128.

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—- Bia On —-

Finalmente tudo se estava a recompor. O facto da Inês estar outra vez na minha vida, fez com que a página que me atormenta se vire de vez. Ou pelo menos que me deixe em paz por uns tempos. Depois de todas as palavras trocadas tenho a certeza que não poderia ter arranjado melhor madrinha para o meu filho.

oiço a porta do quarto abrir revelando um Harry sorridente. Vejo-o aproximar-se da cama, colocando o intercomunicador na mesa de cabeceira e deitando-se logo de seguida a meu lado.

- Ele já dorme? (pergunto suavemente)

Harry: Que nem um anjinho. (aconchega-se a mim)

- Como achas que o Niall vai reagir ao facto de termos escolhido a Inês?

Harry: Não faço ideia. Mas não quero discussões perto do Thomas e vão ter de respeitar isso.

- Pode acontecer onde tudo, mas também não quero discussões.

Harry: Amanhã falamos com ele e com calma. (assinto)

- Sabes o que me apetece agora? (questiono raspando os meus lábios nos dele)

Harry: Posso fazer uma pequena ideia. (puxa o meu corpo de maneira a que fique practicamente em cima dele) Mas vamos com calma. Sei que inda não podemos ter relações, mesmo tendo uma vontade enorme de te fazer minha e ouvir-te gemer o meu nome.

- (escondo a minha cara no seu pescoço) Não digas essas coisas. (sussurro)

Harry: Não sei como te vou resistir. Ser mãe fez com que ficasses ainda mais bonita. (beija-me suavemente) É melhor dormirmos, pois temos um "reguila" que nos pode acordar a qualquer momento.

Ele apagou a luz do criado mudo e deixei-me vencer pelo sono ouvindo a sua respiração.

Acordo a meio da noite com o choro do Thomas vindo do intercomunicador. Levanto-me vestindo um casaco de malha e dirijo-me ao quarto do meu filho. Isto sem que antes repare no homem que deixo a dormir tranquilamente na minha cama. Ao caminhar para a porta em frente ao meu quarto oiço novamente "a voz". A mesma voz que me lembro na perfeição. Aquele cantar arrepiou-me e fez o meu instinto maternal agir e abrir a porta do quarto instantaneamente. O quarto está escuro, mas posso ver o meu filho a dormir tranquilamente, com a luz que atravessa a janela. Olhando a mesma dou conta que esta está aberta e as cortinas meio esvoaçanates devido à ligeira brisa qure se faz sentir. Apresso-me a fechá-la, mas sempre com a lembrança da "mulher-sombra" bem presente. Terei de perguntar ao Harry porque deixou a janela aberta. Mas só de pensar na possivel resposta fico desconfortável. Aproximo-me do berço do Thomas e aconchego-o. Sorrio para mim mesma com a paz que este pequeno ser me transmite. Deposito um beijo na sua testa e afasto-me em direcção à porta. Quando me viro reparo num envelope em cima do berço. Pego nele a medo e vejo o meu nome escrito. O meu coração acelera e depois de olhar novamente em volta do quarto para me certificar que não está ninguém caminho até à cozinha. Abro o frigorifico e encho um copo com água bem fria para ver se me acalmo. Sento-me numa das cadeiras da mesa e abro lentamente o envelope. À medida que o faço, toda eu tremo ao pensar no que possa estar escrito no pequeno papel dobrado em quatro. Respiro fundo e de olhos postos neste bilhete, ou lá o que se pode chamar, começo a ler.

"Espero não te ter assustado, mas se o fiz acredita que foi propositado. Ele é tão pequenino e fica lindo a dormir. Tal e qual o pai. Toma conta deles enquanto podes. A vida é injusta e a sorte está do meu lado."

Oiço barulho na sala e apresso-me a guardar o envelope dentro de uma das gavetas da cozinha.

Harry: Foi aqui que te meteste. (vejo-o meio ensonado à porta da cozinha) Está tudo bem?

Hate and LoveWhere stories live. Discover now