Hate and Love

143.

    --- Bia On ---
Agora que aqui estou nesta sala à espera que tudo se acabe de aprontar lá fora, os nervos são cada vez maiores. Dou por mim a olhar pela janela e ao ver tudo enfeitado para o meu casamento penso que isto é um sonho e a qualquer momento vou acordar e perceber que continuo a ser a Beatriz Smith. A rapariga que foi adotada pelo Jack e pela Ellen. A rapariga ingénua que todos pensam que posso ser. Oiço um bater na porta e sou desperta dos meus pensamentos. Viro-me e posso ver o meu pai sorrindo e vindo na minha direcção.

James: E parece que está na hora. (sorrio para ele)

Enquanto pego no meu ramo que se encontra pousado em cima daquela mesa encostada à janela sinto o meu pai pegar no meu braço e puxar-me para um abraço.

James: Obrigado.
- Porque me agradeces? (pergunto ainda envolta nos seus braços)
James: Por me teres dado a oportunidade de ser teu pai, mesmo depois de te ter abandonado a ti e ao teu irmão.
- Pai... (olho os seus olhos brilhantes) Tu não tiveste culpa que as coisas entre ti e a mãe Bella não tivessem resultado. Se há coisa que aprendi na minha relação com o Harry é que o coração não escolhe quem amamos. Tu já não te sentias bem com ela, pelo que sei, e até foi bom o afastamento. Mas a vida mudou e voltámos a estar juntos e é isso que interessa. Tu estás feliz com a minha mãe e eu que agradeço todo o amor que lhe dás dia após dia.
James: Tenho tanto orgulho em ti filha. (fala com voz meio fraca)
- E eu em que sejas meu pai. (abraço-o)
James: Bom. Chega de lamechice e vamos mas é levar-te até ao homem da tua vida.

Sorrimos e de braço dado lá caminhamos para a nossa posição à entrada daquela passadeira vermelha. Ao longe e antes de lá chegar, posso ver o meu filho entrar de mão dada com a Jade e logo atrás a Melanie e a Jessie. Por cada passo que dou sinto o meu corpo tremer. Mas um tremor não de tristeza e medo, mas sim de positivismo. Com a ajuda do meu pai que me dá um sorriso lá começamos a nossa caminhada pela passadeira. Ao longe, naquele altar improvisado, posso ver o meu filho ao colo do pai. Pai esse, que o passa para o colo do padrinho e toma atenção em mim. A atenção que ele me dá deixa-me noutra dimensão. É como se mais nada existe à nossa volta e fossemos só nós dois. De fundo posso ouvir burburinhos sobre o que se está a passar a cada segundo que vai passando.
Quando finalmente me vejo a apenas um passo do Harry, o meu pai chama a minha atenção e deposita um beijo na minha testa. De seguida passa a minha mão para a mão do Harry e pisca-lhe o olho em sinal de bênção talvez.
Agora de frente para o meu Harry um sorriso é inevitável. Sinto o entrelaçar das nossas mãos e posso sentir que ele me elogia pelo olhar. As nossas conversas pelo olhar são mais profundas que qualquer palavra que posso ser trocada. Assim nos viramos de frente para o conservador.

Depois dos nossos votos e de o conservador pedir que trocássemos as alianças, ambos somos surpreendidos pelos sons do nosso Thomas. Olhamos para o Louis que o tem no colo e o coloca no chão entregando-lhe uma pequena caixa. Podemos ouvi-lo dizer "vai dar ao papá e à mamã". Com passinhos ainda desajeitados, o Thomas chega até nós e entrega a caixa ao Harry que se baixou ao nível do filho. Quando a abre apenas sorriu para o Thomas e deu-lhe um beijinho na bochecha. Olhando para mim de seguida, ele levanta-se e mostra-me o conteúdo da caixa. Era para ter sido a Jessie a trazer as nossas alianças, mas parece que nos trocaram as voltas e foi o nosso filho a trazer o símbolo da nossa união. Com cuidado vejo o Harry pegar numa das alianças e colocá-la no meu dedo e sorrir logo de seguida. Repito o gesto dele e no fim apenas sinto os seus lábios colados aos meus num beijo suave, carregado de amor e carinho. Quando descolamos os lábios apenas nos viramos para os presentes e somos saudados com muitas palmas enquanto caminhamos pela passadeira fora.

Agora e depois de centenas de fotografias que fomos tirando com todas as pessoas presentes finalmente encontro a mesa onde nos vamos sentar para almoçar. Isto é mais lanche visto serem quase quatro da tarde. Assim que me sento respiro fundo e vejo todos começarem a chegar aos seus lugares. A meu lado uma cadeira vazia se impõe enquanto do outro lado se senta o Zayn e a Perrie seguido dos meus pais. Olho em volta tentado encontrar o meu marido. Para mim ainda é estranho chamá-lo assim, mas não deixa de ser bom.

Zayn: Não me digas que já perdeste o marido? (fala a meu lado e com sorriso nos lábios)
- Cala-te. Antes de entrarmos ele estava à conversa com o Louis e não sei onde se meteram depois. (olho para a El que se acaba de sentar no lugar destinado) El...
Eleanor: Sim.
- Onde se meteram o Harry e o Louis?
Eleanor: Não faço ideia. Até pensei que eles já estivessem sentados.
Perrie: Bia parece que em breve vais saber.

Olha para a entrada onde acabam de entrar o Harry e o Louis. Vejo os dois meios apressados e com grandes sorrisos. Sentando-se a meu lado o Harry sorri e beija-me apanhando-me desprevenida. Confesso que estes beijos roubados são muitos bons.

- Será que posso saber onde vocês se meteram? (pergunto curiosa)
Harry: Apenas nos perdemos na conversa.
- Pois sim. Agora é conversa. (tento fazer-me de amuada)
Harry: Paixão, prometo que ainda hoje vais saber porque me atrasei. (sussurra-me)
- Que andaste tu a aprontar Styles?
Harry: Algo que vais adorar. (pisca-me o olho e rouba-me um beijo)

Depressa somos interrompidos pelos empregados que nos vêm servir o almoço. Posso ver que sou apenas eu e o Harry que estamos felizes. Cada um dos nossos amigos e familiares estão com sorrisos estampados nos rostos. É bom sentir que um dia como este está a ser mágico não só para mim, mas para todos os que fazem parte dele.

Agora aqui à conversa com a Inês e a Sophia para saber como correu a audiência da guarda dos gémeos Payne, sou abordada por um ser pequenino a agarra as minhas pernas. Olho para baixo e vejo o meu filho pedir colo.

- Oh meu amor. (pego nele) A mamã está aqui. (depressa segura o meu colar e encosta a cabeça ao meu peito)
Inês: Acho que o pequeno está a precisar de mimos teus.
Sophia: E muitos. É tão bom vê-los assim tão serenos agarrados a nós.
- Podes crer que é. Imagino tu esta noite.
Sophia: Digamos que ontem foi um dia em cheio e quando eu e o Liam entrámos com o Zack e o Sam e eles nos pediram abraços antes de dormir ficámos nas nuvens.
- Cada momento que passamos com eles é tão especial que não queremos que acabe.
Inês: Isso dito assim só me deixa com vontade de ser mãe.
Sophia: Estou a ver que o Niall tem de começar a trabalhar nisso.
Inês: Deixa de ser tola. Temos todo o tempo da vida para programar as coisas.
- Dizes isso agora. Olha para mim. Eu nunca pensei ser mãe tão cedo e nem sê-lo ainda solteira. Mas aconteceu e o Thomas é a melhor coisa do mundo para mim.
XxX: Quem é a melhor coisa do mundo? (aproxima-se de mim e passa a mão pela bochecha do Thomas)
- Estava a falar do Thomas. O nosso filho foi a melhor coisa que me aconteceu.
Harry: Que nos aconteceu. (olha estarrecido para o menino que tentava lutar contra o sono)
Inês: Vocês fazem a família perfeita.
- A família perfeita não existe...
Harry: Mas vocês são perfeitos para mim.
Sophia: E parece que está na hora de abrir o baile. (olha para o meu pai que nos faz sinal)
- Inês importas-te de levar o Thomas e deitá-lo no carrinho dele?
Inês: Será um prazer tomar desta coisa fofa. (pega nele com cuidado que dorme tranquilamente)
Sophia: E eu vou ter com os meus homens.
Harry: Já nós vamos dançar.

Sorri para mim e pegando na minha mão, vamos para o centro da pista onde a nossa música nos espera. Decidimos que iriamos ser diferentes e não iriamos dançar a tradicional valsa. E assim é. Quando os primeiros acordes começam a soar, o Harry puxa-me mais para si de modo a não existir espaço entre nós. Calmamente vamos deslizando pela pista esquecendo onde estamos.

Harry: Estás linda hoje. (murmura de modo a que só eu oiça)
- Digamos que tu também não estás nada mal. (respondo da mesma forma)
Harry: Senti a pernas bambas hoje quando te vi de braço dado com o teu pai. Nunca tinha estado tão nervoso na vida.
- Então éramos dois. Cada passo que eu dava com o meu pai parecia que o meu coração ia saltar fora do sítio.
Harry: Sabes, tenho tanto a agradecer-te. Agradeço cada momento que passei contigo até chegarmos aqui. Agradeço tudo o que fizeste por mim. E se aqui estou hoje e casado se deve a não teres desistido de mim... De nós...
- Amor, eu prometi em tempos que não iria desistir de ti. Não esqueças que se tu és forte eu sou forte também. (sorrio aproximo os meus lábios dos dele)

Durante a música posso sentir todos os olhares postos em nós. Aos poucos muitos casais se vão aproximando também eles dançando. Pelo meio de tanta dança tive tempo de dançar com o meu pai, com o meu irmão e amigos. E não podia faltar a dança com o sogro.
Na altura de atirar o ramo foi bonito de ver todas as solteiras eufóricas para ver quem ficava com ele. A sortuda foi a Sophia o que não deixa de ser engraçado. O Liam correu a abraçar a namorada e os filhos seguiram-lhe as pisadas.
A festa estava a terminar pra mim e para o Harry quando noto as luzes apagarem e olhando para o palco onde a banda se encontrava quase o meu coração para assim que vejo quem lá está. Um dos meus cantores preferidos está cá. Quando a música começa tenho uma vontade de chorar. Olho em volta e vejo que todos me pedem para olhar para centro do salão. Fui caminhando e vejo toda a equipa de patinagem de dançando umas das músicas mais românticas que conheço.. A coreografia é linda e cada movimento que elas fazem é fantástico. Sinto umas mãos na minha cintura e não preciso de muito para saber que é o Harry que se encontra atrás de mim.

- Como conseguiste?
Harry: Porque achas que eu e o Louis chegámos atrasados hoje? (sorri para mim)
- Acho que foi a melhor surpresa que já me fizeste.
Harry: Eu sabia que ias gostar... (trocamos um beijo) Acho que está na hora de irmos embora. (olha-me profundamente)
- E podemos?
Harry: A festa é nossa. Além disso acho que ninguém dará pela nossa falta.

Nesse mesmo instante ambos saímos pela porta que dá acesso ao estacionamento. O caminho foi atribulado pois a vontade de estarmos apenas os dois era demasiada. Chegámos ao carro e assim que me sento sinto o meu telemóvel tocar. Olho para o tabelier e vejo o ecrã piscar dando e sorrio ao ver que é a Inês que me liga. Viro-me para trás e faço sinal ao Harry para fazer o mesmo. Quando ambos olhamos podemos ver todos os nossos amigos e família acenando para nós com enormes sorrisos.
De caminho até ao hotel, liguei à Anne que ia ficar com o Thomas esta noite e nos próximos dez dias. Pedi que fosse ao aeroporto para nos despedirmos do nosso pequeno. Segundo o Harry estes dez dias iriam ser bons para nós apesar de irmos ficar longe do nosso filho. Mas na minha opinião vão ser os dez dias mais compridos da minha vida.
Assim que entrámos no quarto nupcial do hotel, nem deixei o Harry respirar e beijo-o com bastante intensidade. Aos poucos entregamo-nos um ao outro e mais uma vez nos tornámos um só, mas desta vez sendo marido e mulher e não apenas namorados.
--- Bia Off --- QptL}: