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--- Harry On ---
Porque será que cada vez que venho até ao hospital é sempre pelas más razões. Isto tirando o nascimento do Thomas. Mais uma vez a Bia está em perigo. Começo a pensar que o destino conspira contra nós e só nos quer mal. Depois de ela ter desmaiado nos meus braços revivi vários momentos. Não consigo chorar. Não depois de tudo o que já passei até hoje. Pelos visto tenho um nó na garganta que não me permite tal fraqueza. Olho as horas e vejo que já passaram cerca de quatro horas desde que aqui chegámos e a Bia entrou naquela sala de operações. Pulo com a entrada repentina dos pais da Bia perguntando por ela. Até a Bella aqui está e a sua cara assim como a da Ellen não é boa. A minha mãe ficou com o Thomas e eu pedi ao Niall para passar em minha casa e alimentar o Zarry. O Louis acabou de chegar aqui com a Eleanor, visto estarem de passagem devido à consulta da El. Quando lhe contei sobre a sombra ser a Chloe ele virou bicho e desatou murros às paredes. Teve de ser o Zayn a fazer com que ele parasse. O Zayn, bem depois de lhe ter ligado a contar, não sei bem como, mas no minuto seguinte estava aqui nesta sala à minha frente. A Perrie ficou com as meninas em casa e ligou pedindo que eu tentasse acalmar o Zayn. O Liam e a Sophia ligaram também dizendo que assim que pudessem passavam aqui para dar todo o apoio. A Inês coitada, ainda está em choque com tudo o que aconteceu. Está ali sentada naquela cadeira desde que aqui chegámos, mas mantém-se em silêncio, mas onde as suas lágrimas são visíveis apesar de silenciosas. Sinto alguém sentar-se a meu lado e posso ver o meu pai assim que levanto o olhar. Sem muito me aperceber ele abraçou-me tentando passar palavras de conforto.

XX: Boa noite a todos.

O meu olhar vai de encontro a esta voz e vejo o Dr. Robin entrar pela sala. Admito que neste instante me arrepiei por completo e tenho receio das notícias que ele possa trazer.

James: E então doutor... Como está a minha filha? (pergunta tentando reconfortar a Ellen e a Bella ao mesmo tempo)
Dr. Robin: Apenas vos tenho a dizer que a Beatriz é uma guerreira. A operação para retirar a bala, apesar de delicada foi um sucesso. (respiro de alivio e uma lágrima cai pela minha face) Por sorte a bala não atingiu nenhuma veia principal pelo que tornou tudo mais fácil. A vossa menina está fora de perigo.
Zayn: Obrigado doutor. (sorri para o médico)
Dr. Robin: De nada meu rapaz. Só fiz o meu trabalho. Ela vai ser transferida para o quarto e depois podem vê-la.
Ben: Qual o quarto?
Dr. Robin: Vinte e oito... (vendo o meu silêncio) Harry, posso falar contigo uns minutos? (assinto)

Afastamo-nos um pouco para podermos falar com calma. O cara do médico não sei descrever se é boa ou má.

- Que se passa? Está mesmo tudo bem com a Bia?
Dr. Robin: Calma. Está tudo bem. Pelo menos por agora. Soube as circunstâncias que a Beatriz aqui chegou. Devo dizer-te que temi pela sua vida. (engulo em seco) Mas não é sobre a Beatriz que te quero falar.
- Então? (pergunto meio desconfiado)
Dr. Robin: Já deves ter tido conhecimento que a suposta mulher que teve aqui no hospital foi presa...
- Sim a Chloe. Aliás é por causa dela que a Bia aqui está.
Dr. Robin: Não estou a falar da Chloe Benz. Estou a falar da Darcy Green.
- Da Darcy? Mas a Chloe confessou que era a sombra. (estou cada vez mais confuso)
Dr. Robin: Harry, a Darcy também esteve no hospital na noite que o teu filho nasceu.
- Está a querer dizer que em vez de uma sombra, tínhamos duas? Mas...
Dr. Robin: É o que parece. Mas apenas a Darcy apareceu nos vídeos de vigilância.
- Estou tão confuso. (respiro fundo)
Dr. Robin: Seja como for apenas te queria dizer que o hospital fez tudo o que podia para apanhar a mulher sombra... Ou as mulheres.
- Obrigado por tudo.
Dr. Robin: Não tens de quê. Agora vai lá ver a tua namorada que deve estar quase a acordar. Ah e quando puderes trás o Thomas e a Jessie para nos visitar.
- Com toda a certeza.

