Quatro.

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Sentei naquele banco novamente sem notícias alguma, já se passavam das 00h e nada, meus olhos doíam de chorar e estavam vermelhos, a dor de cabeça era grande e minha barriga doía de fome.

Cadu: Ei, jujuba, tu já comeu? - Perguntou entrando com a Bruna.

Jú: Não, mas eu não estou com fome, não se preocupe.- Menti.

Bruno: Até eu minto melhor.- Tentou fazer graça.

Cadu: Vamos pra casa, vocês duas comem e tomam banho, assim que o sol nascer a gente vem e eu prometo que vocês terão notícias.- Alisou ambos cabelos.

Eu olhei pra Bru que retribuiu o olhar, me dei por vencida e me levantei, ela fez o mesmo e ele nos abraçou pela cintura, uma de cada lado.

- Aí Cadu, tá bem ein! - Falou um menino gatinho vindo até a gente.- Apresenta aí.

Cadu: Não é pro teu bico, tua fiel saber disso! - Balançou a cabeça em negação.

- Tenho mais fiel não pô, larguei de vez. E aí gatinha, sou o mago.

Jú: Júlia.- Sorri sem mostrar os dedos.

Eu só quero dormir, tô nem aí pro seu nome moço! Cadu falou mais alguma coisa com ele e depois saímos, paramos em uma casa digamos que mansão em relação às outras, era mais organizada, por dentro era melhor ainda, lindíssima.

Bru: Porque pra casa do Jota? Eu quero dormir, Cadu.- Falou manhosa.

Cadu: Relaxa, tu vai querer dormir mesma casa que o Marcos? - Ela negou.- Só por hoje, amanhã arrumo uma goma pra nós três.

Jú: Quem é Marcos? -Perguntei desentendida.

Bru: O monstro que fez isso com a mãe.- Olhei pra ela.

Tenho ódio desse homem! Queria matar ele com as minhas próprias mãos.

Cadu pediu pra irmos tomar banho que ele ia pedir comida, ela foi pro banheiro do corredor e disse pra mim ir pra um dos quartos, todos eram suítes! Entrei em um qualquer e nem liguei em olhar ao redor, fui logo pro banheiro, entrei no banheiro e junto com a água minha lágrimas caíam  incontroláveis.

Eu não posso perder minha mãe, está fora de planos, se eu perco ela, minha guarda fica total com meu pai e eu serei obrigada a ir com ele. Depois de quase 1h, só sai dali por causa da minha barriga que implorava por comida, olhei o armário e vi toalhas, peguei uma me enrolando e saí dando de cara com o Jota sentado na cama.

Jota: Tava me perguntando quem era o comédia que entrou no meu quarto.- Olhou pra mim.

Eu estava tão sem cabeça pra nada que apenas suspirei.

Jú: Desculpa.-Falei por fim e fui me retirando mas ele segurou meu braço.

Jota: Se aquieta.- Me levou até a cama, foi até o closet pegando uma blusa dele, uma calça moletom e uma cueca.- Nunca usei.

Jú: Obrigada.

Ele sorriu de lado e eu fui pro banheiro me trocar, após vestida sai do banheiro e ele tava sentando na cama mexendo no celular. Saí penteando meus cabelos com o dedo e ele me olhou e depois se virou abrindo a gaveta jogando um pente em mim logo em seguida, agradeci novamente e penteie meu cabelo molhado, devolvi o pente a ele, sai do quarto por fim e encontrei a Bru com roupas masculinas também.

Bru: De quem são essas roupas? Tava fazendo o que no quarto do Jota? - Me atolou de perguntas.

Jú: Entrei nesse quarto, mas não sabia que era o dele. As roupas são dele também.- Falei sem graça.

Bru: Irmã, ele tá na sua.- Me abraçou de lado, nesse momento a porta do quarto do Jota foi aberta e ele já tava com outras roupas, uma bermuda e sem camisa.

Jota: Idéia errada.- Falou e desceu as escadas.

Lá No Morro.Onde histórias criam vida. Descubra agora