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... a qualquer crie alguém com seu sangue. A não ser que me obedeça, farei de tudo para tirar a menina de você, para que não seja maculada por sua falta de moralidade.
Os olhos de Nina se arregalaram de medo. Não duvidava da ameaça. Poucas pessoas na Austrália desconheciam a monumental riqueza da família Marcello. Com os melhores advogados e uma total falta de escrúpulos, Marc Marcello não hesitaria em fazer o que prometia.
Nina tentou não parecer intimidada, mas nunca se sentira tão apavorada. Se Marc descobrisse que ela não era a mãe da criança, Nina não poderia fazer nada para impedi-lo de levar a sobrinha embora.
Mas ele não descobriria.
Reunindo coragem, ficou bem eret diante dele, os olhos cinzentos emitindo um desafio.
— Posso parecer uma mulher de pouca moral, mas amo esta criança e não permitirei que um playboy a tire de mim. Ela é um bebê. E bebês precisam das próprias mães.
Marc a examinou novamente, notando a firme linha da boca e o ângulo obstinado do queixo. Pela primeira vez, Marc imaginou o quanto o irmão se sentira tentado por aquela mulher. A compleição pequena era extremamente atraente, tanto quanto os brilhantes cabelos loiros que contrastavam perfeitamente com a pele macia. O corpo voltara ao normal bem rápido, Marc pensou, já que dera à luz há pouco tempo. O ar de inocência, contudo, servia de fachada para uma mulherzinha ambiciosa que tinha revelado suas intenções ao fazer seu irmão cair na armadilha mais velha do mundo: gravidez.
— Sob circunstâncias normais, concordaria com você — ele respondeu no mesmo tom. — Tendo sido criado por uma mãe maravilhosa, eu seria a última pessoa a sugerir que uma criança fosse criada por outra pessoa. No entanto, seu histórico não me inspira confiança. Afinal, quem foi que mandou uma carta para a Itália dizendo que pretendia entregar a menina em adoção?
— Foi uma atitude impulsiva. Eu estava aborrecida, não estava pensando direito —Nina apressou-se em dizer. — Não tenho intenção de abandoná-la. Geórgia é minha e ninguém. ninguém mesmo. irá tirá-la de mim.
Sem qualquer aviso, Marc aproximou-se dela, sua incrível altura lançando uma sombra sobre a figura delicada de Nina. Ela conteve-se para não recuar, mas foi difícil manter-se firme diante daquela presença ameaçadora.
— Que esquecimento meu — ele disse com voz arrastada, tirando a carteira do bolso. — Eu deveria saber que você faria um pouco de pressão. Quanto?
Nina o fitava atônita.
Marc ergueu uma sobrancelha.
— Creio que tudo se resume a isso, não?
— Não sei do que está falando — ela respondeu, a garganta repentinamente seca.
Ele exibiu um sorriso cínico ao abrir a carteira.
— Ora, Nadia. Sou um homem rico. Diga o preço.
Marc estava surpreso por estar gostando daquele joguinho, sabendo que a qualquer instante ela sucumbiria à tentação que estava diante de seus olhos.
— Meu verdadeiro nome é Nina. E não quero seu maldito dinheiro.
Desta vez, Marc ergueu as duas sobrancelhas. Ficou em silêncio, tentando compreender o que ela estava tramando.
— Seu nome não é Nadia? Tenho certeza de que André me disse Nadia. Ou era mentira também?
Nina assumiu uma expressão pela qual a irmã gêmea era famosa.
— Nina é meu nome verdadeiro, mas acho que Nadia soa mais sofisticado. — Examinou as mãos, imitando novamente a irmã, antes de erguer os olhos. — Como conseguiu me encontrar?
— Só havia uma única Srta. N. Selboume na lista telefônica deste distrito.
Como Nadia morava com ela desde o nascimento de Geórgia, e raramente pagava as próprias contas, seu nome não constava na lista. Isso explicava como Marc a confundira com a irmã.
Deixou escapar um leve suspiro de alívio.
Tudo estava bem até o momento.
— Então. Nina. — Marc pronunciou o nome dela de maneira sugestiva. — Se não está atrás de dinheiro, o que quer?
— Nada.
O sorriso cínico reapareceu.
— Segundo minha experiência, mulheres como você sempre estão atrás de dinheiro, mesmo quando dizem o contrário.
— Sua experiência deve ser muito limitada, pois posso garantir que não preciso de seu dinheiro.
— Talvez não do meu, mas deve saber que meu irmão deixou uma herança considerável. Você teve uma filha com ele, o que significa que ela terá direito à herança quando tiver idade adequada.
Nina engoliu em seco. As coisas se complicavam a cada minuto.
— Não estou interessada nos bens de André.
— Quer que eu acredite nisso? Posso ver os cifrões brilhando por trás de seus olhos. — O olhar dele examinou a sala. — Veja este lugar! Cheira a pobreza e negligência. Acha que permitirei que minha sobrinha viva nesta espelunca?
Nina sentiu o orgulho invadi-la.
— É o que posso pagar no momento. Ele deu uma risada.
— No momento, sim. Não duvido que já exista algum outro pobre coitado na mira para sua próxima investida. — Exibiu um olhar de completo desgosto. — Deve estar oferecendo algo muito especial por trás dessa sua pose inocente para que alguém aceite sustentar o bebê de outro homem.
Nina nunca se considerou uma pessoa explosiva; Nadia, com seu temperamento imprevisível, é quem costumava criar situações desagradáveis. Mas de alguma forma, ouvindo o desdém de Marc, mesmo sabendo que este era direcionado à irmã, sentiu-se ultrajada.
— Está se oferecendo para continuar de onde André parou? — perguntou num tom de pura provocação.
Os olhos de Marc brilharam com um ódio tão intenso que a desencorajou.
— Entendi seu joguinho — ele respondeu depois de um silêncio enervante.
— Só quero que saia de minha casa imediatamente. Não está nem um pouco interessado em minha so. filha. — Respirou fundo para disfarçar o deslize. — Se não sair agora, chamarei a polícia.
Os olhos de ambos se enfrentaram por segundos intermináveis, mas Nina foi a primeira a desistir.
— Por favor, saia, Sr. Marcello. Não tenho ...

Romance Proibido Onde as histórias ganham vida. Descobre agora