O meu olhar percorre aquele imenso corredor cheio de portas, médicos e enfermeiros a andar de um lado para o outro. Respiro fundo e dando passo pequenos caminho até ao quarto vinte e oito. Preparo-me para levar a mão à maçaneta da porta, mas a mesma abre-se vindo de lá os pais da Bia e o Zayn. Sorriem para mim e dão-me passagem para dentro do quarto. Entro a medo e vejo a mulher que amo deitada naquela cama dormindo serenamente. Sento-me na cadeira ao lado da cama e agarro na sua mão entrelaçando os nossos dedos. Uma lágrima rebelde cai pelo meu rosto ao que eu apresso-me a limpá-la. A minha mão livre passa pelos traços do seu rosto e não evito lembrar a sorte que tenho em tê-la comigo. Aos poucos vejo-a despertar.

Bia: Ha... Harry... (abre lentamente os seus olhos)
- Ei... Estou aqui. (falo suavemente)
Bia: Que aconteceu?... Thomas...
- Calma. O nosso bebé está bem. A minha mãe está com ele. A Chloe disparou e o tiro atingiu o teu ombro. (tenta levar a mão direita ao seu ombro esquerdo) Foste operada para te retirarem a bala.

Ela olha-me com o seu olhar de quem quer ler a minha mente e automaticamente sei que ela sabe que eu preciso chorar.

Bia: Amor... Eu estou aqui.
- Mas podias não estar. (soluço e respiro fundo para não chorar à frente dela)
Bia: Não gosto de te ver assim. Eu preciso de saber que estás bem para eu ficar bem.
- (sorrio com tais palavras) E pensava eu que essa situação era ao contrário e de ti para mim.
Bia: (sorri) Sabes que eu te amo muito, não sabes?
- Sei, mas podes continuar a dizê-lo que eu não me canso de ouvir.

Encosto os meus lábios aos dela e trocamos um beijo suave, mas carregado de carinho. Somos interrompidos pelo toque do meu telemóvel e vejo que é a minha mãe. Na chamada ela pergunta como a Bia está e diz que o meu filho deve estar com saudades minhas e da mãe visto ter feito birra para tomar o biberão e não querer dormir. Ela diz-me que saiu a mim neste aspecto e gargalho quando a Bia ouve a mesma frase, visto eu ter o telemóvel em alta voz. Desligo dizendo que dali a uns minutos estaria em casa.

- Bem parece que há alguém à minha espera para poder dormir.
Bia: Temos um filho muito rebelde.
- Sai à mãe.
Bia: Acho que é mais ao pai. (o seu sorriso desparece ligeiramente)
- Para onde foi o teu sorriso? Não te quero ver triste.
Bia: Só queria estar em casa contigo e com o Thomas. Queria aproveitar ao máximo antes de ir novamente de viagem.
- Quanto a isso da viagem... Pensei muito durante o tempo em que estiveste na sala de operação e decidi que não vou com os rapazes.
Bia: Como não vais? Harry isso é o teu trabalho.
- Deixas-me acabar de falar? (assinto) Eu não vou para já. Eles vão fazer no máximo três ou quatro concertos sem mim. Só me vou juntar a eles quando tu estiveres em casa e segura. Além disso não tens quem te ajude com o Thomas. E ele precisa de nós mais que tudo.
Bia: Mas então não vais desistir de cantar?
- Jamais. (sorrio e trocamos mais um beijo)
Bia: (ouvimos a porta bater) Bem parece que está na tua hora.
- (olho a enfermeira que vem com os comprimidos da Bia) Eu vou, mas amanhã eu volto. Boa noite paixão.
Bia: Boa noite amor.

Deixando a Bia com a enfermeira dirijo-me para o estacionamento e conseguinte a casa. Mas não sem antes falar com o Dr. Robin e ele me garantir que a Bia está mesmo bem e fora de perigo. Os pais da Bia também se despediram de mim e deram-me toda a força do mundo. O Zayn, bem esse está de rastos, mas posso ver uma ponta de alívio pela irmã estar bem. O Niall veio buscar a Inês e deixar a chave de minha casa onde foi alimentar o Zarry. Não me cruzei com ele, pelo que ele deixou a chave com o meu pai. O meu pai que foi quem esteve a dar-me todo o apoio desde que a Bia deu entrada no hospital. Se algum dia eu pensei que o meu pai não iria mudar, enganei-me por completo. Ele esteve sempre do meu lado e mostrou ser aquele pai que eu tive e recordo dos tempos em que era criança.
Ao entrar em casa na companhia do meu pai, vejo a minha mãe enrolada numa manta a ver um filme. Perguntei pelo Thomas e ela respondeu que estava a dormir no meu quarto. Sem fazer barulho e depois de desejar boa noite aos meus pais, subo ao meu quarto onde posso ver o meu filho a dormir no meio da grande cama de casal que ali se encontra. Vou até à cómoda e visto um pijama que ali tenho. Deitando-me ao lado do meu bebé tento abstrair-me do medo que tive durante o dia. Ele choraminga ligeiramente, mas no instante que pego na sua mãozinha, ele aperta-a com força e sorri mesmo que a dormir. Sorrio com tal cena e dou por mim a falar com o pequeno adormecido.

