Júlia 🌻
Terminei de colocar meu vestido e João me olhou fazendo careta, sorri e fui beijar ele.
Jota: Ô, se eu pedir uma coisa promete não ficar bolada comigo? - Colocou meu cabelo pra trás da orelha.
Jú: Depende.
Jota: O rolê vai ser no chapadão, eu quero que só vá eu e tu, deixa o Jonas com a Bru, até porque ele já tá dormindo.- Assenti, mas sabia que ainda tinha algo a mais
Jú: O que você quer mesmo? Porque eu já tinha comentado que ele não ia.- Ele riu.
Jota: Eu nunca pensei que você pedir isso pra ninguém, puta que pariu.- Riu sem humor.- Posso fumar e cheirar?
Jú: Eu não sei se te bato pelo pedido ou se sorrio com esse jeito todo fofo.- Ele me deu um selinho.- Promete pra mim que vai pegar leve e que hoje vai ser a última vez?
Jota: Sim.- Bateu continência.
Jú: Se você começar com palhaçada eu pego o carro e venho embora.- Ele segurou minha mão e fomos descendo as escadas.
Deixamos o Jonas na Bru e fomos pro chapadão, tipo uma quadra com vários traficantes em volta, descemos do carro com as mãos entrelaçadas e de longe eu vi o Cadu abraçado com a May.
Jú: Obrigada por avisar do novo casal na área! - Cheguei separando eles.
May: Casal não.
Cadu: Casal sim.
Jú: Você nem me dá atenção mais.- Fiz biquinho e ele me abraçou.
Cadu: Tu num tem tempo nem pra respirar direito.- Fez toque com João que já tava com cigarro na boca.- Vai vacilar o rolê, pô?
Jota: Tô suave, de leve.- Carlos olhou pra mim e eu neguei com a cabeça juntando minha mão com a do João novamente.
Ele foi me apresentando a todos como fiel, e eu era chamada de primeira dama da maré, fui simpática com todos, até com as piranhas e os traficantes que me olharam feio.
Depois de tudo, sentamos em uma rodinha com vários traficantes, de um lado tava o João e do outro a Débora, eu conversa com a Débora sobre coisas aleatórias enquanto o João fumava e tinha a mão em minha coxa, por um minuto senti o peso da sua mão sair da minha coxa e eu me virei rapidamente segurando a mão dele, ele me olhou estranho e sentou de novo.
Jú: Não sei de perto de mim, só te peço isso.- Falei baixinho no ouvido dele e ele beijou meu pescoço.
Jota: Ninguém vai mexer contigo, eu só vou buscar um bagulho aqui pô.
Ele já fedia a maconha assim como todos da rodinha, olhei pra ele e depois virei voltando a conversa com Débora.
Jota: Eu num vou fazer nada de ruim não, nega.- Falou mo meu ouvido.
Jú: Eu confio em você, não confio nelas.- Fiz careta.- Volta logo e se cuida, sério.
Jota: Amo tu.- Me beijou, eu quis recuar pelo gosto de maconha que invadiu minha boca mas ele não deixou.
Jú: Compra uma pastilha de menta.- Ele mandou dedo e saiu sorrindo junto a uns meninos.
Débora: Fico passada com a relação de vocês, faço muito gosto.- Sorri.
Jú: Às vezes ele vacila mas eu amo muito ele, tem vez que parece até mãe e filho, ele sabe que as coisas são erradas mas mesmo assim faz, fico puta.
Débora: O Nilo todinho, dá vontade de matar ele.- Ele sussurrou alguma coisa no ouvido dela e sorriu vendo ela se arrepiar.
Jú: Ei, tem criança aqui.- eles riram
Nilo: Nós vai desenrolar um bagulho ali, colamos já.- Piscou e saiu com ela, bufei e fiquei mexendo no celular enquanto o outro não chegava.
Xxx: E aí.- Sentou um moreno lindo do meu lado, guardei o celular e olhei pra ele.
Jú: Oi.
Xxx: Tito, satisfação.- Estendeu a mão.
Jú: Júlia.- Sorri sem mostrar os dentes.
Tito: Mulher de quem?
Jú: Só porque eu tô aqui tenho que ser mulher de alguém? - Perguntei em tom de brincadeira.
Tito: Tu é linda, não iria tá aqui sozinha.
Jota: Tá mermo não.- Chegou e de longe já vi três marcas de agulha do braço, ele sentou do meu lado e apertou minha coxa com certa força.
Tito: Sabia. E aí pô, suave ?
Jota: O de sempre! E tu?
Tito: Mermo papo, vou ali, falô.- Saiu e eu olhei pro João que tinha o olho vermelho.
Jú: Demorou.- Comentei.
Jota: Tava desenrolando com os parças, amor.
Jú: Você muda quando injeta.- Fiz carinho no rosto dele.
Jota: Eu vou me controlar, quer ir embora?
Jú: Vamos aproveitar a noite, amor. Só não sai mais daqui.
Jota: Já disse que eu te amo? - Neguei.- Te amo minha rainha.
Jú: Te amo meu teimoso.- Ele fez uma cara fofa e puxou meu rosto com certa agressividade colando nossos lábios com urgência e firmeza, tanta firmeza que chegou a machucar. Bati em sua coxa e ele me soltou.- Se acalma, não tem pra que ficar agressivo, eu tô aqui não vou fugir.
Jota: Foi sem querer.- Coçou a cabeça e tirou uma pastilha de menta do bolso.- Comprei pra tu.
Jú: Não quero mais beijar você também.- Falei brincando cruzando os braços.
Jota: Vou chegar nas novinhas então.- Pegou o copo de cerveja bebendo.
Jú: Vai lá, pô.
Jota: Se aquieta dona encrenca.- Beijou meu pescoço.- Nunca traí tu, papo dez.
Jú: Não fez mais que obrigação.
Ele fez uma careta e segurou meu rosto mais delicado me beijando em seguida, apoiei minha mão na sua coxa e ficamos nos beijando por um bom tempo.
![](https://img.wattpad.com/cover/145965054-288-k335462.jpg)
YOU ARE READING
Lá No Morro.
RomanceJúlia é uma garota que vive entre conflito com seu pai, com pais separados e a mãe morando no Complexo Da Maré, ela decide fugir pro morro achando que vai ser bem recebida por todos, mas não é bem assim! Além disso, o seu pai vive criando conflitos...