66.

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Os dias passaram a correr e o dia que eu mais temia chegou. Nestes últimos dias, o Harry foi o meu grande apoio. Por mais que eu tentasse não conseguia esquecer o medo e as lembranças do que se passou.

Agora encontro-me à entrada do bar onde tudo aconteceu. Olho à minha volta e encontro várias pessoas a posicionarem-se e a dar indicações de como vão correr as coisas. O meu cérebro está bloqueado e não consigo pensar. Pela primeira vez desde aquela noite vou ter de contar o que realmente se passou lá dentro. Mesmo que não seja eu a representar tive de dar algumas indicações à rapariga que me iria substituir e posso garantir que várias vezes tive vontade de fugir e gritar.
Sinto uma mão no meu ombro e assusto-me ligeiramente, virando de imediato.

XX: Desculpe não a queria assustar.
- Não tem mal.
XX: Vamos começar? (engulo em seco e assinto)

E agora seja o que Deus quiser. Devagar me levanto e sigo um dos técnicos para dentro do bar. Ao chegar lá dentro vejo os meus amigos na conversa tal como naquela noite. O meu olhar vai de encontro ao do Harry e por uns segundos ele tenta transmitir-me alguma segurança.
Vejo o advogado e o técnico vir ter comigo.

Advogado: Beatriz, se quiseres podemos parar quando quiseres.
Técnico: Não queremos que te sintas mal por fazeres isto.
- Não se preocupem. Eu estou bem.
Dr. Robin: (aproxima-se de nós) Qualquer coisa, eu estou aqui com a Drª. Kristina.
- Eu só quero despachar isto.

Por mais que tentasse transparecer que estava bem, algo me impedia de relaxar. Olho novamente para os meus amigos e vejo o meu irmão levantar-se na minha direcção.

Zayn: Bia, sei que vai ser difícil relembrar, mas se quiseres podes parar, ok?
- Eu sei mano. (ele dá-me um beijo na testa e regressa ao seu lugar)
Técnico: Ora bem. Atenção…
- Espere… Dê-me dois segundos.

Ele olha-me confuso assim como quem estava presente. Observo a mesa dos meus amigos onde também eles estavam confusos com o meu pedido. Encarei o olhar que tanto queria e numa questão de segundos fui abraçar o Harry. Ele recebeu-me de braços abertos e deu-me um leve beijo nos lábios.

- Promete que vais estar sempre aqui. (suplico olhando nos seus olhos verdes)
Harry: (pega-me no rosto) Estarei sempre aqui. (volta a abraçar-me)

Volto a olhar os seus olhos e seguidamente afasto-me regressando ao meu lugar.

Perrie: Isto não vai ser fácil para ela. (suspira)
Niall: Ela é mais forte do que pensamos. Vai tudo correr bem.
Harry: Deus te oiça Niall. Não vou aguentar vê-la relembrar tudo se isso a prejudicar.
Louis: Vá pessoal, pensamento positivo.
Técnico: Pois bem. Vamos dar inicio à cena…

*Flasback On*
Entrámos e logo avistámos os nossos amigos numa mesa e bastante animados por sinal. Assim que nos vêm acenam e vamos ter com eles. Apenas há uma cadeira e o Harry senta-se puxando-me para o seu colo segurando-me como se não quisesse que eu fugisse. Por um lado sinto-me confortável estando assim com ele, mas depois daquela mensagem não sei o que pensar.
A Perrie percebeu que havia qualquer coisa no meu comportamento que me faz ficar distante, mesmo estando aqui para comemorar uma coisa boa que me aconteceu.

Perrie: Bia posso falar contigo uns minutos?
- Sim claro. (levanto-me mas não sem antes ouvir a Sophia)
Sophia: Que querem beber?
Liam: Amor eu vou contigo ao bar.
Louis: Para mim pode ser uma bebida forte.
Niall: Elah que é isso Tommo? El tens de tomar conta do teu homem.
Elelanor: Não te preocupes que não o vou deixar esticar-se. (ri-se)
Zayn: Para mim qualquer coisa serve.
Harry: Estou a ver que o teu humor ainda está negro, Zayn.
Zayn: Que seja. (olha para mim intrigado e com olhar preocupado)
Perrie: Vamos Bia? (assinto e o Harry pega-me no braço)
Harry: Vodka Laranja? (sorri)
- Ui afinal conheces-me melhor que ninguém. (dou-lhe um beijo e retiro-me com a Perrie)

Ambas nos dirigimos a uma zona mais calma e por incrível que pareça sinto que a qualquer momento a minha vida se vais desmoronar.

Perrie: Que se passa contigo?
- Como assim?
Perrie: Bia tu estás distante e o teu sorriso é meio forçado. Foi alguma coisa com o Harry?
- (suspiro) Mais ou menos. (digo sem encarar o seu olhar)
Perrie: Que foi que ele fez desta vez?
- Ele nada, mas tenho a sensação que pode vir a acontecer alguma coisa nada boa entre nós. (ela faz cara para eu continuar) Recebi uma mensagem que me deixou meio inquieta. (mostro-lhe a mensagem e ela arregala os olhos)
Perrie: Sabes que pode ter sido engano. (dá-me o telemóvel de volta)
- Tenho dúvidas. Já não é a primeira vez que me mandam mensagens de respeito ao Harry.
Perrie: Bia o Harry adora-te e era incapaz de fazer o que quer que fosse para te magoar. Ele ama-te demasiado para isso. Tu fizeste com que ele voltasse a ser o Harry de antigamente. O Harry que todos conhecíamos e pensávamos estar esquecido. Por favor não penses no pior.
- Eu sei disso, mas é complicado. O passado do Harry não ajuda muito e…
Perrie: Nem te atrevas a terminar a frase. Não é o passado que define a pessoa, mas sim a personalidade e o carácter.
- Obrigada Pezz. Não sei o que faria sem a tua amizade. (sorrio para ela)
Perrie: Eu que agradeço ter uma amiga como tu. Posso conhecer-te à pouco tempo, mas há qualquer coisa em ti de diferente e que me faz querer ter a tua amizade. Vamos ter com o pessoal e esquece a mensagem. Vais ver que não é nada de especial.
- Está bem. Vou tentar abstrair-me. Até porque o Harry já desconfia que não estou bem.
Perrie: Isso mesmo. Não deixes que isso te afecte. (íamos em direcção à mesa) Ah mais uma coisa…
- Sim.
Perrie: Fala com o Zayn.
- Isso se ele quiser falar comigo. Nunca pensei que ele reagisse daquela maneira.
Perrie: Ele apenas se preocupa contigo. És mais importante para ele do que possas pensar.
- Ok eu falo com ele. (sorrio) Se não te importas vou à casa de banho e já vou ter com vocês.
Perrie: Até já então. (sorri para mim e afastasse até à mesa)

Depois de alguns tropeções, finalmente entrei o na casa de banho e nem estava muito cheia. Apenas uma rapariga retocava a maquilhagem e duas das cabines estavam ocupadas. Dirigi-me a uma das cabines e senti-me muito mais aliviadas. Estava a acabar de me arranjar quando oiço vozes que até me pareciam familiares – um rapaz e uma rapariga.

XX: Então fizeste o que eu te pedi?
XxX: Sim eu enviei a mensagem.
XX: Como ela reagiu?
XxX: Não sei Jem. Não estava lá para ver. (bufou)

Jem? Não pode!!! Levei a mão à boca. Ele é o… e ela… Não queria acreditar no que estava a ouvir. Tentei fazer o mínimo barulho possível de maneira a não ser descoberta e ouvir o resto da conversa.

XxX: Sabes que eles estão aqui?
XX: Sério? Muito bom saber. (mesmo sem os ver aposto que um sorriso estava naquele rosto)
XxX: Mas fiz mais que a mensagem.
XX: O que fizeste? Espero que não tenhas deitado tudo a perder.
XxX: Tem calma. Eu apenas fui a casa dele. Ele vai voltar a cair nos meus braços. E tu podes ficar com a mosca morta.
XX: Já disse que a mosca morta vale mais do que pensas. O pai dela é rico…
XxX: Mas está preso.
XX: Ela vai ser minha e tu vais ajudar a separar o casalinho sem sal.
XxX: Ok, ok. Tu lá sabes. Eu só quero o Harry de volta nos meus braços.
XX: Duvido que ele te dê o que eu dei.

Oiço uns barulhos que parecem beijos e o meu coração parecia que ia saltar da boca a qualquer momento com tudo o que acabei de ouvir. Dá-me uma vontade de espirrar e não consigo controlar mais e solto o espirro. Tapo a boca, mas é tarde demais.

XxX: Quem está aí?
XX: Parece que temos companhia.

