18- Virgindade

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Como já foi mencionado, eu era fisicamente virgem, por mais que tivesse tido um relacionamento com Amanda, nada nunca havia penetrado realmente em mim e depois da primeira vez que transei com Alice fiquei com muito receio de que ela soubesse disso, afinal minha sorte em nossa primeira ocasião era estar menstruada e não sabia se haveria outra... a qual aconteceu, não é mesmo.

Pra mim aquilo era incômodo, nossa diferença já era gigante, ela era extremamente mais experiente do que eu e saber disso era como se piorasse pra mim... pro meu ego... parecia uma deficiência minha, como se não soubesse o que fazia, ou qualquer coisa assim, o que não seria uma total mentira de certa forma, mas Alice não precisava saber disso.

Sou ativa e amo ser assim, mas sim, eu ainda era uma ativa que não sabia muito bem o que fazer, por mais que no final de minhas relações sexuais tudo parecesse ter dado certo de alguma forma, sempre ficava com dúvidas já que nem sempre a situação, ou o ambiente, favorecia, com isso, quanto menos motivos tivessem para me pré-julgar melhor seria e, pra mim, saber da minha inexperiência poderia interferir, ou não, não sei, só sei que hoje ligo o foda-se pra muitas neuroses minhas, mas na época era outra realidade.

Por muitos anos tive aquele sonho besta de perder a virgindade dentro de um casamento com um homem por quem eu realmente estivesse apaixonada... sonho Disney... não o menosprezo, por mais que possa parecer, na verdade respeito quem ainda possua um sonho assim, mas ao longo do tempo fui me tornando uma pessoa menos fantasiosa e mais prática, com isso passei a enxergar meu hímen como um problema e não como algo romântico.

Iniciei então uma busca em meu meio social, alguém que pudesse resolver aquilo pra mim... eu tinha Rafael, o rapaz do trabalho com quem já havia ficado, mas não queria também ter que lhe contar a esse respeito, por essa razão o enrolei até não poder mais, o que o devia deixar chateado, pois vivia me convidando pra ir a sua casa e eu sempre negava com qualquer desculpa e foi durante essa busca que pensei em Léo, o rapaz gay da minha nova turma.

Por mais que eu diga que Léo é gay, como já mencionei antes, na verdade ele é bissexual, o que acontece é que entre nós, bis, existem algumas diferenças, ou proporções, hoje em dia costumo comparar ao filme Divergentes, pois no meu entender existem graus de bissexualidade, o que faz com que alguns sejam mais homos e outros mais héteros, mas no caso de Léo, ele era mais homo, ou seja, só "falava" em homens, cu e pênis. – Riu.

Pensei por muitos dias a esse respeito, havia uma urgência dentro de mim, queria me livrar daquele meu problema, mas também não queria fazer de qualquer maneira, ou com qualquer pessoa, só que não havia muitas opções. Confesso que pensei em fazer isso com meu ex, mas por fim sabia o grande transtorno que isso seria.

Depois de muita análise cheguei então a conclusão de que Léo seria uma ótima opção pelo fato de não termos nenhum sentimento envolvido, também por ele ser divertido e atraente, isso entre outras qualidades que possuía, então lhe mandei uma mensagem via Whatsapp dizendo:

– Queria te perguntar uma coisa, mas preciso que você não conte isso pra ninguém.

– Tudo bem amiga, pode falar. – Respondeu ele.

Contei-lhe superficialmente a respeito da minha virgindade justificada devido ao meu histórico religioso e no fim lhe fiz a bendita proposta, com um leve tom de brincadeira, deixando claro que não haveria problema se meu tipo físico não lhe despertasse interesse, pois entendo que a vida é assim, não é por todo mundo que a gente sente tesão e não quer dizer que eu não seja bonita por causa disso, gosto é gosto, faz parte.

Foi isso, foi seco, foi mais ou menos da forma que estou falando aqui por volta da metade do mês de maio, mas foi assim porque era assim pra mim, eu só queria resolver o meu problema e poder transar livremente com quem me desse vontade de transar, não que fosse fazer isso, infelizmente não sou assim, mas ter essa tranquilidade psicológica era algo de que eu precisava muito.

– Poxa amiga, eu fico lisonjeado, de verdade, mas eu to num momento complicado, eu tava num namoro com uma menina da minha cidade, mas desde que vim pra cá eu mal tenho me envolvido sexualmente com homens, quanto mais com mulheres, entende?

– Ah cara, sem problemas, é uma pena porque acho que você realmente seria perfeito pelas ideias que te falei, mas tudo bem, só não conta pra ninguém sobre isso não por favor.

– Não se preocupa não, não vou falar pra ninguém não.

Eu e Léo nunca tivemos uma amizade muito profunda, apenas convivemos, estudamos e trabalhamos juntos, zoamos, saímos algumas vezes pras mesmas baladas, mesmo que quase nenhuma, mas nada muito firme, ele é muito avoado, talvez porque viva chapado, ou por causa de seu signo – Riu. – mas gosto muito dele independente das coisas que vieram depois.

Ninguém nunca me questionou a esse respeito, nem Sophia, com quem ele tinha muita amizade e tenho certeza que seria a primeira a tocar no assunto caso soubesse de algo, e nem Cíntia, de quem ele passou a ser melhor amigo e com quem eu também passei a ter uma boa amizade, pessoa esta que ainda vai surgir na história... nada... nenhuma das duas, o que me sugere que ele tenha sim guardado meu segredo e isso me fez ter ainda mais consideração e carinho por ele, só que são coisas que a gente não conta por aí... não é mesmo?


Obs: Comente, curta e compartilha. Bju

LGBT - Aos Meus Olhos - 2016 Parte 1Where stories live. Discover now