Lá No Morro.

Vinte oito.

Cheguei na minha antiga casa, fui arrastada pelos cabelos até meu quarto que agora tinha proteção dobrada, até grade na porta.

Guilherme: Vai ficar sem água e sem comida, até aprender a não me desobedecer.- Me jogou no chão.

Jú: Porque você está fazendo isso? Eu sou sua filha.- Me encolhi no chão.

Guilherme: Ia deixar como presente pro seu aniversário, mas já que perguntou, eu não sou teu pai, quando eu casei com tua mãe ela já tava grávida de tu, eu pensei que em meio ao Carlos e a Bruna, tu era a única que iria ter um futuro pela frente, mas não.- Neguei chorando.

Ele saiu do quarto e eu chorei ainda mais, não podia ser! Meu celular ainda estava no meu bolso, por sorte eles não me revistaram, liguei pra o Jota, no primeiro toque ele atendeu.

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Jota

- Júlia? 

Eu: João, eu preciso que me tire daqui, por favor.

Pedi já chorando.

-Eu vou te tirar, eu prometo. Eu vou cuidar de você.

Eu: Obrigada.

- Júlia, eu sou ligadão em tu e dessa vez eu não bebi.

Eu: Eu também gosto de você, ogro.

- Eu vou te caçar e nada vai te fazer mau, eu prometo.

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Ele desligou e eu sorri, ele gosta de mim? Ah, ele gosta de mim! "Eu vou cuidar de você" aí meu senhor, como assim?

Como em meio ao caôs, escutar poucas palavras de alguém faz eu me sentir tão bem? Puta merda, eu estou apaixonada!

Sério, eu estava na merda mas eu estava feliz, uma simples ligação, umas simples palavras, mas com um significado enorme pra mim.

Eu já sentia fome, muita fome, mas aí eu me lembrei, eu me chamo Júlia Ribeiro, não sou qualquer uma não. Lembro que eu ficava de castigo trancada no quarto, eu sempre fazia estoque de comida.

Corri até meu closet indo em direção ao mini cofre que tinha ali, meus salgados, doces e até refrigerante estavam intactos, peguei um doritos e abri comendo o mesmo.

Depois de comer, peguei um pijama e fui tomar banho, vesti meu pijama e cai na cama.

A única coisa que eu sei é que isso precisa acabar logo, que eu preciso estar do lado dos meus amigos e do meu ogro.