Lá No Morro.

Oitenta e dois.

Gente do céu, era pra esse livro ter acabado a uns 10 capítulos atrás, porém, eu não consigo desapegar dele, alguém me ajudaaaa!

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Hoje era o dia em que os meninos iriam tirar o João da cadeia, já era de madrugada, eu estava nervosa e aflita deitada com o Jonas no sofá, ele dormia mas eu não conseguia fechar o olho.

Jú:Vai ficar tudo bem.- Repetia em silêncio pra mim mesma.

Quando deu 03h49 da madrugada, a porta foi aberta revelando João, Cadu, Lk e mais alguns vapores, todos me olharam sorrindo e eu retribui.

Lk: Cadê o rango princesinha? - Passou a mão na barriga.

Jú: Fiz lasanha.- Apontei pra cozinha e Carlos saiu correndo como uma criança, assim como os outros, menos João que sentou do meu lado olhando pra Jonas.- Tá bem?

Jota: Porque tu ficou? - Me encarou. - Tu tinha chances de ir, eu tava longe, ninguém ia impedir, tu sabe que agora vocês num vão mais sair de perto de mim né?

Jú: Você sabe também que não manda em mim né? Eu não sei o que deu em mim, só senti vontade de ficar. Mas eu irei voltar sim, talvez eu volte daqui a 2 meses, quando eu me formar.

Jota: Se tu for, meu filho fica! - Sorri debochada.

Jú: Você já me privou de tanta coisa Jota, mas uma coisa eu te digo: Não ouse tentar afastar meu filho de mim.- Jonas resmungou no meu colo e eu ajeitei ele no meu colo subindo as escadas com ele.

Quando eu tava no topo da escada escutei a porta sendo fechada com tudo, fazendo um grande barulho ecoar e assim, Jonas acordar assustado chorando.

Jú: Tá tudo bem, já passou.- Alisei a cabeça dele e fui em direção ao quarto do João, ele chorava baixinho mas como ele ainda tava com muito sono, acabou adormecendo de novo.

Coloque ele na cama e os travesseiros em volta para não ter risco dele cair. Eu fiz uma péssima escolha em ficar.

Desci as escadas novamente indo pra cozinha onde os meninos comiam, peguei um pedaço com a mão e comecei a comer.

Cadu: Pivete tá bem?

Jú: Só se assustou.

Ll: Ele deve tá se drogando de novo na boca, vai lá pô! - Neguei.

Jú: Tenho nada haver com isso, se ele quer se matar que se mate só.

Lk: Ele vai ficar agressivo e descontar em tu, até mesmo no Jonas mermã, vá lá namoralzinha.

Respirei fundo e peguei mais um pedaço de lasanha saindo de casa, no meio do caminho senti um frio imenso, vou lembrar de nunca mais sair de casa as 3h da madrugada, abracei meu corpo e fui andando rapidamente pra boca, cheguei lá e ele tava colocando o líquido da heroínas pra injetar.

Jú: Não faz isso.- Peguei a seringa da mão dele, por um momento ele se transformou em um monstro vindo pra cima de mim segurando meus cabelos.

Jota: Nunca mais faça isso.- Levantou a mão pra mim mas eu segurei o rosto dele.

Jú: João Pedro, sou eu! - Olhei nos olhos dele.- Sou a Júlia lembra? Mãe do teu filho.

Ele mudou a expressão para arrependido, e baixou a mão, neguei com a cabeça, ele me puxou me abraçando forte.

Jota: Eu num sei o que tá rolando comigo.- Falou baixinho.- Eu viciei, não consigo mais largar.

Jú: Você consegue sim.- Puxei ele pra sentar no sofá.- Quando você pensar em fazer isso, pensa em alguém que você ama muito! Em alguém que iria ficar decepcionado, pensa no mau que você faz as pessoas que não tem nada haver com isso, pensa como está fazendo mal a si mesmo.

Ele assentiu e deitou a cabeça no meio dos meios peitos enquanto eu fazia carinho no cabelo dele.

Jota: Eu fiz muita merda quando tu foi embora, eu torturei gente inocente, fiz mó caô, me perdoa.

Jú: Quem sou eu pra te perdoar?

Jota: O amor da minha vida.- Rimos.- Me conta o que tu sente por mim, na pureza!

Jú: Eu te amo, passei todo esse tempo longe achando que esse amor ia sumir, mas nada! Quando eu vi você novamente, a única coisa que eu pensei foi em como cê tava lindo, eu queria voltar pra você, ficar aqui, eu, você e o meu filho.

Jota: Nosso.- Me corrigiu.

Jú: Aham, mas eu eu tenho medo de me arrepender, eu dou minha vida pelo Jonas, entende? Tenho medo do que tudo que fiz pra proteger ele não valer de nada e ele acabar seguindo o mesmo caminho que o seu.

João: Tu acha que eu quero isso pra ele? Quero não mô, eu quero que ele vá pra bem longe daqui, faça o que ele quiser da vida, quero que ele seja feliz no que ele escolher. Eu só quero uma chance pra provar que eu faço diferente, pra provar que nós vai ser feliz minha neguinha!

Ele virou pra mim fazendo nossos rostos ficarem a milímetros de distância, eu sentia o hálito quente dele contra minha boca e minha barriga estava cheia de borboletas, assim como na nossa primeira vez.

Jota: Eu amo tu.- Sussurrou contra minha boca e em seguida beijou a mesma.

Um beijo lento mas voraz, repleto de saudades e amor, como eu sentia falta disso, de nós dois, juntinhos!

Xxx: Jota? - Nos separamos vendo uma menina.- O que você pensa que está fazendo? Acha que todo esse tempo que você passou me maltratado, não vai dá em nada? O mínimo que você pode fazer é começar a me respeitar e me assumir como fiel.

Jota: Num fode Leticia, foi mal pelos bagulhos que eu te causei, mas tu num é ninguém não pô, foi só um lance e pá.

Leticia: Eu não aguentei seus maus tratos para você abrir mão assim.

Jú: Alá, começou a síndrome do Estocolmo.- Neguei com a cabeça.