104.

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--- Harry On ---
Quando o Niall me ligou dizendo que a Bia estava triste e a chorar, o meu coração perde-se mais um bocadinho. Odeio vê-la chorar. Nesse instante pedi ao Niall para fazer o que tínhamos combinado, ao que ele apenas disse para eu voltar depressa ou perdia definitivamente a mulher que amo.
Bom quando fiz a minha pesquisa sobre o doping eu encontrei coisas muito interessantes. Depois decidi telefonar à Darcy. Sim a Darcy. A suspeita que o Niall levantou deixou-me com a pulga atrás da orelha. Ela aceitou encontrar-se comigo. Na nossa conversa telefónica  ela mostrou ser uma mulher amargurada e frustrada. Percebi pelas suas palavras que ela seria capaz de tudo pelo dinheiro e pela fama, doesse a quem doesse. Ela ainda tentou desculpar-se pelo que fez, mas eu não lhe dei hipótese. Se foi mesmo ela que falseou os resultados eu tenho de o descobrir. Nessa mesma tarde fui ao hospital falar com o Dr. Robin e ele contou-me a conversa que teve com a Bia. Ele prometeu ajudar no que podia e isso deixou-me mais descansado. Decidimos ir falar com as enfermeiras do laboratório e percebemos que uma delas está muito nervosa. Quando voltei a casa nessa tarde optei por deixar um bilhete à Bia dizendo que precisava de me afastar dela para esclarecer umas coisas. Se há coisa que me custou fazer foi dizer à mulher que amo que preciso de espaço. A minha mãe aconselhou-me a não ir para longe e assim fiquei em casa deles por tempo indeterminado. Claro que muitas vezes a Bia esteve lá em casa para saber notícias minhas. E como combinado os meus pais nunca disseram o meu paradeiro. Custava imenso estar debaixo do mesmo tecto que ela e não a poder beijar ou abraçar. Mas foi uma opção minha. Na segunda semana em que estive afastado encontrei-me com a Darcy nos arredores da cidade.

*Flashback On*
Darcy: Estava ver que tinhas desistido do nosso encontro.
- Eu disse que vinha. Caso não te lembres.
Darcy: Muito bem. E porque querias que eu viesse?
- Quero dizer-te que conseguiste o que querias.
Darcy: Como assim?
- Querias fama e dinheiro, pois bem conseguiste.
Darcy: De que é que está para aí a falar?
- Disto. (entrego-lhe um papel)
Darcy: Isto não é o que parece. Eu não o queria fazer.
- Não querias. Darcy, falseares documentos é crime punido por lei.
Darcy: Eu só fiz isto porque te amo.
- Deixa-me rir. Tu não amas ninguém, nem a ti própria.
Darcy: Amo mais do que pensas. A Beatriz não é mulher para ti.
- Não fales do que não sabes. Se há pessoa que merece tudo de bom é ela.
Darcy: Não digas isso. Olha nos meus olhos e diz que eu não te chamo a atenção. Diz que não sentes nada quando eu chego perto…
- Infelizmente para ti não sinto nada de nada.
Darcy: Isto não fica assim… Tu vais ser meu. Escreve o que eu te digo
*Flashback Off*

Depois da minha conversa com ela, tenho certezas que ela está completamente doente. A miúda está obcecada com fama e dinheiro. Tenho de pensar bem no que vou fazer e que passo dar. Enquanto isso e apesar de estar longe da Bia eu quero continuar a tê-la por perto. Para isso e par a fazer sorrir, hoje fui à pastelaria e mais uma vez fiz o que tenho feito nos últimos dias. O empregado riu-se e apontou para a porta. Quando me virei deparei-me com a pessoa que mais quero sentir perto de mim.

- Por favor, eu preciso de sair daqui.
Empregado: Tenha calma senhor Styles. Venha para este lado do balcão e abaixe-se.

Fiz o que ele me disse e sentei-me por baixo do balcão, rezando para que a Bia não desse pela minha presença.

Empregado: Bom dia menina. Tenho aqui o seu café e desta vez tenho algo a mais no seu menu.
Bia: Bom dia. Algo a mais?
Empregado: Sim. Hoje o seu café vem acompanhado com algo.
Bia: Uma fatia de bolo de ananás?
Empregado: (enquanto tira o café) Vou dizer-lhe que quem a faz sorrir com um simples café acompanhado de um smile deve gostar muito de si.
Bia: Porque diz isso?
Empregado: Porque se a menina vier cinquenta vezes à pastelaria, nós temos ordem para que você receba cinquenta cafés acompanhados de um smile. E acredite que essa pessoa deve adorar o seu sorriso, pois cada vez que você vê o smile sorri. Tudo bem que é um sorriso tímido, mas acima de tudo nota-se que é sincero.
Bia: Obrigado.
Empregado: Só faço o meu trabalho.

