Trinta e oito.

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Jota 💣

Abri os olhos assustados com meu pai entrando na sala correndo e o barulho de fogos.

Grego: Tão invadindo e tu fica dormindo? Filho da puta! - Me levantei pegando o colete e o fuzil.

Jota: Cadê a mãe? -Joguei um colete pra ele.

Grego: Saiu pra praia,suave.- Respirei aliviado.- Eu te amo, se acontecer alguma coisa promete que vai cuidar de tudo aqui? Que vai honrar o que prometeu?

Jota: Não fala assim, não é uma despedida.- Falei firme.- Te amo pra caralho.

Ele bateu no meu rosto de leve e saímos correndo, matava tudo que via na minha frente, dessa vez sentia um bagulho diferentes no peito, uma coisa ruim, será que é a Júlia?

Me perdi do meu pai, mas continuei matando todos, meu peito deu uma pontada me fazendo parar, encostei no beco tentando diminuir a dor, respirei fundo e fui saindo mas senti um cano encostando na minha cabeça.

Beto: Bú.- Riu debochado e destravou a arma.- Joga a arma no chão e vem ver o filme.

Joguei a arma no chão e levantei as mãos em rendição, os tiros tinham cessado mas meu peito doía pra caralho.

Beto: Foi difícil pra caralho trazer ela, ela apanhou um pouco pra entrar na linha mas tá tudo bem, vai ficar pior.-Falava enquanto a gente subia o morro.

A pessoa que passava na minha mente era a Júlia, ela era marreta pra caralho e não ia deixar se levar fácil, me perguntei aonde meu pai estaria naquele momento, já me sentia um total fraco.

Quando chegamos no topo do morro meu coração doeu só de ver a cena, era meus pais, não a Júlia.

Minha mãe tava toda roxa quase não respirava direito, meu pai tava com a boca sangrando, fui pra cima dele mas me seguraram.

Jota: ME SOLTA CARALHO.-Eu me debatia.

Beto: Fica quieto se não ele morre junto.- Apontou a arma pro Cadu.

Fiquei quieto de olhos fechados, eles chutaram minhas pernas me fazendo cair de joelhos, escutei o choro da minha mãe e deixei umas lágrimas caírem.

Dai: Eu te amo, eu te amo muito meu amor! - Falava sem som.-Desculpas se eu já te magoei de algum jeito, saí disso enquanto á tempo.

Eu já deixava as lágrimas caírem livremente.

Jota: Não me deixem.- Falei sem som também.

Grego: Sai disso.- Foi a última coisa que ele falou e o filho da puta do Beto atirou na cabeça dele fazendo vários gritos serem escutados, de moradores que presenciavam a cena, dos meninos, vapor e principalmente o meu e da minha mãe.

Jota: Deixa ela viva,por favor! Pode fazer o que quiser comigo,  mas deixa ela em paz.- Implorei e ele riu.

Beto: Que bonitinho, dando a vida pela mãe.- Apontou a arma pra ela.- Eu quero o que você sinta o mesmo que eu senti quando o filho da puta da teu pai matou meus pais, desse mesmo jeito, mas eu só tinha 10 anos, num tinha ninguém.- Engatilhou a arma.

Dai: Eu te amo, saía dessa vida, por mim.- Falou tudo muito rápido e ele atirou nela fazendo o seu corpo cai junto a meu pai.

Pra quem leu em caminhos diferentes,  saibam que algumas coisas foram alteradas.

Escrevi esse capítulo com o coração na mão! 💔



Lá No Morro.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora