71.

10.1K 321 14
                                    

--- Bia On ---
Um mês passou desde o nascimento da Mel e digo que a vinda dela foi uma lufada de ar fresco para a nossa família. A alegria que ela nos traz é enorme. Na semana passada eu e a Perrie fomos dar com o Zayn e o Harry a brincar com ela como se fossem crianças. Foi um momento muito fofo de se ver.
Neste mês houve algumas mudanças. A Inês e o Niall estão meio zangados e recusam-se a contar a quem quer que seja o que se passa. Não sei porque, mas acho que pode ter alguma coisa a ver com ciúmes. Aliás quando e que aqueles dois não sentem ciúmes?. Os trabalhos da reconstituição da polícia sobre o que se passou com o Jeremy terminaram e acho que foi desgastante para todos. O Harry está com um odio de morte ao Jeremy e tenho receio do que aconteça quando tiverem de estar frente a frente. Os meus treinos de patinagem têm corrido muito bem e tanto a Becca como a Mrs. Gomez dizem que existem fortes probabilidades de eu ganhar o campeonato. Os rapazes estão nas nuvens pois para o próximo mês sai para venda o cd deles. Quando soubemos houve um grande jantar de celebração. A Kate?? Bem essa tem tentado falar comigo várias vezes, até através do Jace, mas eu recuso sempre. Mas no fundo algo me diz que pode ser grave o que se passa. Apenas me recuso a falar pois não quero que o Harry se chateie comigo, apesar de ter vontade de falar com ele sobre isso não sei o que fazer.
Os meus pais decidiram finalmente querer mostrar-me a casa que compraram para mim e eu fiquei deliciada com a localização e a vista. Apesar de pequena para mim é perfeita. Ainda não tive coragem de me mudar, por isso acho que vou ficar em casa deles mais uns tempos. Quem sabe até tomar coragem para talvez pedir ao Harry para ir viver comigo. Isto é apenas um pensamento e não tenho certezas de nada.
Estou agora a tentar estudar um pouco, mas a vontade é nula. A minha mãe e o meu pai decidiram levar a Mel a apanhar um pouco de ar. Apesar do medo eles tiveram essa coragem. Devem estar a perguntar porquê medo. Sim medo. De há uns dias para cá os maus pais têm recebido umas cartas e uns telefonemas um quanto ameaçadores.
Ontem recebi a carta do tribunal a comunicar que o julgamento do Jeremy é dentro de três dias e eu estou bastante nervosa. Todos os meus amigos e família têm estado do meu lado, mas não tem sido fácil lidar com a situação. Talvez seja por isso que não me consigo concentrar em nada.
Perdida nos meus pensamentos sou interrompida por um estrondo e um choro desesperado vindo da sala. Levanto-me e corro a ver o que se passa e o Zarry vem comigo também ele alarmado.
Assim que lá chego vejo a minha mãe lavada em lágrimas e o meu pai desesperado e a chorar também. Reparo que falta a Mel…

- O que aconteceu? Onde está a Mel? (questiono com medo da resposta)
Ellen: Ela… Eles… (fala aos soluços)
- Caramba respondam. Onde está a Melanie?
James: Alguém a levou.
- Como assim levou? Não pode ser. (lágrimas começam a formar-se nos meus olhos)
James: Eu fui comprar a água… e a mãe ficou com ela…
Ellen: A culpa é minha… Não devia ter ajudado aquela senhora… A minha filha foi levada…
- Não pode ser… não pode…

Vejo o meu pai agarrar no telemóvel visto que não parava de tocar e atender rapidamente, mesmo sem olhar para quem chama.
Sento-me ao lado da minha mãe e abraço-a forte. O meu pai está com uma cara mesmo séria ao telefone e assim que desliga a sua expressão é de tristeza, mas ódio acima de tudo.

James: Ele tem a Mel…
- Ele quem? (vejo a minha mãe limpar as lágrimas e tentar ouvir o que o meu pai diz)

 A campainha toca e eu levanto-me para atender e assim que abro a porta oiço o meu pai dizer “Jeremy e Jack mandaram raptar a Mel”. O meu coração parou ao ouvir os dois nomes que mais temo na vida. Olho novamente para a porta e vejo o Zayn em estado de choque com o que acabou de ouvir. Ele entrou silenciosamente e sentou-se em estado de choque. Corri à cozinha para ir buscar água para ele e para a minha mãe.

Zayn: Eu perdi uma das minhas meninas. Novamente fui afastado de uma irmã. (lágrimas começaram a cair pelo seu rosto e inevitavelmente a minha mãe abraçou-o e chorou no seu ombro)
Ellen: Desculpa ter falhado a minha promessa… Eu… Desculpa…
Zayn: (fecha o punho) Ellen você não tem culpa. Agora aqueles dois filhos da mãe… Eu dou cabo deles.

Pela primeira vez vi o olhar do Zayn meter algum medo. Arrepiei-me com isso e não me sentia nada confiante com o que viria a acontecer.
O resto da tarde foi uma autêntica confusão. A Perrie e a mãe Bella vieram aqui a casa dar apoio. O Louis e a Eleanor ligaram e disseram que se soubessem alguma coisa nos diriam imediatamente. A Sophia e o Liam apesar de estarem de fim-de-semana na casa dos pais dela fizeram questão e dizer que viriam mais cedo. O Niall também me ligou bastante preocupada e disse que assim que conseguisse vinha ter comigo. A minha irmã é muito querida por todos. Todos se sentem um pouco de “tios” dela. O ambiente é tenso e o jantar mal foi comido. A minha mãe chora inconsolavelmente e o meu pai tenta com que ela se acalme mesmo sabendo que também ele está de coração partido. O Zayn optou por continuar calado e evita falar com quem quer que seja. Imagino como ele se esteja a sentir, pois eu sinto-me igual ou pior.
Agora aqui estou eu deitada na minha cama mas tentando não chorar. Eu sei que é difícil, mas eu sou forte eu tenho de ser. Oiço uma batida na porta e nem me dou ao trabalho de responder. Sinto alguém se aproximar de mim e pelo perfume sei que é o Harry. Olho para ele e finalmente lágrimas caem pela minha cara.

Harry: Shhh. Eu estou aqui. Podes chorar o que quiseres… (abraça-me forte e eu choro abraçada a ele)
- Porquê a Mel? Porquê ela? Ela é tão pequenina.
Harry: Nós vamos trazê-la de volta. Vais ver que não tarda ela está aqui connosco.
- Já sabes quem foi?
Harry: (assente) Recebi um telefonema do advogado do Jeremy. (olho para ele confusa) Ele apesar de o defender vai ajudar-nos a que ele fique preso uns bons anos. Mas aí eu lembrei um dos trunfos que temos contra ele.
- Qual?
Harry: Um dos envelopes que a Kate nos entregou.
- As provas?
Harry: Sim.
- Já viste o conteúdo?
Harry: Não. Queres vê-lo agora? (assinto)

O Harry retira da sua pequena mochila um envelope castanho e respirando fundo começa a retirar papéis e fotos lá de dentro. Espalhou em cima da cama e à medida que íamos lendo e vendo fomos ficando cada vez mais chocados.
Entre facturas falsificadas, levantamentos bancários, exames médicos sobre doenças, fotografias de assaltos e mapas de casas, havia de tudo.
Houve algumas coisas que nos chamaram a atenção. O Harry pega num mapa e vê que é nada mais nada menos que o mapa da casa que o Niall tinha e foi assaltada. Pego numa foto e vejo que o Harry fica estático quando a olha também. Era nada mais, nada menos que o Thomas e o Jeremy juntos. Uma lágrima se apoderou do Harry e nem sei como havia de reconforta-lo. Um pequeno envelope branco saltou à vista e continha pedaços de papel que formam o género de diário ou qualquer coisa assim. assim que o Harry retirou o papel decidiu ler em voz alta.

“Nem sei porque estou a escrever isto. Mas acho que quero marcar a diferença e um dia relembrar este meu pequeno grande acto. Aquele Styles não se vai ficar a rir. Por sua causa estive preso e o menino bonito apenas cumpriu trabalho comunitário.