- Sabes filho, hoje quase perdemos a mamã. Mas ela é uma mulher forte e voltou para nós. Em breve ela vai estar contigo outra vez.

Ele suspira como que entendendo o que lhe disse e deixa-se aprofundar no sono que a noite lhe proporciona. Deposito um pequeno beijo na sua testa e aconchego-o nos lençóis quentinhos onde logo de seguida também que me deixo dormir embalado pela respiração calma e tranquila do meu filho.

Acordo com o telemóvel a tocar irritantemente. Atendo mesmo sem ver quem me está a ligar.

*Chamada On*
- Sim..
XxX: Harry. É o Dr. Robin quem fala.
- (pulo ao ouvir quem é) Doutor? Está tudo bem com a Bia? Ela piorou? (pergunto com preocupação)
Dr. Robin: Nada disso. Mas aconteceu algo que temos que te dizer.
- Que se passou?
Dr. Robin: Durante a noite alguém tentou sufocar a Beatriz enquanto ela dormia.
- Sufocar? Mas...
Dr. Robin: Tem calma. Nós apanhamos quem fez isso e ela foi novamente presa.
- Ela? Quem era a mulher?
Dr. Robin: A Darcy.
- O quê? Mas essa maluca não estava já presa?
Dr. Robin: Pelo que colegas meus contaram, ela veio fazer uns testes médicos e aproveitou a hipótese para fazer das suas.
- Mas a Bia está mesmo bem, não está?
Dr. Robin: Com isso não te preocupes. A Beatriz está protegida e pedimos a um segurança que fizesse vigília na porta do seu quarto.
- Fico mais descansado assim.
Dr. Robin: Harry antes de ser médico sou amigo da tua família e só quero o vosso bem.
- Obrigado.
Dr. Robin: De nada meu rapaz. Bem, agora vou ter de ir. Até logo.
- Até logo.
*Chamada Off*

Pouso o telemóvel na mesa de cabeceira e oiço um barulhinho engraçado a meu lado. Viro-me e dou de caras com o meu filho a abrir aqueles olhinhos que tanto me fazem lembrar a Bia. Ele atrapalha-se com o lençol o que me faz gargalhar.

- Bom dia filho. (pego nele e deito-o de barriga para baixo sobre o meu corpo) Hoje vou tentar saber quando a mamã vem para casa. (ele olha-me expressivo quando falo na mãe) Tens saudades dela? O papá também tem... E muitas. (levanto-me e deposito um beijo na sua testa)

Oiço alguém bater à porta e a minha mãe entra na companhia da Ellen que trás a Mel pela mão.

Anne: Bom dia filho. Pensei que já tivesses vestido.
- Bom dia mãe... Ellen...
Ellen: Bom dia Harry. Desculpa a invasão, mas a aqui a Mel passou a tarde de ontem a murmurar que queria ver o Thomas. Não tive outra alternativa senão trazê-la.
- Não tem mal. Já tinha saudades desta pirralha. (entrego o Thomas á minha mãe e pego na Mel)
Ellen: Vais ver a Bia?
- Daqui a pouco. Fiquei preocupado com o telefonema do médico.
Ellen: Ele também ligou para o James a contar o sucedido. Só queria que vocês tivessem sossego.
- Ellen no que depender de mim, nada nem ninguém vai fazer sofrer a Bia ou o Thomas.
Ellen: Eu sei que cuidas bem deles.
Anne: Filho, esperamos por ti lá em baixo. (assinto)

Depois de ter tomado banho e ter tomado o pequeno-almoço. Pego no carro e vou até ao hospital onde a vou ter certeza que a Bia está bem ou não. Depois de saber que não era apenas a Chloe que nos assombrava, mas que a Darcy esteve no hospital na noite em que o Thomas nasceu e que na noite passada tentou sufocar a Bia fico completamente fora de mim. Duas das pessoas que pensávamos ter longe e pimba... Aparecem quando menos esperamos.
Estaciono o carro e corro para dentro do hospital onde o corredor até à recepção e até ao quarto da Bia se torna eterno.
--- Harry Off --- sx<#

Hate and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora