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... o encarou horrorizada. Como poderia deixar que ele visse as marcas no corpinho de Geórgia?
— Não.
Marc pareceu ficar ofendido. Queria ser pai de Geórgia, um pai participativo, que alimentaria e trocaria a fralda de um bebê sem se afastar de nojo como certos homens faziam. Mas enquanto as marcas não sumissem, Nina não teria escolha senão mantê-lo longe de Geórgia.
— O banheiro é na segunda porta — ele disse, saindo de trás da escrivaninha. — Tem tudo o que precisa?
Nina o encarou de maneira arrogante.
— Já fiz isso antes, sabia?
Marc não respondeu, mas segurou a porta enquanto ela passava de cabeça erguida. Observou-a caminhar pelo corredor, Geórgia apoiada no quadril, as mãozinhas da menina enterradas nos longos cabelos loiros.
Seus dedos queriam fazer o mesmo, ver se eram tão sedosos quanto pareciam. Praguejando silenciosamente, Marc enfiou as mãos nos bolsos das calças e voltou para a escrivaninha.
Ignorou a cadeira e ficou olhando pela janela, como já fizera milhares de vezes, mas desta vez não via o porto.
Só conseguia ver um par de olhos cinzentos.

CAPÍTULO CINCO

Nina demorou-se o quanto pôde com Geórgia no banheiro. Precisava pensar. Tanta coisa estava acontecendo, e tão rápido, que não conseguia raciocinar.
Sentia-se uma idiota por não ter pensado que pessoas como a recepcionista de Marc já conheciam sua irmã. Sem dúvida encontraria outros. E o pequeno deslize com a mesada. Oh, Deus! Sentia medo só de pensar em ser desmascarada.
Não queria nem pensar na reação de Marc.
Marc deixou a janela quando ela voltou ao escritório. Apesar de querer manter a calma, Nina sentiu um frio no estômago diante da presença dele.
— Só agora percebi que Geórgia deve estar precisando de muitas coisas, como roupas e brinquedos — ele disse, tomando cuidadosamente o bebê no colo. — Tenho tempo livre agora, então podemos fazer compras se quiser.
Nina não sabia o que responder. Geórgia estava realmente precisando de roupas porque estava crescendo muito rápido, mas fazer compras com Marc como se fossem um casal normal.?
Fingiu arrumar a sacola de fraldas para evitar olhar diretamente para ele, pensando em alguma desculpa.
— Já que suas roupas são de grife, será que sua filha não merece o mesmo? — Havia um tom acusador na voz.
Nina estava tensa ao fechar a bolsa. Escolhera o que havia de mais conservador nas roupas deixadas por Nadia, nunca imaginara que fosse algo de grife.
— Esta coisa velha? — resmungou, olhando a roupa com desdém.
Marc sorriu.
— Você deve vestir a roupa uma vez e atirá-la no fundo do guarda-roupa.
Nina quase riu da verdade contida naquelas palavras. Poderia ter comprado algo de grife para si mesma se ganhasse um dólar por cada peça de roupa que recolhia do chão depois das noitadas de Nadia.
Jogou os cabelos para trás e sorriu maliciosamente.
— É minha culpa se me enjôo rápido?
— Sabe de uma coisa, Nina Selbourne? — Ele lhe lançou um olhar incisivo. — Estou ficando ansioso para me casar só para lhe ensinar a se comportar. Você é a mulher mais fútil que já conheci. Será um grande prazer lhe dar uma lição que já deveria ter aprendido há muito tempo.
Nina fingiu tremer.
— Oh! Estou tão assustada, Sr. Marcello. Os olhos dele brilharam de desprezo.
— Se eu não estivesse com Geórgia no colo, começaria a lhe dar uma lição neste exato momento.
Os olhos de Nina faiscaram, presunçosos.
— Se encostar um dedo em mim, vai se arrepender.
— Valeria a pena, garanto — ele retrucou.
— Você acha? — Ela ergueu o queixo. — Seu irmão pensava assim também.
Nina sabia que só se salvara pelo fato de Geórgia estar nos braços dele. As pequenas mãozinhas estavam agarradas à camisa branca, o rostinho concentrado em Marc, como se estivesse maravilhada.
A expressão do rosto dele revelava o quanto ele lutava para manter a calma.
O interfone sobre a escrivaninha quebrou o tenso silêncio.
— Sr. Marcello? — A voz agradável de Katrina invadiu a sala. — Seu pai na linha dois.
Marc devolveu Geórgia para Nina sem a olhar nos olhos.
— Com licença. — Virou-se para atender ao telefone.
Nina pegava o canguru quando ouviu as primeiras palavras da conversa. Mesmo que Marc falasse sua língua nativa rapidamente, ela tinha estudado o suficiente para entender o ponto principal da conversa.
— Sim — Marc disse. — Encontrei uma solução. Casarei com ela no dia 15.
Nina não podia ouvir a resposta do pai, mas pôde imaginar a partir das respostas de Marc.
— Não, ela diz que não quer dinheiro ou qualquer um dos bens de André. Acho que ela está tentando fingir que está mudada. Sim, providenciei uma mesada, mas duvido que isto baste por muito tempo. Sim, sei que ela é tudo que André dizia ser. Eu sei, eu sei. é uma mulherzinha sem princípios.
Foi difícil para Nina esconder qualquer reação. Fumegava de raiva e, enquanto acomodava Geórgia no canguru, prometeu vingar-se do insulto.
— Sim. eu sei, tomarei cuidado. Ciao. Nina sorriu inocentemente ao se virar para ele.
— Então, onde faremos compras?
Pouco tempo depois, enquanto passavam por lojas de departamento e butiques exclusivas, Nina se perguntava se tinha caído numa espécie de sonho consumista. O cartão de crédito de Marc foi utilizado tantas vezes que deixou Nina abismada com a quantidade de dinheiro que Marc gastava comprando coisas e mais coisas para a sobrinha. Belas roupas, brinquedos caros, copos infantis para quando Geórgia deixasse a mamadeira. Tudo para ser entregue no escritório dele. j
Quando foi hora de Geórgia comer, Marc sugeriu entrarem num café para que comessem algo enquanto cuidavam da menina.
Se não estivesse tão faminta, Nina teria recusado a sugestão. Não comera nada de manhã por causa da choradeira de Geórgia, e seu estômago começava a reclamar.
Logo a mamadeira foi aquecida e entregue por uma jovem garçonete. N ...

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