Saber que ela sorri com este simples gesto deixa-me ligeiramente aliviado, mas triste por saber que por estupidez das minhas inseguranças um smile é a única maneira que tenho de a ter por perto.
O empregado dá-me enfim o sinal para eu sair detrás do balcão e eu assim o faço.

Empregado: Senhor Styles se você ama mesmo a senhorita Beatriz corra logo atrás dela. Existem muitos homens que dariam tudo para tê-la por perto.
- Porque diz isso?
Empregado: Vou ser sincero consigo. Está a ver a sua namorada? (ele olha para a porta e vejo a Bia apertar do casaco e falar com uma rapariga, provavelmente colega dela) Agora responda… Quantos homens você acha que são loucos por ela? Quantos você acha que ficam encantados com o seu sorriso? De certeza que são vários. Você até pode não os conhecer pessoalmente, mas eles existem. E apesar disso ela escolheu-o a si e não nenhum outro. Você não é nenhum príncipe e tens as suas fraquezas e imperfeiçoes. E mesmo assim acho que ela insiste em dizer que você é perfeito para ela. Até pode ser que ela seja burra por isso, mas mesmo assim ela ama-o com todas as imperfeições sejam elas quais forem. Agora eu pergunto: Você acha que tem dado o valor devido? Muitos clientes que aqui vêm e observam a sua maneira de agir quando recebe aquele café acabam por ter inveja. Inveja de não serem eles a colocarem-lhe o sorriso na cara. Muitos estão à espera da primeira oportunidade para “atacar”. Bate uma pequena raiva de imaginar isso, certo? Agora vá ter com ela, passe-lhe a mão nos cabelos, abrace-a e diga que a ama. Ligue-lhe só para saber como ela está. Digo-lhe para dar o valor que ela merece, pois quando a perder, a única coisa que vocês vai ser é arrependimento.
- (olho intensamente para o empregado) Como me pude esquecer de quão importante ela é para mim…
Empregado: E normal. Pelo que se conta da vossa relação você apenas está inseguro e digo-lhe já que isso é parvoíce.
- A nossa história é complicada.
Empregado: Permita-me discordar, mas é você que a torna complicada. Ela quando aqui vem e recebe aquele smile consegue esboçar um sorriso sincero. Seja qual for o vosso problema desta vez, lute por ela.

Aquelas palavras batucam a minha cabeça sem parar. Tudo o que este simples empregado disse é a mais pura das verdades e eu estou prestes a perder a Bia. E tudo porque aquela mula armada em gazela mais uma vez me fez desconfiar dela. Agradeço ao empregado e ele apenas me diz que é com todo o gosto que nos ajuda.
Pego no carro e corro para o hospital. De hoje não passa e vou confrontar a enfermeira, mas antes tenho de passar no pavilhão. Hoje há um treino para os olímpicos e há duas pessoas que precisam de ouvir as verdades.

Becca: Harry que estás aqui a fazer?
- A tua treinadora?
Becca: Está com o presidente do comité em reunião. Mas ainda não respondeste à minha pergunta.
- Em que sala eles estão?
Becca: Ali. (aponta para uma sala de reuniões)
- Obrigado. (dirijo-me para lá)
Becca: Harry…

Ela chama-me, mas eu estou empenhado em ir até àquela sala e arrastar aqueles dois até ao hospital. Depois de muito tentar lá consigo que eles me acompanhem e é agora o tudo ou nada. Envio uma mensagem ao Niall a dizer o que estou prestes a fazer e ele disse que ia chamar a polícia para aparecer lá de fininho. Só me falta chamar uma pessoa para este encontro relâmpago no laboratório do hospital.
--- Harry Off ---

--- Zayn On ---
Hoje a Perrie fez a sua primeira ecografia e eu estou tão, mas tão feliz. Eu sei que já era pai e que isso me trazia uma felicidade imensa, mas desta vez não sei explicar o que quão bom a Perrie ser mãe pode ser. Tudo bem que ela tem as suas recomendações, mas eu vou fazer de tudo para manter a segurança da minha família.

