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--- Bia On ---
Estou completamente à nora. Sei que magoei o Harry com os meus ciúmes parvos e logo hoje. Olho para as horas e vejo que é quase hora de jantar. Fiquei imenso tempo fechada no quarto a pensar em como me poderia desculpar. Assim decido ir fazer o jantar. Quem sabe se pelo menos não salvo algo da nossa relação.
O tempo vai passando e eu estou sozinha e nem sinal do Harry. Parece que mais uma vez vai dormir fora de casa. Coloquei o jantar no micro-ondas e sentei-me no sofá a olhar para a televisão. Lágrimas ameaçam cair e eu nem me dou ao trabalho de as impedir. O Zarry percebe que eu não estou muito bem e vem deitar-se a meu lado.

- Pois é… parece que estraguei tudo com o teu dono. (suspiro olhando para a mesa do jantar e de seguida para a caixa que contém o presente do Harry)

Passei o resto da noite a ver um filme meio lamechas. Desliguei o telemóvel para não ter de falar com ninguém. Não sei quanto tempo passou mas quando voltei a olhar as horas era quase meia-noite. A muito custo levantei-me e fui para a cama que por sinal era demasiado grande para uma pessoa só.
Não sei como deixei a Darcy meter-se entre nós desta maneira, mas existe qualquer coisa nela que não me inspira confiança. Opto por vestir apenas um top e uns bóxeres as condizer. Aos poucos fechei os olhos e tentei esquecer o que estava a acontecer. Sinto a minha cara ficar húmida e um soluço mais alto se apoderou de mim.
--- Bia Off ---

--- Harry On ---
Não consigo perceber como a Bia pode pensar que estou interessado na Darcy. Eu sei que cada vez que me vê ela tenta seduzir-me, mas nunca dei razões à Bia para desconfiar de mim. Hoje quando ela foi até ao estúdio pensei que finalmente nos iriamos resolver, mas em vez disso voltámos a discutir. Porque raios ela tem de ser tão teimosa? Mas acho que foi em parte por essa teimosia que me apaixonei. Bela maneira de comemorar o meu aniversário de namoro com ela. Agora aqui estou eu em casa do Louis a olhar para um presente que nem sei se tenho coragem para entregar. Desperto dos meus pensamentos com o Louis a chamar por mim.

Louis: Harry… Harry!
- Hã?! Desculpa… Que se passa?
Louis: Meu, isso pergunto eu. Sei que tu e a Bia discutiram, mas achas que a discussão vale a pena?
- Louis, ela desconfiou de mim. Ela sabe que eu odeio que o façam.
Louis: Tu sabes que a Darcy abusa um bocado no que toca a ti.
- Eu sei disso. Mas entre mim e a Darcy só existe relação profissional. É a Bia que eu amo e com ela que quero estar. Foi ela que me roubou o coração e ela consegue ser a pessoa que eu mais amo e a que mais me magoa também.
Louis: O amor é mesmo assim. A vossa relação sempre foi feita de altos e baixos no que toca a discussões, mas sem dúvida vocês completam-se de uma maneira que nunca vi antes.
- Então porque magoa tanto quando não estamos bem?
Louis: Se as coisas fossem fáceis não tinha piada. Se amas a Bia da forma que dizes e eu tenho certeza que amas, vai à luta.
- Ela tem de aprender a confiar em mim.
Louis: E já lhe disseste isso? Já lhe disseste que a amas e que te magoa quando ela não confia em ti?
- Não.
Louis: Bem só vejo a solução de vocês darem um tempo a vocês mesmos.
- Não é fácil dizer-lhe isso quando a única coisa que me apetece é ir ter com ela e beijá-la e abraçá-la.
Louis: E porque não vais? Aposto que ela apenas está insegura em relação à Darcy e o que ela mais quer é que demonstres que apenas ela te interessa e nenhuma outra.
- Porque ela tem de ser complicada.
Louis: Todas as mulheres são. Posso fazer-te uma pergunta?
- Claro.
Louis: Achas que o facto de estares afastado da Bia te deixa mais feliz? Achas que vale a pena a discussão quando o amor que vos une é de fazer inveja muitos? Pensa nisso e acho que tens a resposta às tuas perguntas.
- Hoje fazemos um ano de namoro…
Louis: E o que estás à espera para ir comemorar com a tua menina? Pelo menos hoje deitem as discussões para trás das costas e aproveitem para recordar os bons momentos da vossa história. Amanhã fala com ela e tenta fazê-la ver que estás magoado com ela mas por favor não a faças sofrer pois senão és tu quem também vai sofrer.