Ele tem a miúda que amo – Kate –, mas não vai ser por muito tempo. Pelo que sei a Inês está de mal com o irmão dele e nada como começar por aí para lhe fazer frente.

Pedi à desgraçada da Inês para me ajudar, mas ele recusou. Só espero que aquela cabra não abra a boca ou vai ser pior. Soube que o Styles vai cantar hoje no festival e que tal eu fazer uma partida aos manos. Deixa cá ver… Um carro… Uma oficina… Um mecânico… E quem sabe a falta de um travão.

Recebi hoje a noticia que o Thomas Styles morreu no acidente, mas que o irmão saiu ileso. Como é possível, se era para estarem os dois dentro daquele carro? Pois a cabra da Inês fez merda e da grossa. Mas ela não perde pela demora.

Acabei de ganhar uma pipa de massa à conta da Beatriz. Como aquela miúda ingénua pode pensar que eu gostava dela. Confesso que fui um bom actor. Pelo menos ela terá uma marca minha para todo o sempre. A miúda até que é boa de cama, mas sem dúvida a miúda que quero é a Kate. E essa já faltou mais. Agora com o Styles sem o maninho querido e a entrar em depressão.

Finalmente a Kate é minha. Depois da noite que passámos, tenho certezas que ela é a miúda certa para mim. Não tive pena do Harry nos ter apanhado. Ele merecia e até acho que foi pouco pelo que ele fez.

A Kate afastou-se de mim. Está com medo do que eu posso fazer. A miúda é medrosa, mas não deixo d me sentir atraído por ela.

Beatriz e Harry… Isso não pode estar a acontecer. Eles não se podem juntar. Ela em parte é minha e sempre será. Não vai ser o Styles a ficar com ela.
Nem que eu tenha de voltar a fazer com que ela perceba que só eu posso estar com ela.

Ela está de volta. A Kate voltou e vai ser minha aliada para destruir o casal maravilha. Até a Kate quer vingança. O Styles foi burro em envolver-se com a namorada do maninho querido.

O Jack tem imenso dinheiro e por isso eu tenho de reaver a Beatriz. Ela tem de ser minha novamente. Eu sei que posso ser útil ao Jack para ter a Ellen de volta. Vou propor-lhe uma parceria assim que ficar com a “filha” dele.

Aquele pulha do Malik não me deixa aproximar da Beatriz. Estou-lhe com um pó que nem o vejo bem.

A Beatriz está em coma. Queria ir visitá-la, mas não posso. A policia anda atrás de mim e tenho de arranjar maneira de saber noticias dela.

Hoje vou colocar em marcha o plano para destruir a faculdade. Depois de tudo oq eu aquela instituição fui completamente proibido de lá entrar.”

À medida que o Harry ia lendo cada frase daqueles pedaços de papel eu podia ver o odio, a raiva e também tristeza pelo que estava ali escrito. Ele olha para mim com os olhos marejados e murmura um “desculpa” saindo do quarto e de seguida de minha casa. Ainda corro até à porta, mas já não o apanho.
O meu pai vem perguntar o que se passa e eu limito-me a chorar no seu peito. Ele leva-me até ao sofá da sala e tenta acalmar-me, mas sem sucesso.

James: Bia por favor acalma-te. (abraça-me enquanto eu choro)
Perrie: Eu vou buscar água. (dirige-se à cozinha)
Zayn: Tu e ele zangaram-se? (nego e recomeço o choro)
Perrie: Aqui está a água. (entrega-me o copo e bebo de uma assentada só)
Zayn: Que aconteceu?
- A mãe? (falo com voz baixa)
James: Está no quarto com a Bella. Tivemos de lhe dar um comprimido para ver se se acalma.
Perrie: Bia afinal o que aconteceu com o Harry? Porque é que ele saiu daqui assim?
- O Jeremy…
Zayn: Que fez esse filho da mãe desta vez?

Levanto-me e dirijo-me ao meu quarto para buscar o envelope e os papeis que eu e o Harry lemos. Eles leem e no fim as suas expressões era de puro choque. Nenhum deles queria crer que o Jeremy fosse capaz de ir tão longe. Programar todos os acontecimentos incluindo a morte do Thomas era demais.

