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... ção inebriante, precisava admitir, mas se André não conseguira conter o desejo, por mais breve que tivesse sido o caso, Marc sabia que não corria o risco de perder o controle. Nina Selbourne era o exato oposto do que procurava numa companheira.
Odiava mulheres que não tinham nada melhor a fazer do que se enfeitar na esperança de atrair um marido rico. Vivera cercado delas na maior parte da vida.
A Srta. Selbourne estava se iludindo se achava que ele sucumbiria ao seu charme.
— Não sou como meu irmão, Srta. Selbourne — informou com frieza. — Meus gostos são mais refinados.
Nina queria arrancar aquele sorriso afetado do rosto dele, mas sabia que provavelmente sofreria conseüências desagradáveis. Cerrou os punhos e o encarou.
— Posso fazê-lo engolir estas palavras. Notei como me olha desde que abri aquela porta.
— Admito que estava intrigado por saber o que levou meu irmão a ser tão incauto. — Os olhos se demoraram nos seios dela. — Mas garanto que não tenho apetite por mulheres vazias como você.
Nina recobrou o controle com dificuldade.
— Suponho que o arranjo que propôs o deixa livre para se envolver com quem quiser, quando quiser.
— Prometo ser discreto.
— E eu? Posso me favorecer deste arranjo também?
Marc não respondeu de imediato, mas Nina quase podia ouvir o cérebro dele remoendo a questão.
— Não.
— Não?
Ele meneou a cabeça lentamente.
— Claro que não.
— Não pode estar falando sério. — Ela ergueu as sobrancelhas novamente.
— Incrivelmente sério. — Marc respondeu, cruzando os braços.
— Espera que eu concorde? O que ganho com um acordo desses?
— Ficará com sua filha e ganhará de brinde um marido rico.
Nina bufou ultrajada.
— Pensei que homens como você tivessem morrido junto com os dinossauros. Acho que me enganei. Como andam as coisas no Planeta Chauvinismo ultimamente?
— Não sou chauvinista por natureza, mas um pouco de celibato fará com que se concentre nas suas responsabilidades como mãe.
Nina deixou escapar uma risada irônica. Diferente da irmã, que tinha perdido a virgindade aos 14 anos, Nina era tecnicamente virgem. Tecnicamente porque acreditava que toda mulher moderna tinha o direito de explorar o próprio corpo e descobrir como ele funcionava, embora ainda se perguntasse o motivo para tanto estardalhaço. Concluíra que era uma daquelas raras mulheres com pouco impulso sexual. Mas não era por isso que deixaria que Marc conseguisse as coisas ao seu modo. Ele já a considerava uma verdadeira prostituta, e um pedacinho dela se divertia por encorajá-lo a continuar pensando assim.
— Acha engraçada a perspectiva de agir com responsabilidade? — A voz estava repleta de desprezo:
Nina enrolou uma mecha de cabelo no dedo, esperando que ele não notasse a unha roída enquanto imitava outra das poses sedutoras da irmã.
— Você me faz rir, Sr. Marcello. Essa conversa de celibato é hilária.
A raiva tomou brevemente o rosto dele. Nina viu que Marc cerrava os punhos, como se para não agarrá-la.
Uma estranha sensação lhe surgiu entre as coxas ao pensar naquele homem tocando-a. Começou a imaginar a sensação da boca firme e reprovadora contra a sua, a língua arrogante duelando com a dela. Sentiu os seios formigando e, quase sem perceber, umedeceu de leve os lábios.
Marc sentiu um súbito desejo. Tentou controlá-lo, aborrecido por não ser capaz de resistir a Nina, que lhe afetava profundamente. Ela realmente exalava sensualidade, os olhos cinzentos e a boca carnuda fazendo sua pele se arrepiar.
Decidiu fazer um acordo com ela, mesmo que isso fosse como dar um tiro no próprio pé.
— Como você não parece disposta a concordar com meus termos, farei uma pequena concessão. Pelo período de um mês após o casamento, nós dois ficaremos em celibato. Que tal?
Ela fez beicinho, como se considerasse a idéia.
— Um mês? Huumm. Acho que consigo.
Marc ficou carrancudo, e Nina exibiu outro sorriso sexy.
— Não mais do que isso, senão ficarei louca. Mas pelo que ouvi falar de você. — Ela o examinou dos pés à cabeça, como se o despisse de cada peça — .talvez sinta o mesmo.
— Creio que posso me controlar.
— Então devo presumir que não tem nenhuma amante no momento? — Ela lhe lançou um olhar sedutor.
— Não estou íntimo de ninguém atualmente. Nina não pôde deixar de imaginar como devia ser bom estar íntima dele. Marc era estonteante, mesmo que admitir isso a aborrecesse. Era inacreditavelmente bonito, os hipnotizantes olhos escuros prometiam paixão. A boca revelava desprezo no momento, mas não duvidava do quanto seria persuasiva caso Marc a beijasse.
Um gritinho de protesto veio do carrinho quando Geórgia subitamente se remexeu em seu sono.
Marc olhou para o carrinho, a voz baixa cheia de preocupação.
— Ela está bem?
Exibindo um olhar de "olha só o que você fez", Nina foi acalmar a sobrinha. O choramingo parou assim que ela tocou as perninhas de Geórgia, os afagos fazendo a menina voltar a dormir em poucos minutos.
Nina sabia que Marc a observava a distância, sem dúvida avaliando suas habilidades maternais.
Assim que o bebê adormeceu completamente, Nina encarou Marc com a maior tranqüilidade possível.
— Disse que quer casar em duas semanas. Por que a pressa?
— Meu pai está em estágio terminal. Ele deseja ver a neta antes de morrer.
— Duas semanas é um curto espaço de tempo. — Nina mordeu o lábio disfarçadamente.
— Cuidarei de todos os detalhes. Você só precisa aparecer no cartório.
Nina sabia que era patético sentir-se desapontada, mas se o destino a forçasse a continuar com a farsa, seu sonho de casar-se num belo vestido branco estaria perdido para sempre.
— E o vestido? — perguntou, tentando não pensar nos motivos que levavam Marc Marcello a casar-se com ela.
— Não me importa o que irá vestir. No entanto, acho que seria muito impróprio de sua parte vestir branco. — Marc re ...

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