O Louis deixa-me pensativo com as sus palavras. Ele tem razão. Pelo menos hoje eu posso e devo esquecer as discussões. Olho as horas e vejo que são onze e meia da noite. Vou fazer uma maratona com o que estou a querer fazer, mas tem de valer a pena. Levanto-me vestindo o casaco e agarrando no telemóvel, carteira e chaves do carro. Isto sem esquecer o presente da Bia.

Louis: Onde vais?
- Comemorar o que resta do meu aniversário de namoro.

Entro no carro e rezo para conseguir chegar a casa antes da meia-noite. Não sei como vou encontrar a minha namorada, mas pelo menos hoje eu quero muito estar com ela. Estaciono o carro e olho para o relógio. Faltam apenas quinze minutos e o nosso dia acaba. Carrego no botão do elevador que demora a chegar, assim opto por ir pela escada. Isto de morar no quinto andar é bonito sim senhor, mas para quem tem pressa como eu, não ajuda em nada. Finalmente chego ao meu andar e abro a porta de casa com algum receio. O silêncio da casa assusta-me um pouco e dou por mim a acender a luz do corredor e da sala. Passo na sala e vejo uma mesa posta para duas pessoas. Deduzo que ela tenha feito jantar para nós e eu não estive presente. Olho em volta e vejo uma caixa em cima do sofá. Pego nela com cuidado e reparo que tem o meu nome inscrito. Sento-me no sofá e abro a caixa revelando uma caneta e um caderno já meio velho. Observo que tem um bilhete escrito “Para continuares a escrever os teus segredos”. Sorrio com tais palavras. Ela de certeza que me ouviu dizer que o meu caderno estava no fim e precisava de outro. Dentro do caderno encontra-se uma fotografia do acampamento de há um ano atrás. Pego no caderno e na fotografia e faço o meu caminho até ao quarto. Antes de abrir a porto oiço uns soluços e o meu coração aperta. Sinto algo nas minhas pernas e dou conta que o Zarry me veio cumprimentar.
Abro a porta devagar e vejo a mulher que amo encolhida e agarrada à almofada a chorar. Tentando não fazer barulho entro no quarto e aproximo-me dela. Coloco-me de joelhos no chão a seu lado e passo os meus dedos pelos seus cabelos. Oiço-a suspirar e abrir aqueles olhos que não têm o brilho habitual. Tento entender o que ela está a pensar e num impulso beijo-a apaixonadamente e com bastante intensidade. Ela logo retribui o beijo e eu não resisto em aprofundar o beijo de modo a saborear cada pedaço da sua boca. Afastamo-nos para recuperar o ar necessário ao que ela se encolhe debaixo dos lençóis deixando escapar alguns soluços. Vê-la assim indefesa e vulnerável apenas me fez pensar no quanto ela também está a sofrer com a nossa situação. Com alguma calma levanto-me despindo a roupa que trago e ficando apenas de bóxeres. Destapo-a com cuidado e vejo que ela tapa a cara para que não a veja chorar. Agarro nos seus braços e deito-me a seu lado puxando-a para junto de mim.

Bia: Eu não sou a pessoa mais fácil do mundo, tu mesmo disseste. (esconde a sua cara no meu pescoço enquanto me abraça)
- Sim eu disse, mas não é verdade. Apenas tens uma personalidade forte. Eu próprio também não sou fácil de aturar.
Bia: Mesmo não querendo eu sou daquelas pessoas que mais erram do que acertam, e eu fico desesperada se acabar por te desiludir.
- Tu não me desiludiste. Só não estava à espera desta tuas atitudes.
Bia: Por favor… Apenas te peço para tentares entender o meu lado. Eu nunca senti algo tão forte assim por alguém e fico desnorteada ao tentar ser o melhor para ti.
- Não precisas de me agradar pois para mim és perfeita.
Bia: A perfeição não existe…
- Mas para mim és perfeita.
Bia: Quando eu não aguentar levanta-te e caminha comigo porque tu sabes como eu sou fraca mesmo tentando ser forte.
- Eu vou estar sempre aqui para te levantar. Vou caminhar a teu lado e apoiar-te em tudo. Mesmo que esse “tudo” seja o mais errado.
Bia: Se eu te disser para ires embora… fica… Só não quero que me deixes pois eu sou dependente de ti. Eu só sou forte se te tiver por perto.

Ela fala tudo o que sente apesar de muitos soluços e a sua voz sair um pouco fraca. Agora sim eu entendo o medo dela.

- (puxo-a mais para mim) Achas mesmo que eu tenho alguma coisa com a Darcy?
Bia: (suspira e olha-me nos olhos) Não. (fala prontamente)
- Queres que eu me afaste dela? (ela assente)
Bia: Por favor eu sinto que ela nos quer separar de alguma maneira. (voltam a cair lágrimas dos seus olhos)
- Eu não sei como é que ela pode ser uma ameaça, mas vou tentar não ser tão “permissivo” em relação a ela. Só não me peças para lhe deixar de falar. Ela trabalha comigo e não me posso afastar assim dela. Tens de aprender a confiar em mim.
Bia: Eu confio. A sério que confio.
- Então demonstra-o.
Bia: E se eu não o conseguir fazer?
- Eu sei que sou importante para ti, tal como tu és para mim. E também sei que vais saber ganhar a minha confiança. (sorrio para ela que ainda tem os olhos vermelhos do choro)
Bia: Prometo que te vou conquistar. (fala com um certo brilho no rosto)
- Tu já me conquistaste. Agora cuida bem do meu coração. É das poucas coisas que te peço. (aconchego-a mais a mim e coloco o meu corpo sobre o dela dando-lhe um beijo carregado de amor e carinho) Feliz aniversário amor. (falo ao que ela sorri largamente)
Bia: Feliz aniversário paixão.

Do nada, a distância entre nós é cortada e um beijo suave e cheio de amor é trocado. Passo lentamente o meu polegar pela sua bochecha, fazendo com que ela feche os olhos ao meu toque. Nesse instante ela voltou a abrir os olhos e a intensidade dos nossos olhares é algo que nem nós próprios conseguimos descrever. Acho até mesmo que os livros de romance não o saberiam fazer.

- Bia, eu amo-te tanto que chega a doer aqui dentro. (levo a sua mão ao meu peito) Eu não quero que nada se intrometa entre nós. A maneira como desconfias de mim magoa-me de uma maneira que se torna difícil suportar. (falei com as minhas mãos a passar nos seus cabelos) A única mulher que me desperta algum interesse és tu e mais nenhuma.
Bia: Eu sei que fui parva mas eu tenho medo de te perder. (fala ficando tímida com as suas próprias palavras)
- Eu também tenho medo de te perder. Por isso não me afastes de ti.
Bia: Mas eu ainda não aceito aquela pin… (levanto a minha sobrancelha) Darcy perto de ti.
- Eu sei. E para perderes esse medo que tens sabes o que tens a fazer.
Bia: Confiar em ti… Provar que confio em ti.

Colamos os nossos lábios mais uma vez e posso garantir que mesmo pensando que iriamos desfrutar da noite selvagemente, pelo contrário nós estamos a fazer amor com as nossas bocas e quem sabe o que poderá vir a seguir. Volto a olhá-la com um olhar intenso e ela cora com esse olhar o que me faz sorrir. Ela quando toca a este tipo de gestos tem a capacidade de corar. E são estas pequenas coisas que me fazem amá-la tal como ela é. Com todos os seus defeitos e qualidades. Cada vez que eu aprofundo o beijo ela geme ligeiramente o que me deixa completamente maluco com isso. Aos poucos retirei-lhe o top deixando apenas com os bóxeres femininos vestidos, dando-me uma visão única do seu corpo quente e brilhante devido ao meu toque. Fui descendo pelo seu pescoço, peito, barriga… depositando leves beijos mas bastantes molhados. Ela começa a ter a respiração cada vez mais acelerada e eu garanto que é uma coisa que eu quero guardar na memória por muito tempo. Os nossos corpos estão em completas chamas e em cada centímetro que se tocam um choque eléctrico é deixado como marca do amor que sentimos. Enquanto nos beijamos levei dois dos meus dedos ao interior das suas coxas e acaricio-a como se de uma flor se tratasse. A cada toque meu eu geme baixinho contorcendo-se ligeiramente. Iniciei movimentos de vai e vem com os meus dedos e ela estava cada vez mais entregue ao prazer. Eu próprio estou num estado de desejo brutal e não sei quanto tempo aguento sem estar conectado com ela. Beijei o seu pescoço e dou-lhe um pequena mordidela deixando uma marca que ela geme ao ser deixada.

- Eu sou só teu. (sussurro ao seu ouvido)
Bia: Harry… (fala com algumas falhas na voz devido ao prazer)

Calmamente entregamo-nos ao prazer de estarmos num mundo só nosso. Num mundo onde não há desconfianças e onde o amor fala mais alto. Cada movimento nosso só nos faz ficar mais ligados e querer que o momento não acabe.
Amos chegamos ao nosso limite e um beijo apaixonado é trocado entre nós. Ela envolve os seus braços puxando-me para ela e oiço um pequeno soluço vindo dela. Quando a olho vejo um pequena lágrima escorrer pelo seu rosto.

- Ei… Porque choras? (falo deitando-me a seu lado, mas sem nunca perder o contacto visual)
Bia: Tu és tão importante para mim que tenho medo de acordar amanha e não te ter aqui comigo.
- Shhh… Anda cá. (puxo-a para os meus braços) Eu vou estar aqui amanhã e todos os dias desde que tu queiras.
Bia: E se tu não quiseres…
- Mas eu quero. Quero muito. (dou-lhe um beijo no topo da cabeça)

Aos poucos sinto-a descansar e a sua respiração volta ao normal fazendo ver que ela adormeceu. Olhei para ela e sorri. Afinal esta é a mulher que escolhi para estar a meu lado e apesar da crise que estamos a atravessar eu sei que isso só nos vai fortalecer mais. Lentamente corri os meus dedos pelos seus lábios rosados e como num reflexo ela deposita um beijo neles, mesmo ainda dormindo. Sinto que ela me chega para mais perto dela e eu não resisto em colocar o meu braço na sua cintura fazendo a tradicional conchinha entre nós. Os meus pensamentos percorrem todos os acontecimentos dos últimos tempos e de uma coisa eu tenho certeza – a Bia vai saber conquistar a minha confiança novamente. Eu sei que não estamos totalmente bem, mas o que aconteceu esta noite foi apenas um pequeno passo para que tudo se volte a recompor. O Louis tinha razão quando disse que este dia tinha de ser aproveitado para relembrar os bons momentos e não os maus. E uma coisa é certa… Enquanto fazia amor com a Bia nada mais importou e os problemas foram esquecidos. Enrolado nestes pensamentos acabo também eu por me deixar vencer pelo sono.

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