Sinto o bater em todas as portas até chegarem aquela da cabine onde estou. Em três tempos a porta abre-se e alguém me agarra braço, puxando-me para fora do compartimento.

XX: Olha, olha o que temos aqui. Estava com saudades tuas baby. (empurra-me contra a parede começando a mordiscar o meu pescoço)
- Larga-me Jeremy. (tento livrar-me dele, mas ele é mais forte)
Jeremy: Nem pensar. Vou ter o que quero.
- Tu não vais ter nada meu, nem da minha família. Como a Kate disse o meu pai está preso.
Jeremy: Mas não deixa de ser rico. Ahahah… Põe o telemóvel a gravar (diz para a Kate)
Kate: O que vais fazer? (pergunta atordoada)
Jeremy: Terminar o que devia ter terminado na festa. Agora faz o que eu te digo e depois sais e vigias a porta até que te dar ordem para entrares novamente.

Ela meio reticente faz o que ele pediu e sai deixando-nos sozinhos. Eu estava a ficar com medo do que ele poderia fazer e rezava para que o Harry ou até mesmo o Zayn desse pela minha demora e viessem à minha procura.
*Flashback Off*

Até aqui tudo correu bem. Os técnicos tiravam anotações, assim como o advogado e os médicos ali presentes. Respirei fundo, pois eu tinha noção que agora seria o pior. A medo segui até à casa de banho e quando entrei um arrepio atravessou o meu corpo. A rapariga que iria fazer de mim própria olhava para mim como que a pedir ajuda. Quem visse parecia que ela estava com receio que o que acontecesse me magoasse. O Dr. Robin trouxe um copo de água, visto eu ter começado a tremer e a ter suores frios. Bebi tudo de uma vez e encostei-me na entrada da porta vendo o desenrolar da situação.

*Flasback On*
Eu tento desenvencilhar-me dos braços dele, mas ele tem mais força que eu. Era practicamente impossível sair daqui.

Jeremy: Ah, nem penses que vais fugir. (ele agarra-me os braços e prende-me contra a parede de modo aos nossos rostos ficarem colados)
- Jeremy por favor, deixa-me em paz. (lágrimas ameaçavam cair) O que é que queres de mim? Já não chega tudo o que fizeste no passado? (pergunto ao ver que ele se aproximada demasiado dos meus lábios)

Antes que ele respondesse, os seus lábios chocaram com os meus e num impulso o empurrei e tentei mais uma vez fugir dali.

Jeremy: (agarra-me o braço e dá-me um estalo) Tu não podes fazer isso. Agora vais ver o que é realmente alguém que te dá prazer.

Com toda a brutalidade ele deitou-me no chão. Tentei em vão debater-me. Ele sentou-se em cima de mim e começou a esfregar-se em mim. A minha angústia aumenta e começo a soluçar. De repente sinto a minha camisola rasgar fazendo-me gritar. Maldita a hora em que gritei, pois recebi um estalo em recompensa. As suas mãos seguram as minhas enquanto ele me beija o pescoço e me sussurra palavras sujas.

Jeremy: Diz para mim que o Styles não presta. (grita enquanto me retira as calças) Diz!!!
- Por favor… (a minha voz soa embargada)
Jeremy: Diz!!! Diz que só eu te dou um prazer infindável. Tu foste minha uma vez e vai voltar a ser. Diz! (volta a gritar, beijando todo o meu corpo de seguida)
- Não. Jeremy, não. (tento soltar-me)
Jeremy: Tu vais ser minha. Quer queiras ou não. Tu és tão boa. (passa a mão entre as minha coxas e eu choro incontrolavelmente)
- Deixa-me… (já não tenho forças para gritar)

Visto eu chorar, ele colocou um lenço na minha boca, impedindo-me de soltar qualquer som que o pudesse denunciar.

Jeremy: Eu sei que tu queres amor.

Ele passa a mão pelos meus cabelos e fechou os olhos, voltando de seguida aos beijos. Aos poucos ele posicionou-se em cima de mim.

Jeremy: Agora vais apenas gemer quando eu quiser.

Soltei um grito abafado pelo lenço e ele olhou-me de forma furiosa, desferindo-me vários estalos. Não me perguntei onde fui buscar forças, mas eu não queria aquilo de forma nenhuma. Assim a muito custo consegui empurra-lo e levantar-me. Coisa errada pois ele agarra-me novamente e conforme me puxa caio e tudo fica escuro.
*Flashback Off*
 
Lágrimas minhas escorriam na minha cara. Olho para todos e vejo que estão atónitos com o que realmente se passou. O meu olhar cruza-se com o dos meus amigos e não suporto ver que estão com pena de mim… Ou nojo quem sabe. Não aguento e vou dando passos para trás até sair daquele sitio. Eu estou a sufocar aqui dentro. Ignoro todos os que chamam por mim e vou até ao estacionamento onde me encosto a um dos carros. As minha pernas tremem que nem varas verdes e quando dou por mim vejo tudo a andar à roda. Só quero que isto pare. Oiço o meu nome e no instante que me viro uma tontura se apodera de mim.
--- Bia Off ---

--- Harry On ---
Ainda estou em estado de choque com o que se passou hoje. Nunca me passou pela cabeça que o que se tinha passado fosse desta forma cruel. Os meus amigos que viram o vídeo no telemóvel do Jeremy sempre disseram que era monstruoso, mas eu como sempre recusei ver, nunca pensei nestas proporções. Aquele filho da mãe do Jeremy. Estou com vontade de o matar com as minha próprias mãos. Quando a Bia saiu do bar eu corri atrás dela, visto ela ter ignorado todos aqueles que a chamaram. Fui dar com ela encostada ao carro no estacionamento. Ela estava chorosa e mal respirava devido aos soluços. Ao chamá-la, no momento em que ela se vira vejo-a desfalecer nos meus braços.
Foi tudo muito rápido e o Dr. Robin chamou a sua equipa para ajudar. O Zayn desesperava assim como eu. Mais uma vez voltei a ver a mulher que amo desmaiada. O Dr. Robin optou por trazê-la ao hospital. Ele queria saber e ter certezas que ela estava bem. Os técnicos da polícia cancelaram o resto dos trabalhos e apenas se ficaram pelos depoimentos.
No caminho até aqui, liguei aos pais da Bia e pude notar a preocupação em que ficaram. Em menos de quinze minutos aqui chegaram. Já passaram largos minutos e nada do médico dar notícias. Começo sinceramente a desesperar e vou dar em maluco se não tiver informações rapidamente. Respiro fundo e tal como o Zayn não consigo parar quieto.

Perrie: Por favor Zayn. Pára um bocadinho.
Zayn: Não consigo. É a minha irmã que está lá dentro. Mais uma vez por causa daquele filho da mãe, ela está neste hospital.
- A minha vontade é dar cabo dele. (cerro os punhos)
James: Tenham calma. Pelo que vocês disseram ela apenas desmaiou e se tudo correr bem não há-de ser nada de grave.
Ellen: Assim espero James. Não quero ver a minha filha naquela cama adormecida novamente.

Assim me caiu a ficha com as palavras da Ellen. Eu também não quero ver a Bia naquele estado novamente. Mas porque raios o Dr. Robin ainda não nos disse nada.
Passaram mais uns minutos e vejo o médico entrar na sala com a Drª Kristina.

James: Então como está a nossa filha?
Ellen: Que teve ela?
Dr. Robin: Tenham calma. A Beatriz não aguentou a pressão e o stress da situação e acabou por ficar com atenção alta. Foi isso que provocou o desmaio. Ela agora está bem e desejosa de vos ver. (sorri para nós)
Drª Kristina: Eu passei o atestado juntamente com a Dr. Robin para a Beatriz estar isenta de voltar a participar nesta reconstituição. Aos poucos ela vai recuperar deste trauma. Apenas vos peço que lhe deem todo o apoio.
Ellen: Muito Obrigado.
Dr. Robin: Bom, vou tratar da alta dela e vocês podem ir vê-la. Depois passo lá para vos entregar os papéis.

Aos poucos seguimos os cinco para o quarto onde a Bia se encontrava. O James foi o primeiro a entrar e de seguida todos o fizemos. Ela estava a dormir calmamente o que me fez suspirar. Vejo a Ellen passar a sua mão pelos seus cabelos ao que ela vai despertando calmamente. Respiro de alivio ao vê-la acordada, mas ainda havia uma coisa que me impedia de dizer uma palavra que fosse.

Ellen: Olá filhota. (sorri para a filha)
- Olá… (a sua voz soa baixinho)
James: Pregaste-nos um grande susto.
- Desculpem, eu não queria deixar-vos preocupados.
Zayn: Ei, o que interessa é que estás bem.
Ellen: E daqui a pouco vais para casa.
- E o resto dos trabalhos…
Perrie: Os médicos passaram o atestado que te deixa fora disso. Já deu para perceber que relembrar tudo mexeu contigo.
Zayn: E a tua saúde está em primeiro lugar.

