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--- Bia On ---
Eu e o Harry decidimos ficar com a Jessie esta noite para que o Zayn possa ficar com a Perrie e a Jade. Assim que a deitámos ela adormeceu instantaneamente e ao olhá-la dormir tranquilamente senti uma paz enorme. E pensar que esta pequenina passou por uma prova cruel quando nasceu, mas no fim ganhou uma família que a ama acima de tudo e agora tem também uma irmã que faz as delícias de qualquer um.
Depois de a aconchegar dirijo-me ao meu quarto onde o Harry dorme serenamente. Deito-me a seu lado e noto que ele me puxa para ele fazendo com que o espaço entre nós desapareça por completo.

Harry: Ela já dorme? (pergunta abrindo os olhos)
- Sim. E tu? Pensava que já dormias.
Harry: É complicado adormecer se não estiveres por perto.
- Não sabia que tinha esse efeito em ti.
Harry: Mas tens.
- Sabes, hoje quando vi a Jade no berçário, lembrei o dia que a Jessie nasceu. Fiquei melancólica.
Harry: Também lembrei esse dia. A maneira como ela sobreviveu e ficou sem a mãe biológica marcou-nos a todos.
- Alguma vez pensaste em ter filhos?
Harry: Filhos? (noto alguma atrapalhação na sua voz)
- Sim filhos.
Harry: Óbvio que sim. Mas acho que somos demasiado novos para isso. Ainda mal temos a nossa vida organizada.
- Mas não gostavas de ter?
Harry: Nada disso. Claro que quero ter filhos e de preferência que sejas tua a mãe. Só não vamos apressar as coisas.
- Desculpa ter perguntado. (viro-me para o outro lado e engulo em seco)
Harry: Ei… Bia, tu estás grávida? (pergunta com algumas falhas na voz)
- Fica descansado que ainda não é desta que vais ser pai.
Harry: Olha para mim. (rodo o meu corpo na sua direcção) Eu só acho que ainda temos tempo. Nada mais.
- Não te preocupes. Apenas te fiz uma pergunta. (encolho-me nos lençóis)
Harry: (pega na minha mão onde está o anel de noivado e olha-o profundamente) Eu quero ser o pai dos teus filhos sim. Eu amo-te demasiado para não ter esse sonho. Não penses que não o quero, pois quero. (beijamo-nos suavemente) Despois de casarmos pensamos nisso, está bem?
- (assinto) Não penses que te quero pressionar. Era apenas uma pergunta.
Harry: Anda cá… (fico imóvel) Anda cá… (puxa-me para os seus braços) Não te quero ver triste.
- Eu não estou triste. (tento disfarçar)
Harry: Engana-me que eu gosto.
- Não te estou a enganar.
Harry: Então porque desde que começamos esta conversa te sinto fria e distante de mim? (olha-me de maneira profunda)
- Desculpa. (encosto os meus lábios aos dele e damos inicio a um beijo electrizante)

A troca de beijos e mimos entre nós continuou até que o sono nos venceu. A meio da noite a Jessie choramingou e eu fui acalmá-la. Depois de ela voltar a adormecer fiquei alguns minutos a olhá-la e a conversa com o Harry sobre termos filhos veio ao meu pensamento. Tenho a sensação que o meu relógio biológico está a entrar em funcionamento, mas não posso fazer nada. Como se costuma dizer “quando um não quer, dois não fazem”. Notei que ele estava com algum receio, medo até. Não sei porquê e isso está a preocupar-me ligeiramente. Respirei fundo e tentei mandar estes pensamentos embora. Regresso ao quarto e reparo que o Harry está completamente esparramado na cama. Com alguma dificuldade, lá consigo que ele se arranje e me deixe deitar.
--- Bia Off ---

--- Harry On ---

Acordo com um peso sobre o meu braço e deparo-me com a Bia dormindo, mas não tranquilamente. Pela sua expressão sei que algo se passa. Lembro de imediato a nossa conversa de ontem à noite e algum arrependimento pelas minhas palavras me assombra. Não que eu não queira filhos com ela, porque quero e muito. Mas o medo que tenho de errar como pai dá cabo de mim. O meu pai “errou” comigo ao diferenciar-me do meu irmão, mesmo que involuntariamente. Eu não quero ser como ele. Quero ser um pai exemplar e tenho medo de não o conseguir fazer. É estupido, eu sei, mas não sei se estou preparado para errar neste passo.
Olho mais uma vez para a Bia passando a minha mão pelos seus cabelos. Dou-lhe um beijo na testa e levanto-me devagar para não a acordar. Ao sair do quarto oiço uns sons vindos do quarto onde está a Jessie e noto que ela está acordada e brinca com as suas mãozinhas. Sorrio com tal cena e aproximo-me pegando nela ao colo levando-a para a cozinha.

Harry: (sento a Jessie na cadeirinha dela) Vamos lá tratar da tua paparoca.

Depois de dar de comer à Jessie aproveito enquanto ela olha para a televisão muito atenta, para tratar do meu pequeno-almoço e da Bia. Alguns minutos passaram quando sinto umas mãos na minha cintura. Arrepio-me com este gesto, mas sinto nas nuvens com ele. Viro-me e deparo-me com a Bia ainda de pijama e meio ensonada.

Bia: Bom dia amor. (abraça-me de forma apressada)
- Bom dia paixão. Está tudo bem? (retribuo o abraço dando-lhe um beijo suave)
Bia: Apenas me senti sozinha quando acordei.
- Não te quis acordar. Além disso a Jessie já reclamava com fome.
Bia: Harry desculpa a minha pergunta de ontem. (baixa o olhar)
- (pego nela e sento-a na bancada) Esquece isso. Não te quero triste, está bem?

Ela assente e eu colo os meus lábios aos dela trocando leves beijos, mas carregados de amor e carinho.

- E se tomássemos o pequeno-almoço? (digo ajudando-a a sair da bancada)
Bia: Que fizeste?
- Torradas e café para mim. Para ti tens croissants e café com leite.
Bia: Humm. Isto cheira bem.

Ela sorri e senta-se na mesa começando a comer calmamente. O Zarry veio até mim reclamar de fome e eu lá lhe dei a ração. A Jessie continuava animada a olhar a televisão.
Depois do pequeno-almoço fomos arranjarmo-nos pois iriamos visitar a Perrie. Tendo em conta que a Jessie não poderia entrar no quarto para visitar a mãe decidimos deixá-la na sala da pediatria a brincar com as outras crianças. Assim que entrámos no quarto da Perrie pudemos ver um Zayn babado pela filha e com grande sorriso nos lábios. Soubemos que o Niall e a Chloe já lá tinham estado para visitar os papás, mas saíram à pressa pois tinham coisas combinadas. Cada vez tenho mais certezas que entre aqueles dois ainda vai haver coisa. O Niall é uma rapaz cinco estrelas e só se entrega a alguém quando realmente esse alguém vale a pena. O Louis e a El estiveram cá também, mas seguiram de imediato para a lua-de-mel. Afinal os dois casaram há pouco mais vinte e quatro horas e precisam de comemorar. Espero que a viagem até ao México corra bem. O Liam e a Sophia estiveram aqui pouco antes de nós chegarmos e ficaram encantados com a pequena Jade.
Olho a Bia entretida na conversa com a Perrie e com a Jade ao colo. A maneira como ela olha para a bebé faz-me sentir culpado pelo que lhe disse ontem. O seu olhar desde que acordou não é o mesmo que mostrava antes da nossa conversa. Desperto dos meus pensamentos quando o Zayn me chama mais que uma vez.

- Desculpa. Que estavas a dizer?
Zayn: Isso agora não interessa. Que se passa contigo? Estás pensativo hoje.
- Não é nada de especial.
Zayn: É alguma coisa com a minha irmã?
- (engulo em seco) Podemos falar?
Zayn: Claro. (pega no casaco) Nós vamos até ao bar e já voltamos.
Perrie: Está tudo bem?
Zayn: Sim amor. Nós já regressamos. (dá um beijo à Perrie e deposita um beijo na testa da filha)

Na minha conversa com o Zayn, desabafei bastante, explicando a minha conversa com a Bia e falando dos meus medos em ser pai e constituir família. Ele foi bastante compreensivo. Pediu para eu tentar falar com a Bia sobre os meus medos e inseguranças. Só assim eu vou poder seguir em frente e com a ajuda dela vou ultrapassar mais este obstáculo. Ele percebeu que talvez a irmã estivesse com o relógio biológico a funcionar e por isso toda a conversa que ela teve comigo. Aconselhou-me a falar com a minha mãe, pois ela seria a pessoa indicada para me aconselhar. Eu concordei com isso e enviei uma mensagem dizendo que precisava de falar com ela, ao que ela me respondeu para ir até casa para lancharmos juntos. No fim da conversa, o Zayn apenas me pediu para ser compreensivo com a Bia e tentar não magoá-la com as minhas palavras, mas acima de tudo com as atitudes que nos podem magoar aos dois.
--- Harry Off ---

--- Bia On ---
Depois do Harry e do Zayn terem saído do quarto a Perrie perguntou-me o porquê de eu e o Harry parecermos quase o casal infeliz ao contrário do que seria normal. Afinal estamos noivos e isso seria o motivo de felicidade e não o contrário. Com calma expliquei o que estava a acontecer.

Perrie: Não fiques triste. O Harry pode estar apenas com medo de dar esse passo contigo.
- Eu sei disso. Mas o facto de ele estar distante assusta-me um pouco. Esta noite acordei e dei por mim a pensar que posso não ser a pessoa que ele merece e precisa na vida dele. Que posso não ser a pessoa indicada para ser mãe dos filhos dele.
Perrie: Não penses assim. Tenho certezas que o Harry apenas está inseguro e tem medo de dar esse passo tão grande como o de ser pai.
- Tenho as minhas dúvidas. Ele foi claro com o que disse.
Perrie: Que estás a pensar fazer?
- O que ele pediu. Esquecer o assunto. (respiro fundo)
Perrie: Ser mãe ou pai é das melhores coisas que pode acontecer a um ser humano. Ele pode não querer ser pai por agora, mas num futuro próximo ou não, com certeza quererá sê-lo.

Preparava-me para responder quando o Zayn regressa na companhia do Harry que me olha como se me quisesse decifrar.

Harry: Bia hoje vou lanchar com a minha mãe.
- Está bem. Manda-lhe um beijinho meu.
Zayn: Eu tenho de ir a casa tomar banho e ver da minha outra princesa.
Perrie: Já tenho saudades da Jessie. A Jade traz-me paz, mas a Jessie vai ser sempre especial. (pega na pequena Jade e aconchega-a)
- Vocês têm uma família linda.
Harry: É. A Bia tem razão.
Perrie: Posso considerar-me uma sortuda por três pessoas tão especiais comigo.
Zayn: Vocês também vão formar a vossa família.
- Já tive mais certezas. (murmuro mas parece que me ouviram pois olham-me de forma perplexa) Harry espero por ti la fora. Vou ter com a Jessie.

Saí daquele quarto rapidamente em direcção à pediatria do hospital onde tinha ficado a Jessie a brincar com outras crianças. Ao ver a minha afilhada, sentei-me a seu lado e perdi-me nos meus pensamentos ao lembrar vários momentos passados.

Passaram horas desde que eu e o Harry fomos visitar a Perrie e a pequena Jade. A Jessie esta trade regressou a casa com o pai. O Harry foi lanchar com a mãe e eu aproveitei para ir desanuviar com a patinagem. Quando regressei do treino, tomei o meu banho e quando me preparava para fazer o jantar recebo uma mensagem do Harry a dizer que ele trás o jantar. Assim sentei-me no sofá vendo uma série na televisão enquanto ele não chegava.
Passados alguns minutos oiço a porta de casa e vejo o Harry entrar com um ramo de rosas na mão e um saco, que presumo ser do jantar, na outra.

Harry: (pousa o saco na mesa e aproxima-se com as flores) Toma. São para ti. (sorri sentando-se a meu lado no sofá)
- Obrigada. A que se deve este gesto? Não faço anos e acho que não esqueci nenhuma data especial.
Harry: Não me digas que já não posso mimar a minha namorada e minha futura mulher? (beija-me suavemente os lábios)
- Podes sim. Aliás eu adoro os teus mimos. (beijo-o com paixão)
Harry: Ainda bem, porque hoje estás por minha conta.
- Hã?! (pergunto de forma admirada e sem entender o que ele quer dizer)
Harry: Hoje quero compensar-te pela forma errada com que falei contigo ontem à noite.
- Oh. Harry já te disse para esqueceres isso. Como tu dizes “vamos com calma”.
Harry: Mas eu não quero calma. Eu quero-te a ti. E mais do que imaginas.

Os nossos beijos eram intensos e fogosos. Somos interrompidos com o latido do Zarry a reclamar de atenção e afastamo-nos repentinamente, mas de sorriso nos lábios. Dirigimo-nos à cozinha onde jantámos animadamente. No fim, o Harry nem me deixou arrumar as coisas dizendo que tinhas algo mais importante para fazer. Foi complicado aguentar o desejo que ele me estava a provocar e só depois de tudo arrumado nos entregámos ao prazer de estar nos braços um do outro.
--- Bia Off ---

Hate and LoveWhere stories live. Discover now