Lá No Morro.

Vinte sete.

Júlia 🌻

Cadu: Vamos conversar.- Me empurrou pra um canto mais afastado.- Tu gosta do Jota?

Jú: Não.- Respondi olhando as crianças brincando.

Cadu: Se eu te falar uma coisa, promete que não sai daqui? - Assenti.- A uns anos atrás o Jota tinha fiel e pá, era a Yana, era considerada por geral aqui, tinha respeito enorme de todos, ela foi a fiel do Jota a uns 5 anos, eles eram o casalzão da porra, mas ela começou a trair ele, na própria cama dele, com o ex melhor amigo dele.- Abri a boca surpresa.- Ele só é assim porque ele já se machucou pra caralho,e agora tem medo de tu ser igual o fazer pior.

Jú: Tudo bem, eu entendo.- Ele sorriu.- Mas isso não dá o direito à ele de ficar falando o que ele fala comigo, isso machuca!

Cadu: Perdoa ele pô, ele só não sabe como agir e pá.-Coçou a cabeça.-Perguntando novamente, tu gosta do Jota?

Jú: Não, eu gosto do João Pedro.- Cadu sorriu e me abraçou.

Cadu: Vou falar com ele.- Beijou minha testa  saiu.

Sorri de lado e fiquei olhando as crianças brincando ali, vi os meninos saindo na moto e voltei pro lado da Júlia e Lk, peguei uma ice e comecei a beber até que os fogos foram enviados aos céus e os tiros começaram.

Lk: Caralho, vocês precisam se proteger.- Falou tirando a fuzil das costas.

Bru: Vai lá amor, a gente sabe como faz.- Deu um beijo rápido nele e ele saiu correndo.- Vem.

Fomos tentando ir na sombra pra ninguém nos ver, íamos pelos cantinhos, vi os policiais, eram eles que estavam invadindo e me queriam.

Jú: Eles querem a mim.- Falei segurando a Bru.- Eu não vou trazer guerra pra cá, eu preciso ir.

Bru: Não, não. Nem pense nisso, os meninos já se acostumaram com isso, eles não ligam em proteger você.-Falou com os olhos cheios de lágrimas.

Neguei com a cabeça mas logo voltamos a correr, quando íamos entrar em casa alguém puxou o cabelo da Bru e colou uma arma na cabeça dela.

Guilherme: Ou você vem comigo ou eu mato ela.- Engatilhou a arma, eu já chorava junto a ela.

Jú: Eu vou, solta ela.- Ela negou.- Diz pra todos que eu amo eles.

Bru: Por favor, não...- Guilherme deu uma coronhada em sua cabeça com a arma fazendo ela cair no chão.

Jú:ELA É SUA FILHA.-Gritei desesperada.

Guilherme: Vamos logo.- Olhei pra Bru pela última vez e dei as costas com o coração na mão.

Fui descendo o morro de cabeça baixa chorando,eu já havia me acostumado com todos aqui, não queria deixa-lós, era tão difícil pra mim.

Jota: JÚLIA.- Escutei seu grito e virei pra trás, como eu queria ir lá e abraçar ele e dizer que mesmo ele sendo um ogro eu gostava dele.

Apenas me virei chorando mais ainda entrando no carro.

Jú: Fica bem, eu gosto de você.- Sussurrei contra o vidro