Perrie: Como tens estas provas todas?
- A Kate entregou-me a mim e ao Harry um envelope com isso. E apenas disse para usarmos quando fosse necessário.
James: O que está aqui dá para o prender por uns bons anos.
Zayn: E porque te daria a Kate um envelope desta importância?
- Ela disse que a resposta a todas as perguntas está no segundo envelope que ela nos deu.
Perrie: Mas há outro envelope?
James: E que diz ele?
- Não sabemos. Ela pediu-nos apenas para abrir no dia em que o seu filho nascesse.
Zayn: Acho tudo isso muito estranho.
Perrie: Tens de entregar isso à policia. (aponta para as provas)
- Entrego apenas quando souber onde está o Harry. Acreditem que o olhar dele quando saiu daquele quarto era sombrio. Tenho medo que do que ele possa fazer depois do que descobriu. Ele durante dois anos se sentiu culapado pela morte do Thomas e no fim sabe que foi o Jeremy o mentor disso tudo.
James: Nós vamos encontra-lo. Assim como vamos trazer a Mel de volta a casa.

Ao pronunciar o nome da Mel o meu coração aperta por não saber onde está a minha irmã. Vejo a mãe Bella regressar à sala e dizer que finalmente a minha mãe adormeceu.
O meu pai contou o que se estava a passar e ela foi a primeira a dizer que tudo se ia resolver. No fundo ela tentou transmitir a segurança e paz que precisávamos. O advogado telefonou a dizer que a policia já estava ao corrente do que se estava a passar e ia fazer de tudo para trazer a Mel de volta para nós.
Decidi ligar aos pais do Harry a contar o que se estava a passar e eles logo se colocaram em alerta. Apenas lhes pedi que viessem até minha casa para poder falar com eles. Nunca iria contar pelo telefone. Eu sei que a morte do Thomas ainda está muito presente, mas eu preciso de fazer de tudo para proteger o Harry. Eles disseram que vinham o mais rápido que podiam. No fim decidi ligar a uma pessoa que me contou a verdade e eu mal queria acreditar. Mas para isso dirigi-me ao meu quarto para ter alguma privacidade.

*Chamada On*
XX: Olá. Não estava à espera que ligasses.
- Ele já sabe a verdade.
XX: O envelope?
- Sim. Estava na hora de o abrir… A Mel foi raptada.
XX: Desculpa… Eu não queria…
- Não tens culpa.
XX: Como ele está?
- Saiu e nem disse para onde ia. Não faço ideia onde ele possa estar.
XX: Tenho pena de não te conseguir ajudar.
- Esquece isso. Ele vai aparecer. Eu sei que sim.
XX: Que vais fazer ao envelope?
- Entregá-lo à policia.
XX: Força nisso.
- mas tens noção que também estás em sarilhos certo?

XX: Não tem mal. Em breve vou deixar de estar.
- Que queres dizer com isso?
XX: Já te disse que as respostas estão todas no mesmo sítio. Sê paciente.
- Está bem.
XX: Bem vou ter de ir.
- Kate?...
Kate: Sim.
- Obrigada.
Kate: De nada.
*Chamada Off*

E depois disto se a minha cabeça já estava o caos ainda pior ficou. Mais uma vez sou interrompida dos meus pensamentos com o toque da campainha e depressa oiço as vozes dos pais do Harry. Pediram licença para entrar e eu dirijo-me à sala para conversar com eles. Com alguma calma tentei encontrar as palavras certas para contar o que se passou e o que aconteceu no passado. Nenhum deles queria crer, mas quando lhes mostrei as provas vejo a Anne cair num choro enorme e o Ben ficar em estado de choque sem saber o que pensar ou fazer. Por breves instantes o tempo parou porque um telemóvel tocou. Olhei para a mesa da entrada e das duas uma: ou era o meu telemóvel e eu desejava que fosse o Harry, ou era o do meu pai e um dos raptores da Mel estava a entrar em contacto connosco.

Hate and LoveWhere stories live. Discover now