A conversa estava animada e por momentos enquanto esperávamos o médico conseguimos relaxar. Eu por incrível que parece continuava sem dizer uma palavra. Acho que fiquei traumatizado e o facto de ela não se ter lembrado de mim quando acordou do coma, me impede de falar se não tiver certezas que ela se lembra de mim.

Zayn: Harry está tudo bem? (fala enquanto se aproxima de mim que estou a olhar a janela)
- Sim… Quer dizer… Não sei… (engulo em seco)
Zayn: Eu conheço-te Harry. Que se passa nessa cabeça? A Bia está bem e devias estar contente por isso.
- E estou. Estou mesmo muito feliz por ela estar bem. Sou só eu que estou com uns pensamentos estúpidos. (olho para a Bia que conversa animadamente com a Perrie e os pais)
Zayn: Que pensamentos? (o seu olhar segue o meu)
- Quando ela desmaiou nos meus braços eu… eu revivi aquela noite. Zayn eu fiquei com medo de passar tudo outra vez. Fiquei com medo de não a ver sorrir para mim… Fiquei com medo que ela não se lembrasse de mim. (falo esta frase mais baixo)
Zayn: Compreendo, mas ela lembra-se de tudo. Não te deixes ir abaixo. Ela precisa de ti.

Vejo o Zayn afastar-se de mim e sussurrar qualquer coisa à Bia que me olha carinhosamente. De seguida ela diz qualquer coisa aos pais e à Perrie, e todos saem do quarto calmamente deixando-me confuso com isso.
O silêncio instala-se entre nós e não consigo dizer se é bom ou mau.

Bia: Harry… (chama-me fazendo com que eu encare os seus olhos apaixonantes) Anda cá. (bate na cama a seu lado para que eu me sente)

Aproximei-me a medo, o que é estupido, e sentei-me a seu lado, mesmo sem conseguir olhá-la nos olhos.

Bia: Olha para mim. (pede suavemente mas algo me impede de o fazer) Amor…

Quando me trata por “amor” é como se o meu mundo renascesse. Aos poucos encarei-a e ela sorriu. Um sorriso tímido, mas acima de tudo sincero.

Bia: Sorri para mim. (involuntariamente um sorriso meu solta-se e ela passa a mão na minha face) Eu estou aqui. Sei que nessa tua cabecinha (aponta para a minha cabeça) pensavas que eu me tinha esquecido de ti. Mas podes tirar isso da ideia. Eu lembro muito bem de ti e de quem tu és. E caso alguma vez esqueça, quero que saibas que estás aqui. (pega na minha mão levando-a ao seu peito)
- Eu fiquei com tanto medo. (aproximo a minha cara da sua)
Bia: Não precisas. Eu estou bem.

Ela corta a distância entre nós e beija-me suavemente. Um beijo que eu ansiava para ter certezas que ela estava mesmo aqui comigo e que eu não estava a ter um sonho.

- Desculpa… eu só…
Bia: Não vamos falar mais nisso. Eu amo-te. Nunca te esqueças disso. (volta a beijar-me)

Depois de passarmos largos minutos a trocar beijos e mimos, o médico veio entregar a alta. Ri-me da cara de aliviada que a Bia tinha por saber que não iria ficar aqui no hospital. Ajudei-a a arranjar as coisas e em menos de meia hora ela estava em casa com a família e em segurança.

Quando cheguei a casa tomei um bom banho para tentar relaxar da tensão a que tinha sido sujeito hoje. No fim de jantar com os meus pais e contar o que aconteceu, o meu pai lembrou que talvez fosse mais fácil encontrar logo as provas que incriminavam o Jeremy. Segundo o meu pai não era justo fazer a Bia passar por uma situação como a de hoje novamente. E ele tem razão.
Deito-me na cama e depois de mandar uma mensagem de boa noite à minha menina tento a todo custo lembrar qualquer coisa que possa provar que o Jeremy é culpado de vários crimes. Depois de muito pensar chego à conclusão que eu e a Bia sempre tivemos as provas diante dos nossos olhos, mas nunca mais nos lembrámos disso. Olhei para a gaveta da minha secretária e sorri feito parvo, pois tinha o trunfo certo para fazer o Jeremy passar uns bons anos na prisão.
--- Harry Off ---

Hate and LoveWhere stories live. Discover now