33- Diana

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Existem muitos detalhes independentes das personagens principais que acabam influenciando esta história, Diana foi um destes fatores, que teve pouca participação, mas teve também sua importância dentro dos acontecimentos.

Ela era uma jovem muito bonita, na época loira, fisicamente do jeito que gosto, embora parecesse ter uma tendência de se vestir, ou de se comportar como "machinho", o que seria seu único "defeito" pra mim, lembrando que não estou criticando a pessoa, super ficaria com ela, estou apenas me referindo desta forma mediante ao meu gosto, assim como sei que pessoas não gostam da minha aparência, ou jeito, e outras ficam loucas comigo.

Enfim... através do Facebook havia tentado iniciar um contato, embora confesso que não sabia nem por onde começar, queria que fossemos apresentadas, mas não conseguia nem encontrar meu amigo pra tomar uma cerveja, quanto mais pra que ele fizesse as honras de uma formal apresentação... vida que segue.

As semanas passaram, toda essa minha história foi acontecendo, recebi meu "aviso" demissional de que o mês de julho seria meu último mês de trabalho, Amanda já estava puxando assuntos tendenciosos pelo Whatsapp e como já havia mencionado, eu não sabia o que fazer, só sei que depois daquela semana estranha, após o arraiá, no final de semana seguinte, fui pra casa do meu pai.

Eu tenho esse costume, sempre que não me sinto muito bem vou pra lá, é como sair da realidade, serve pra respirar, me acalmar... sei lá... o lugar não é dos melhores, pelo contrário, por exemplo nem Mc Donald's eles tinham porque o Município era considerado fraco, ou baixa renda demais, ao menos foi o que soube, embora minha família lá não seja baixa renda, mas de qualquer forma não vou só por razões como essa, mesmo que seja fato que sempre penso em ir quando não me sinto bem.

Fui e lá fiz uma proposta pro meu chefe/tio:

– Tava pensando, vê o que você acha, eu posso trabalhar aos finais de semana, incluindo o "siga-me" do telefone a noite, ao invés da semana corrida com o sábado a cada quinze dias, assim você fica livre e não precisa me pagar o salário cheio, me paga só o valor do meu curso, mais passagem e comida referentes aos sábados e domingos.

– Olha Ana, vou pensar, mas a princípio não me interessa não. – Foi sua resposta.

Eu odeio pedir qualquer coisa pra qualquer pessoa, mas aquela era uma proposta que beneficiaria mais a ele do que a mim e em outro momento explicarei melhor a esse respeito, até porque esse problema faz parte dos motivos que me fizeram quase entrar em depressão.

A noite falei com Diana por Whatsapp, onde tivemos uma longa conversa que envolvia fotos íntimas dela e que me fizeram ficar ainda mais afim porque seu corpo era uma graça. Foi com ela que fiz minha primeira "foda virtual", já que ela queria saber como eu faria pra "comê-la". Os termos usados eram bem esses mesmo... comer, foder e etc.

Naquele dia ela me perguntou algo que hoje compreendo.

– Você é bi ou lés? – Perguntou.

– Bi. – Respondi.

– Não gosto de bis, elas dão muita dor de cabeça.

– Ah, acho que depende, não vejo dessa forma.

Pois é... eu achava um máximo ser bi, afinal minhas opções eram maiores, mas hoje compreendo o pensamento, ou sentimento, mesmo que talvez as razões mudem de pessoa pra pessoa, no meu caso é extremamente desagradável a exaltação que se faz aos homens por causa de um pênis, falo isso, mas compreendo que gostem, até mesmo por causa da penetração, o que quero dizer é que a maioria das bis que vejo normalmente possuem preferência por eles, então se apaixonar por uma é muito arriscado e confesso, hoje em dia prefiro milhões de vezes ser trocada por uma mulher do que por um homem, graças, principalmente, a esta história que lhes conto.

Ficamos até altas horas da madrugada entre áudios, emotions, escritas e etc... ela era linda, não me pediu nude nenhum, me mandou fotos de calcinha e sutiã, mas morava longe e eu só tinha as quintas-feiras em casa sozinha pra poder tentar alguma coisa mais íntimo e presencial... foi o que fiz... meu único problema era que não poderia faltar o curso, já que era a última semana antes da nossa apresentação de segundo período, só que eu queria encontrar Diana, meu corpo havia reagido àquela nossa conversa e isso não acontecia há bastante tempo.

Na quarta-feira, dia treze de julho de 2016, antes da primeira aula, Sophia surgiu e com ela comentei a respeito do que havia acontecido, lhe mostrei uma foto de Diana e a mesma disse:

– Ah Ana, ela parece muito estranha! Não gostei dela não! Sou muito mais a Alice.

– O que adianta você ser "muito mais a Alice" se eu não tenho a Alice? – Ri.

– Não importa, ainda sou mais a Alice.

Não entendi aquela reação, achei graça, mas ignorei, só sei que durante o ensaio, enquanto eu estava sentada na plateia assistindo meus colegas, Alice, que estava sentada ao meu lado, do nada, me perguntou:

– Quer ir lá pra casa amanhã? – Gelei obviamente, até porque o "amanhã" era a tal quinta-feira com Diana que eu estava lutando pra conseguir. – É quase véspera da apresentação e a gente pode, sei lá, fazer coisas de menina tipo unha, cabelo e etc... a gente pode chamar a Sophia também. – Houve uma mudança de tom de voz quando mencionou Sophia, considerei que fosse pra me fazer entender que realmente seria só pra isso.

Eu sou o tipo de pessoa que só faço unha pra ir em casamento, mas como a mesma já me havia feito pintar suas unhas umas duas vezes, talvez aquela fosse a única desculpa que lhe tenha passado em mente pra me convidar a dormir em sua casa... com qual intenção?... bom... ela sempre dizia que queria apenas minha amizade... o que eu fiz?... o que mais uma pessoa apaixonada, ou burra, faria?

– Pode ser. – Respondi.

Algumas coisas começavam a me soar estranho, por exemplo, não sei o porquê, embora essa questão deva entrar na outra parte desta história com mais detalhes provavelmente, mas meses depois Alice se referiu a Diana chamando-a de "estranha", sendo que eu nunca lhe havia mostrado uma única foto da menina... apenas Sophia tinha visto.


Obs: Comente, curta e compartilhe. Bju.

LGBT - Aos Meus Olhos - 2016 Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora