaixona? - Ela pisca.

- Sabemos que não. - Sorrio.

- É, não mesmo.

Ela começa a vasculhar meu celular onde eu havia colocado uma senha para ninguém mexer sem permissão, mais para que senha né? Precisa disso não.

- Emma do céu, que amiguinho gato ele tem. - Reviro os olhos. - Olha isso Emma, meu útero cossa. - Ela vira o celular na minha direção e eu viro a cabeça para não olhar.

Ela começou a stalkear o garoto e só ficava elogiando.

- Cheio de tatuagens, parece um rapper, trapper... sei lá! Só sei que é uma delícia. - ela admira a tela do celular.

- Me dá aqui meu celular. - Peço.

- Ele tem muitos seguidores, muito mesmo. Eu conheço o pai dele de algum lugar, acho que esse homem já passou na televisão. - ela fica pensativa.

- Me dá meu celular merda!

- Ignorância senhor. - Ela demora entregar meu celular, mas depois me entrega e eu olho nas pesquisas do insta e não tinha o nome dele lá. - Ué, eu apaguei o histórico, você não queria ver mesmo.

- Não quero mesmo. - Saio do insta e desligo o celular.

- Olha, se esse menino for famoso, que parece que é pelos seguidores no insta, pede para ele gravar um vídeo falando meu nome e me mandando um beijo bem na...

- Lily!!!

- Tá boomm.

Eu mereço isso meu Deus?

- Eu ainda tô sem acreditar que você vai ficar convivendo só com gente bonita. - Ela faz biquinho.

Fecho a cara e ela para de falar.

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O amigo do meu irmão Där berättelser lever. Upptäck nu