Capitulo 38

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... passos atrás.
— Algo errado? — Nina perguntou, vendo o rosto preocupado da governanta. — Geórgia está bem?
— Sim. — Lúcia retorcia as mãos, os olhos fixos na entrada do salon.
— O que foi? — Marc perguntou, fechando a porta.
A governanta olhou agoniada para Nina antes de responder ao patrão.
— Visita para a Signora Marcello.
Nina perdeu a cor, as pernas ficando trêmulas de pânico.
— Quem é? — Marc perguntou enquanto tirava o paletó. — Alguém que eu conheço?
A porta do salon foi aberta e Marc se deparou com uma cópia de sua esposa.
— Olá, Marc — Nadia murmurou.
Nina sentiu todo o peso do olhar de Marc, o rosto carregado de incredulidade, susto e raiva.
— Alguém vai me dizer o que está acontecendo ou terei que adivinhar? — A voz era cortante.
Nina engoliu em seco.
— Eu pretendia contar.
Nadia deu um passo adiante, movendo-se sedutoramente, e interrompeu a irmã.
— Que menina má, não é, Marc? Passando-se por mim para colocar as mãos na herança de Geórgia.
Nina agarrou o braço de Marc.
— Não é verdade!
Marc olhou a mão que segurava seu braço, uma expressão de nojo ao repeli-la. Voltou-se para a governanta, pedindo que ela se retirasse. Lúcia olhou preocupada para Nina e saiu com certa relutância.
— Vocês duas. — Marc indicou a porta do salon. — Entrem. agora.
Nadia entrou novamente no salon, não sem antes lançar um olhar ardente para Marc. Nina a seguiu, sentindo-se desesperada. Marc fechou a porta antes de falar:
— Vamos começar pelo começo. Qual das duas é mãe de Geórgia?
— Eu. — Nadia deu um passo adiante. — Eu a deixei com Nina por alguns dias e ela simplesmente resolveu assumir o meu lugar.
Os olhos de Nina faiscavam de raiva.
— Não fiz nada disso! Você a abandonou!
— Não escute o que ela diz. — Os olhos de Nadia estavam cheios de lágrimas. — Amo minha filha; é tudo o que me sobrou de André. Nina ficou com ciúmes. Sempre quis se casar e ter filhos. Ela o enganou para conseguir se casar.
— Marc! Não a escute! Ela está inventando coisas!
Marc a fitou por um instante antes de se dirigir a Nadia.
— Gostaria de conversar com minha. com Nina a sós. Pode nos dar licença?
Nadia ergueu o queixo.
— Ela só vai contar mais mentiras. Fez tudo isso por causa do dinheiro. Apesar do que diga, é dinheiro o que ela quer.
Marc agarrou Nina pelo braço e a levou para fora, a expressão impassível. Nina ficou calada enquanto era levada para o andar superior. Entraram no quarto de Marc, que bateu a porta depois de passar. Os olhos buscaram os dela. furiosos.
— Espero que tenha uma boa explicação, ou juro que vai se arrepender de ter nascido.
— Eu pretendia contar.
— Não minta para mim! — ele berrou. — Tenho bancado o idiota desde o começo. — Passou a mão pelos cabelos e afastou-se dela, balançando a cabeça em descrença. — Não acredito que foi tão baixa! — Voltou-se para Nina. — Valeu a pena? Gostou de rir às minhas costas enquanto me enganava?
— Não! Eu.
Marc aproximou-se dela.
— Você me fez de idiota e não a perdoarei por isso.
— Marc. por favor, deixe-me explicar. — Nina retorcia as mãos, agitada. — Não queria que fosse assim. Quando você apareceu naquele dia, pensei que levaria Geórgia embora. Eu precisava fazer alguma coisa! Não pensei que as coisas chegariam a este ponto, eu juro!
— Por que não contou a verdade quando teve a chance? Preferiu inventar mentiras o tempo inteiro. Teve várias oportunidades de me contar a verdade, mas não o fez.
— Eu sei! Sinto muito. Fiquei assustada. Pensei que não me deixaria ver Geórgia novamente. Você sempre fazia ameaças; não tive escolha.
Marc bufou ao lhe dar as costas.
— Deve me achar o maior dos idiotas, mas sei que gastou o dinheiro assim que o depositei em sua conta.
— Não gastei! Eu dei para Nadia porque.
— Planejaram tudo juntas, não foi? — Os olhos dele brilhavam perigosamente.
— O quê?
Ele bufou em tom cínico.
— Sei o que fizeram. Uma antiga brincadeira de gêmeos, mas que costuma funcionar muito bem. Vocês foram primorosas, certamente. Trocam de personalidade num piscar de olhos.
— Não me orgulho do que fiz, mas.
— Divertiu-se, Nina? Gostou de me fazer de idiota? Achou engraçado quando não pude mais me controlar, quando decidi me deitar com você?
— Eu não queria que isso acontecesse! Precisa acreditar em mim!
— Não acredito em nada do que você diz. Como poderia, depois de tudo o que você fez?
— Não queria magoá-lo.
— Magoar? — Ele a fitou com altivez. — Teria que se esforçar muito para conseguir isso, Nina. Estou acostumado a mulheres como você, sei me proteger. — Abriu a porta, indicando que ela deveria sair. — Você tem até amanhã para sair de minha casa. Mando os papéis de divórcio depois.
O choque deixara Nina imóvel, as pernas recusando-se a dar um passo sequer.
— Não ouviu? — ele perguntou.
— Quero ver Geórgia com freqüência — Nina respondeu, tentando conter as lágrimas.
— Isso depende da mãe dela.
— Nadia não se importa com Geórgia. Só se preocupa consigo mesma. Ela bateu em Geórgia. E fará isso novamente, como minha mãe fazia.
— Sua irmã é a mãe de Geórgia, portanto é a guardiã legal. Você não tem o poder de interferir.
— Nem você — Nina retrucou.
— Garanto que sua irmã e eu chegaremos a um acordo satisfatório.
— Desde que ofereça muito dinheiro, Nadia ficará satisfeita — ela respondeu com amargura. — Mas pense duas vezes antes de deixá-la sozinha com Geórgia. Ela não é confiável.
— E você é? — ele debochou. —Você, que mentiu para mim o tempo inteiro? Como posso acreditar no que você diz?
— Quero o melhor para Geórgia. Esta foi a minha motivação. Não importa se não acredita em mim; isso não muda nada.
Marc a fitou brevemente.
— Prefiro não vê-la novamente. Um carro a levará ao aeropo ...

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