O dia estava a correr bem até o Niall me ter contado o que se estava a passar com a Bia. Pelos vistos ela não contou a ninguém como se sente desde que o Harry se afastou. Eu juro que se o Styles não voltar e depressa eu “mato-o” só por fazer a minha irmã sofrer.
Estou neste momento a caminho do hospital, pois o Niall disse que era importante lá ir. Ele diz também que se eu estiver lá posso finalmente entender o que realmente se passa com o Harry. Falou também na Darcy e sou sincero quando digo que quero aquela mulher longe de mim e dos meus. Deixei a Perrie e a Jessie em casa da Ellen com a minha mãe e fui buscar o Louis e o Liam. Tenho a sensação que será importante eles também estarem presentes.

Liam: Mas afinal que viemos aqui fazer?
- O Niall disse que para entendermos o que se passa com o Harry, a Darcy e a Bia tínhamos de vir ao laboratório do hospital.
Louis: Mas o Harry não está em viagem?
- Acho que sim. Olha já não sei nada.
Liam: Sendo assim, vamos logo ao laboratório.

À medida que nos aproximamos do laboratório posso ver o Dr. Robin a falar com uma mulher. Ela está nervosa e pelo que aparenta não diz coisa com coisa. Olho para dentro da sala e posso ver a Darcy. A Darcy? Mas que raio.
Entramos na sala e pudemos ver a Darcy, o Dr. Robin, um homem que não sei quem seja, a enfermeira nervosa e mais duas pessoas que não sei quem são. Além de que o Niall também está presente.

Darcy: Eu posso saber o que estou aqui a fazer e porque não me deixam ir embora?
Niall: Darcy já te disse que ainda faltam algumas pessoas para esta reunião.
Darcy: Nem sei porque estou aqui. Não estou doente, nem nada que se pareça.
Dr. Robin: Isso é o que vamos saber.
Liam: Mas afinal quem falta para a reunião começar?
Niall: Eles. (aponta para a entrada)
- Harry?!!
Louis: Mas… És mesmo tu?
Harry: Eu mesmo.
Darcy: Amor que disse para esperares por mim para jantar.
- Quê? Tu e a Darcy andam enrolados? (olho para ele e já não o vejo bem)
Harry: Não.
Darcy: Porque mentes. (aproxima-se e ele dá um passo atrás)
Dr. Robin: Podemos começar? (assentimos) Muito bem…

O Harry sentou-se à minha frente e eu fuzilo-o com o olhar. A minha irmã em casa a deprimir e este gajo aqui como se não estivesse a acontecer nada. Mas pronto vamos ver o que sai desta reunião, se é que se pode chamar reunião. Sim porque isto mais parece uma cilada para alguém que está presente nesta sala.
--- Zayn Off ---

--- Bia On ---
Decidi ir almoçar com a minha mãe. Precisava de aliviar a cabeça e espairecer e nada como o colo de mãe para nos ajudar. Assim que toco à porta posso ouvir gargalhadas do outro lado. A Perrie abre a porta e eu sorrio ao vê-la a ela e à Jessie. Acho que este almoço iria fazer-me bem.

Ellen: Então filhota como estás?
- Bem, dentro dos possíveis.
Perrie: Que é isso na tua mão?
- (olho para o meu corte) Magoei-me numa jarra lá em casa.
Ellen: Tens a certeza?
- Eu não me cortei se é isso que pensam. Posso estar desesperada, mas jamais quebraria a promessa que vos fiz há um ano atrás. Além disso não quero desiludir ninguém novamente.
Ellen: Desculpa. Nós só estamos preocupadas. Tu raramente falas do que sentes e isso deixa-me triste.
- Oh mãe eu sei que não gosto de falar do que sinto, mas eu estou bem. (sorrio)
Perrie: Pena esse sorriso não ser sincero.
- Ele vai voltar a ser. Eu prometo.

Conversámos bastante e brincámos muito com a Jessie e a Mel. Estava tudo tão agradável que parecia que as coisas se estavam a compor. Nenhuma delas me falou nos exames ou no Harry e eu agradeço por isso. Estávamos a meio da sobremesa quando o meu telemóvel toca dizendo a Becca para ir ao pavilhão o mais rápido possível. Assim pego nas minhas coisas e saio meio à pressa de casa da minha mãe. A Perrie quis vir comigo e para isso deixou a Jessie ao cargo da minha mãe.
A sensação familiar daquele pavilhão era boa e boa demais desta vez. Claro que eu sentia uma tensão no ar, mas por algum motivo eu tinha certezas que o que estava a acontecer era bom.

Hate and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora