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... todos a fazer o que quer com um simples cheque.
— Ora, ora, ora. Olha o roto falando do esfarrapado.
— Sabe qual o seu problema, Marc? — ela disse, inflamada pela atitude dele. — Você não gosta de si mesmo. Fica me culpando pela morte de André, mas tenho a impressão de que culpa a si mesmo. Posso servir de bode expiatório, mas não deixarei que me amedronte só para aplacar sua própria sensação de inadequação.
Tornou-se óbvio que Nina havia tocado num ponto delicado.
Marc ficou calado por um longo tempo, mas seu silêncio era mais ameaçador que qualquer palavra.
— Diga-me uma coisa, Nina. — Marc ergueu o queixo dela com um dos dedos. — Por que se apaixonou por eu
Irmão?
Nina ficou paralisada, os olhos cheios de pânico, o coração disparado.
-— Você o amava, não?
Nina baixou o olhar. Não poderia contar outra mentira.
— Não — murmurou. — Não o amava. Marc estreitou os olhos perigosamente.
— Sua maldita mulherzinha interesseira.
Nina fechou os olhos para não ver sua fúria.
— Olhe para mim! — Ele a agarrou e sacudiu pelos braços.
Ela abriu os olhos assustada, deparando-se com o ódio nos dele.
— Você destruiu a vida dele! — Os dedos afundavam-se em seus braços.
— Marc, eu preciso te contar.
— Não quero ouvir nada do que tem a dizer.
— Marc, por favor. — Os olhos estavam marejados de lágrimas e a voz implorava. — Você não compreende.
— Compreendo muito bem. Você ficou descontente quando André a abandonou sem lhe dar dinheiro algum. Foi por isso que ameaçou entregar Geórgia em adoção, não foi? — Parecia repugnado. — Nunca teve intenção de abandoná-la. Era apenas um joguinho para arrancar quanto dinheiro pudesse.
— Nunca quis dinheiro.
— Não minta para mim! Tudo não passou de mentira. Pois bem, tenho algo a dizer, Nina. — A voz soava mais baixa, mas não menos ameaçadora. — Pode ficar com seu dinheiro. Todo ele. Dobrarei sua mesada amanhã.
Nina ficou confusa.
— Mas.
— Mudei de idéia quanto ao nosso casamento. Decidi não aderir às regras que eu mesmo estabeleci.
— Não pode estar falando sério! Marc sorriu friamente.
— Por que está tão preocupada, cara? Dormiu com meu irmão sem amá-lo. Dormir comigo não estará além de suas possibilidades, garanto.
— Não dormirei com você! — Nina se desvencilhou e o encarou furiosa.
— Pode-se dizer que paguei bem por este privilégio — ele comentou cruelmente.
— Não estou à venda. Não importa quanto dinheiro jogue aos meus pés. Não serei comprada.
— Você foi comprada, Nina. Já embolsou uma das parcelas.
— Não quero seu dinheiro, Marc. Nunca quis. Pela expressão dele, era óbvio que não acreditava nela.
— Se não o queria, por que o dinheiro já não está mais em sua conta?
Nina ficou furiosa.
— Você conferiu?
Ele assentiu, a expressão inalterada.
— Não tinha esse direito! — Nina sentia o pânico aumentando. Se Marc a vigiasse tão de perto, não demoraria a descobrir a verdade. A transferência fora realizada há menos de duas horas. E se ele rastreasse sua conta para verificar onde o dinheiro fora depositado?
— Fica falando que não quer dinheiro, mas então o que quer, Nina? — Marc disse após certo silêncio.
Nina não podia responder. Como poderia dizer o que realmente queria? Queria Marc. Queria que ele a fizesse se sentir viva como mulher. Que a fizesse se sentir desejável, irresistível e preciosa. Queria que a desejasse por ela mesma, não por quem fingia ser.
Conteve o fôlego quando as mãos dele deslizaram por seus braços e seguraram seus pulsos.
— É o que você realmente quer, Nina? — ele perguntou, puxando-a para si. — É o que deseja mais do que dinheiro, a mesma coisa que já não me deixa pensar direito?
Marc baixou a cabeça, o calor de sua boca infiltrando-se na dela. Nina sentiu o fogo subir por suas pernas, o desejo que sentia por Marc intensificando ainda mais seu ardor.
As línguas se movimentavam sensualmente, os movimentos incitando reações que Nina jamais pensou possíveis. Mordiscou o lábio dele, as mãos se agarrando onde podiam para que Marc não se afastasse. Ouviu-o gemendo, um ruído primitivo que a fazia se sentir incrivelmente feminina e vulnerável, mas, ao mesmo tempo, estranhamente poderosa.
Sentiu-se levar por uma onda de desejo tão forte que não havia como resistir, mesmo que quisesse. Aquela ardente química crepitava entre eles desde o primeiro dia e, apesar da resistência de Marc, tornava-se claro que ele não conseguiria mais se conter. A evidência de seu desejo por ela era inegável; Nina podia sentir a rigidez do corpo masculino contra o seu, a boca fazendo-a derreter com sua mágica.
Percebeu as mãos dele sobre as alças do maio, puxando-as em seguida. Pouco depois o corpo de Nina tremia ao deixar a lycra molhada cair, a boca ainda presa à de Marc, o coração batendo num ritmo febril ao ser carregada para uma espreguiçadeira.
Marc colocou-se sobre ela, as pernas de ambos se entrelaçando. Aceitando o peso do corpo masculino com agrado, Nina começou a agarrar o short dele, mas Marc lhe afastou a mão. Ela ofegou ansiosa quando o sentiu contra si, seu membro procurando pela entrada de seu corpo com desespero semelhante ao seu.
Marc deu um grunhido gutural, que se sobrepôs ao gemido reprimido por Nina quando ele penetrou a maciez de seu corpo inexperiente. Ela prendeu o fôlego para não chorar quando ele avançou ainda mais, mas seu corpo se ressentiu da invasão. Nina soluçou, mordendo o lábio, tentando se conter, mas era tarde demais.
Marc parou e, tirando um pouco do peso de cima dela, franziu a testa ao olhar para Nina.
As lágrimas lhe inundavam os olhos e os dentes se afundavam ainda mais no lábio.
Marc praguejou e afastou-se dela.
Nina fechou os olhos.
— Nina. Eu.
— Por favor, não diga nada. — Nina levantou-se sem olhar para ele e pegou sua toalha.
— Por sua reação, de ...

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