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... . Era como se isso estabelecesse uma ligação que não sabia se gostaria de ter.
A porta se abriu e um homem de aproximadamente 55 anos entrou com uma pasta debaixo do braço. Marc entrou logo atrás dele, uma de suas expressões indecifráveis no rosto.
— Cara, este é Robert Highgate. Robert, esta é minha noiva, Nina Selbourne.
Nina fez menção de levantar-se, mas Robert logo fez um gesto para que ela continuasse sentada por causa do bebê. Ele meneou a cabeça ao olhar para a menina adormecida, os olhos brilhando.
— Que pequeno tesouro. Tenho duas filhas. São minha vida e minha tortura diária. — Sorriu para Nina.
Ela esboçou um sorriso.
— Não é fácil ser pai.
— N�o, mas o trabalho vale a pena, garanto. Minha filha mais velha vai se casar em breve; parece que era ontem que ela discutia com a mãe por causa da altura da saia do uniforme.
Nina conseguiu forçar um sorriso. Tinha lembranças de cenas parecidas entre Nadia e a mãe, mas nenhuma delas era agradável.
Robert abria a pasta sobre a escrivaninha e olhava para Marc.
— Redigi os documentos da maneira que você sugeriu, mas não seria melhor explicar tudo para Nina primeiro?
— Explique, então. — O tom de Marc beirava o desinteresse.
Nina ficou envergonhada. Não entendia de termos legais e temia não saber o que estava assinando.
— Como quiser. — Robert entregou o documento a Nina. — Não se perturbe com todos estes termos legais, Nina. Isto só declara que, em caso de divórcio, você aceita um pagamento razoável em vez de uma divisão dos bens de Marc.
Nina tentou ler o texto complicado, mas nada fazia sentido. Procurou pelo nome de Geórgia, caçando alguma cláusula que Marc pudesse ter incluído para tomar a criança caso o casamento terminasse, mas não encontrou nada.
— Esta parte aqui declara que você receberá uma mesada durante o casamento. — Robert Highgate apontou uma seção relevante.
Nina viu a quantia estipulada ali e engoliu em seco.
— Isto me parece um pouco. exagerado. — Ergueu a cabeça e viu que Marc a fitava de maneira estranha. Concentrou-se no documento novamente, o coração disparado no peito. Marc não era idiota. Se começasse a desconfiar, estaria perdida.
— Se puder assinar aqui. — Robert indicou uma linha pontilhada. — E aqui. — Virou a página para que Nina a assinasse. — Pronto, isto é tudo. — Recolocou o documento na pasta e voltou-se para Marc, que estava apoiado no arquivo atrás da escrivaninha, os olhos fixos em Nina.
— Posso oferecer meus sinceros cumprimentos pelo casamento? — Robert disse. — Sei que é uma época triste, mas muita alegria pode vir daí. — Ele limpou a garganta discretamente e acrescentou: — Como está seu pai, Marc? Marc se afastou do arquivo.
— Está. suportando. Robert ofereceu sua simpatia.
— Um golpe tão terrível, logo após a morte de sua mãe.
— Sim.
Para Nina, a resposta monossilábica era significativa. Mesmo mostrando pouca emoção no rosto, algo na voz sugeria que Marc era um homem que estava sofrendo muito. Isso fazia com que o visse sob nova perspectiva. Não tanto como um empresário que queria conquistar o mundo, mas como um homem que sentia necessidade de proteger seus entes queridos.
Seria um pai maravilhoso para Geórgia.
O pensamento se infiltrou em sua mente e, uma vez lá, não deixou que Nina pensasse em mais nada. Via Marc com Geórgia em seu primeiro Natal, seu primeiro dente, seus primeiros passos, seu primeiro dia na escola. seu primeiro namorado.
— O que acha, Nina? Nina encarou Marc, confusa.
— O quê?
— Robert sugeriu que fizéssemos um documento referente a Geórgia. Os bens de André agora pertencem a ela, mas enquanto não completar idade adequada.
Nina se levantou, agitada, segurando Geórgia contra o peito para não perturbar seu sono.
— Já falei que não estou interessada nos bens de André.
Marc lhe lançou um olhar de advertência, mas era tarde demais. Robert Highgate já vira a troca de olhares e tomou a liberdade de tirar as próprias conclusões.
— Cuidarei dos documentos necessários — informou a Marc em tom reservado enquanto rumava para a porta. — Mais uma vez, desejo felicidades.
— Obrigado — Marc disse e, voltando-se para Nina com a sobrancelha erguida, disse: — Nina?
Ela exibiu um pálido sorriso.
— Obrigada por me explicar tudo, Sr. Highgate.
— Não há de quê. — Robert estendeu a mão e apertou a dela com firmeza. — Você não se parece em nada com o que imaginei, se me permite dizer.
— Não? — O estômago de Nina se revirava. Será que Nadia também o conhecera?
— Não — Robert disse. — Mas sabe como são as colunas de fofoca; inventam qualquer coisa para vender revistas.
O coração de Nina afundou no peito. Sentia-se desconfortável, torturando-se com as imagens da irmã se exibindo em várias boates de Sidney para conseguir uma foto em alguma página de revista.
Baixou o olhar para a menina em seu colo e assumiu uma postura séria.
— Isso tudo ficou para trás. Sou uma outra pessoa.
— Eu a parabenizo por isso — Robert respondeu. — Criar uma criança é uma experiência que leva ao amadurecimento. Você tem família?
Nina meneou a cabeça, evitando os olhos dele.
— Não, nenhuma família. Meu pai morreu quando eu era bebê, e minha mãe morreu há três anos.
Marc franziu a testa ao ouvir a conversa entre seu advogado e a futura esposa. Percebeu que pouco sabia sobre Nina e suas origens. Sabia como era terrível perder um familiar, por isso algo dentro dele se abrandou um pouco. Sim, Nina era uma oportunista. mas era óbvio que amava Geórgia, fato que ainda o surpreendia.
O advogado saiu, e Geórgia começou a choramingar. Nina a tirou do carregador e, pegando a sacola de fraldas, fitou Marc, que estava parado em silêncio atrás da escrivaninha.
— Acho que preciso trocar a fralda dela — Nina disse.
— Quer que eu troque? — Marc se ofereceu. Nina ...

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