Lá No Morro.

Noventa e sete.

Bru 💤

Bru: Para de brincadeira.- Ele se sentou do meu lado.

P2: Tu sabe que eu não sou de brincar.

Bru: Tá p2, então porque tu me trata com grosseria?

P2: Porque eu num sei o que fazer pô.- Passou a mão no rosto.- Esquece isso, é efeito dos bagulhos.

Ele me entregou a chave da casa e voltou a cheirar, olhei pra ele e bufei, se eu fosse embora daqui, ele iria passar o dia todo se drogado.

Bru: Vamos comigo.- Pedi.

P2: Vai embora.

Bru: Por favor.- Cheguei perto dele e mesmo com medo toquei no rosto dele fazendo ele olhar pra mim.

P2: VAZA DAQUI PORRA.- Gritou me empurrando no chão, eu cai batendo as costas no armário, gemi de dor e ele me olhou largando as drogas.- Eu disse pra tu sair cara.

Bru: Vamos comigo, p2.- Pedi ainda sentada no chão, ou eu era muito trouxa ou eu só estava ajudando quem me ajudou.

P2: Porque? Caralho, eu acabei de te machucar e tu ainda quer que eu vá contigo? Qual teu problema?

Bru: Eu não quero que você fique aqui se drogado, fazendo mal a si.-Estendi a mão e ele ficou um tempo olhando mas segurou minha mão me ajudando a levantar.- Se você me empurrar de novo eu mato você.

P2: Tu tá me ameaçando mermo?

Bru: Machucou cara.- Ele fechou a cara.

P2: Quer ir pro postinho?

Bru: Que bonitinho, tá preocupado.- Brinquei e ele fez menção em vim pra cima.- Não encosta em mim, eu não sou essas menininhas que você tá acostumado, eu não aceito desaforo, muito menos macho querendo me bater.

P2: Por isso eu me liguei em tu.- Revirei os olhos e ele me puxou pra sentar no colo dele.

Bru: Fala sério p2.

P2: Pietro.- Falou baixinho olhando pro chão.

Bru: Já é um começo, vou te chamar pelo nome.

P2: Não.

Bru: Tá bom, Pietro.- Ele me olhou sério.- Me fala sobre você, me fala o porque você é assim, eu posso te ajudar.

P2: Pode não.- Fui me levantar do colo dele mas ele me segurou com firmeza, toquei na mão dele e vi ele se arrepiar, sorri vitoriosa e sai puxando ele pra um dos quartos, me deitei e ele sentou do meu lado.

Bru: Para de ser grosso, eu não vou te fazer mau, eu quero teu bem.

P2: Tá fazendo porque quer.

Bru: Realmente.

Me levantei calçando minha sandália novamente e sai em direção a porta, ele tentou me segurar mas eu me soltei e sai caminhando.

A casa era realmente no meio do nada, ainda estava de dia, então fui caminhando tentando lembrar do caminho que eu fiz pra vim.

{...}

Cheguei em casa morta, depois de caminhar por mais de 1h, chamei um uber que demorou mais de 2h pra ir buscar pelo local ser longe.

Abri a porta cansada e me deparei com o Lukas sentado no sofá fumando com os olhos vermelhos.

Bru: Sai daqui, eu tô cansada pra brigar hoje.

Lk: Tava dando pra macho né vadia? - Me assustei na forma de falar dele, ele nunca falou isso comigo, só nas nossas brincadeiras.

Bru: Me respeita, Lukas.

Ele não falou nada apenas veio pra cima de mim segurando meu pescoço contra a parede.

Lk: Tu é minha, minha! Eu não te quero com macho nenhum, tu ouviu?

Bru: Lukas, me solta.- Pedi quase num sussurro, ele nunca foi assim comigo.

Lk: Se você ficar com alguém eu te mato.- A porta foi aberta.

P2: Solta ela.- Empurrou ele e fazendo ele me soltar e eu cai sentada no chão tentando recuperar o ar.

Eles ficaram brigando verbalmente mas eu nem liguei, eu estava encolhida com muita dificuldade de respirar.

Lk: FALA TU BRUNA, QUEM TU QUER? - Gritou comigo e os dois me olharam.

Eu não conseguia nem respirar direito, imagina fala. Pietro bufou e pegou um copo de água me entregando, bebi devagar e me levantei.

Bru: Nenhum, nenhum dos dois animais.- Respondi com a voz fraca.- Eu quero que os dois saiam da minha casa e se quiserem se matar que vão pra rua, só quero que vazem da minha casa, já fui muito machucada hoje, pelas duas partes.

Lk: Bru...

Bru: SAI DAQUI.- Gritei mesmo sentindo minha garganta arder, ele me olhou e saiu, fiquei encarando a porta e P2 me encarando.

P2: Eu num queria falar daquele jeito...

Bru: Que pena que falou não é? Eu só queria te ajudar, mas tá bem na cara que você não quer se ajudado! Sai daqui, não vou aguentar mais tuas grosserias nem nada.

P2: E se eu disser que..- Fez uma pausa.- Eu gosto mermo de tu.

Bru: Eu não consigo nem respirar direito, imagina gostar de alguém. Já fui muito machucada, então é melhor ficar longe disso tudo, inclusive de você que me faz mal.- Ele parou do meu lado.

P2: Me ajuda.- Falou quase num sussurro.

Bru: Eu vou tentar Pietro, mas por hoje me deixam sozinha aqui.- Ele coçou a cabeça e saiu fechando a porta, respirei fundo e me joguei no sofá, eu buscaria os meninos amanhã na dona Elisa.

Minha vida tava uma bagunça, e eu não sabia se o Pietro iria me ajudar a arrumar, ou só iria bagunça mais!