Noventa e seis.

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Júlia 🌻

Terminei de colocar meu vestido e João me olhou fazendo careta, sorri e fui beijar ele.

Jota: Ô, se eu pedir uma coisa promete não ficar bolada comigo? - Colocou meu cabelo pra trás da orelha.

Jú: Depende.

Jota: O rolê vai ser no chapadão, eu quero que só vá eu e tu, deixa o Jonas com a Bru, até porque ele já tá dormindo.- Assenti, mas sabia que ainda tinha algo a mais

Jú: O que você quer mesmo? Porque eu já tinha comentado que ele não ia.- Ele riu.

Jota: Eu nunca pensei que você pedir isso pra ninguém, puta que pariu.- Riu sem humor.- Posso fumar e cheirar?

Jú: Eu não sei se te bato pelo pedido ou se sorrio com esse jeito todo fofo.- Ele me deu um selinho.- Promete pra mim que vai pegar leve e que hoje vai ser a última vez?

Jota: Sim.- Bateu continência.

Jú: Se você começar com palhaçada eu pego o carro e venho embora.- Ele segurou minha mão e fomos descendo as escadas.

Deixamos o Jonas na Bru e fomos pro chapadão, tipo uma quadra com vários traficantes em volta, descemos do carro com as mãos entrelaçadas e de longe eu vi o Cadu abraçado com a May.

Jú: Obrigada por avisar do novo casal na área! - Cheguei separando eles.

May: Casal não.

Cadu: Casal sim.

Jú: Você nem me dá atenção mais.- Fiz biquinho e ele me abraçou.

Cadu: Tu num tem tempo nem pra respirar direito.- Fez toque com João que já tava com cigarro na boca.- Vai vacilar o rolê, pô?

Jota: Tô suave, de leve.- Carlos olhou pra mim e eu neguei com a cabeça juntando minha mão com a do João novamente.

Ele foi me apresentando a todos como fiel, e eu era chamada de primeira dama da maré, fui simpática com todos, até com as piranhas e os traficantes que me olharam feio.

Depois de tudo, sentamos em uma rodinha com vários traficantes, de um lado tava o João e do outro a Débora, eu conversa com a Débora sobre coisas aleatórias enquanto o João fumava e tinha a mão em minha coxa, por um minuto senti o peso da sua mão sair da minha coxa e eu me virei rapidamente segurando a mão dele, ele me olhou estranho e sentou de novo.

Jú: Não sei de perto de mim, só te peço isso.- Falei baixinho no ouvido dele e ele beijou meu pescoço.

Jota: Ninguém vai mexer contigo, eu só vou buscar um bagulho aqui pô.

Ele já fedia a maconha assim como todos da rodinha, olhei pra ele e depois virei voltando a conversa com Débora.

Jota: Eu num vou fazer nada de ruim não, nega.- Falou mo meu ouvido.

Jú: Eu confio em você, não confio nelas.- Fiz careta.- Volta logo e se cuida, sério.

Jota: Amo tu.- Me beijou, eu quis recuar pelo gosto de maconha que invadiu minha boca mas ele não deixou.

Jú: Compra uma pastilha de menta.- Ele mandou dedo e saiu sorrindo junto a uns meninos.

Débora: Fico passada com a relação de vocês, faço muito gosto.- Sorri.

Jú: Às vezes ele vacila mas eu amo muito ele, tem vez que parece até mãe e filho, ele sabe que as coisas são erradas mas mesmo assim faz, fico puta.

Débora: O Nilo todinho, dá vontade de matar ele.- Ele sussurrou alguma coisa no ouvido dela e sorriu vendo ela se arrepiar.

Jú: Ei, tem criança aqui.- eles riram

Nilo: Nós vai desenrolar um bagulho ali, colamos já.- Piscou e saiu com ela, bufei e fiquei mexendo no celular enquanto o outro não chegava.

Xxx: E aí.- Sentou um moreno lindo do meu lado, guardei o celular e olhei pra ele.

Jú: Oi.

Xxx: Tito, satisfação.- Estendeu a mão.

Jú: Júlia.- Sorri sem mostrar os dentes.

Tito: Mulher de quem?

Jú: Só porque eu tô aqui tenho que ser mulher de alguém? - Perguntei em tom de brincadeira.

Tito: Tu é linda, não iria tá aqui sozinha.

Jota: Tá mermo não.- Chegou e de longe já vi três marcas de agulha do braço, ele sentou do meu lado e apertou minha coxa com certa força.

Tito: Sabia. E aí pô, suave ?

Jota: O de sempre! E tu?

Tito: Mermo papo, vou ali, falô.- Saiu e eu olhei pro João que tinha o olho vermelho.

Jú: Demorou.- Comentei.

Jota: Tava desenrolando com os parças, amor.

Jú: Você muda quando injeta.- Fiz carinho no rosto dele.

Jota: Eu vou me controlar, quer ir embora?

Jú: Vamos aproveitar a noite, amor. Só não sai mais daqui.

Jota: Já disse que eu te amo? - Neguei.- Te amo minha rainha.

Jú: Te amo meu teimoso.- Ele fez uma cara fofa e puxou meu rosto com certa agressividade colando nossos lábios com urgência e firmeza, tanta firmeza que chegou a machucar. Bati em sua coxa e ele me soltou.- Se acalma, não tem pra que ficar agressivo, eu tô aqui não vou fugir.

Jota: Foi sem querer.- Coçou a cabeça e tirou uma pastilha de menta do bolso.- Comprei pra tu.

Jú: Não quero mais beijar você também.- Falei brincando cruzando os braços.

Jota: Vou chegar nas novinhas então.- Pegou o copo de cerveja bebendo.

Jú: Vai lá, pô.

Jota: Se aquieta dona encrenca.- Beijou meu pescoço.- Nunca traí tu, papo dez.

Jú: Não fez mais que obrigação.

Ele fez uma careta e segurou meu rosto mais delicado me beijando em seguida, apoiei minha mão na sua coxa e ficamos nos beijando por um bom tempo.

Lá No Morro.Where stories live. Discover now