Capitulo 12

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... lo?
— Nina? — A voz profunda interrompeu o instante de pânico.
— Desculpe. — Ela ajeitou a sobrinha no colo.
— Geórgia estava escorregando.
— Está com ela no colo?
Geórgia deu um murmúrio animado, como se estivesse respondendo ao tio.
— Sim — disse Nina, sorrindo para a sobrinha.
— Eu ia colocá-la para dormir quando você ligou.
— Como ela está?
— Está bem.
— Ela acorda muito à noite?
— Poucas vezes. Mas logo dorme outra vez.
— Diga-me, Nina. — Havia um tom indefinível em sua voz. — Você gosta de ser mãe?
Nina não hesitou em responder.
— Claro que sim.
Houve um estranho silêncio.
Ela se perguntava se deveria ter sido tão honest . Nadia provavelmente responderia de maneira completamente diferente; talvez ele estivesse confuso com a súbita mudança de personalidade.
— Você não me parece ser do tipo maternal. —A voz estava repleta de escárnio.
— Então como lhe pareço, Marc? — Nina respondeu com voz sedutora, querendo consertar sua falha.
Sentado em seu escritório, Marc suspirou, ignorando a pergunta.
— Irei buscá-la amanhã às nove e meia.
— Você tem assento infantil no carro?
Marc franziu a testa. Não tinha pensado nestes detalhes.
— Mandarei instalarem um hoje.
— Não irei com você se seu carro não estiver adaptado para transportar uma criança. Não é seguro. Marc suspirou irritado.
— Mandarei instalar o assento, nem que seja a última coisa que eu faça, certo?
— Ótimo. Então posso confiar em você? Marc fechou os olhos e contou até dez.
— Marc?
Ele abriu os olhos ao ouvir seu nome. Nina tinha uma voz tão suave.
— Sim. — Ele limpou a garganta. — Pode confiar em mim.
— Então até amanhã.
— Sim. — Marc começou a se sentir sufocado com a gravata. — Até amanhã.
Quando a campainha soou às nove e meia no dia seguinte, Geórgia ainda chorava, o que fazia desde cinco da manhã.
Nina estava ficando desesperada. Acariciava de leve as costas de Geórgia ao atender à porta, o cabelo caído sobre os ombros e os olhos fundos por ter dormido pouco.
Quando viu a figura imponente de Marc Marcello parada ali, quis chorar feito a menininha em seu colo.
— Ela está doente? — Marc perguntou enquanto entrava.
Nina afastou o cabelo do rosto, sentindo-se angustiada.
— Não sei. Ela está assim desde quando acordou. Marc pegou a menina, colocando a palma da mão sobre a testa dela para ver a temperatura.
— Não está muito quente. Ela comeu? Nina meneou a cabeça.
— Já ofereci três ou quatro vezes, mas ela continua rejeitando.
— Talvez seja melhor levá-la ao médico — Marc sugeriu. — Quem costuma examiná-la?
Nina ficou muda. Não sabia onde Geórgia era levada para os check-ups mensais, considerando-se que Nadia fizesse tal coisa.
— Eu.
Marc a fitou de maneira acusadora.
— Você já a levou ao médico, não?
— Eu.
Ele bufou, furioso.
— É uma criança pequena — ralhou. — Precisa tomar vacinas e verificar o peso regularmente para garantir um crescimento adequado.
— Ela é muito saudável — Nina disse, afligindo-se quando Geórgia recomeçou a chorar.
Marc ergueu uma sobrancelha. Nina mordeu o lábio.
— Talvez sejam os dentinhos.
— Qual a idade dela? Quatro meses? Não é um pouco cedo?
— Não sei! Nunca. — Deteve-se antes de terminar a frase. Quase dissera não saber nada sobre bebês! O que Marc pensaria dela?
Ele afagava as costas de Geórgia. Depois de um tempo o choro se transformou num leve soluçar e, em seguida, os olhinhos dela já se fechavam.
Nina não deixou de admirar a habilidade de Marc. Estava há horas tentando acalmar o bebê sem qualquer sucesso. Parte dela se ressentia do fato. A outra parte o admirava secretamente.
— Vá se arrumar — Marc disse baixinho para não acordar a menina. — Ainda temos tempo, mas o trânsito a esta hora do dia é sempre uma incógnita.
Nina foi para o quarto e fechou a porta suavemente. Examinou o conteúdo de seu armário com desânimo. A maioria das roupas era conservadora ou ultrapassada. Seu trabalho como bibliotecária não exigia nada sofisticado, e como freqüentemente precisava quitar os débitos da irmã, não comprava nada novo para si mesma há muito tempo. Possuía muitos jeans, na maioria peças descartadas por Nadia, e uma coleção de blusas, também de Nadia, muito reveladoras.
No fim, optou por uma das roupas de Nadia. Fingia ser a irmã, então devia vestir-se como ela, mesmo que repugnada por exibir tanto de seu corpo, especialmente para alguém como Marc Marcello.
Tudo nele a perturbava. Seus modos tinham um ar masculinamente ameaçador. Embora soubesse que, no fundo, Marc era movido pelos mesmos motivos que ela, não podia deixar de ficar agitada em sua presença. Provavelmente por sua falta de experiência com homens; não sabia lidar com alguém tão forte, tão no controle, tão obstinado.
Suspirou enquanto alisava o vestido justo. Quem dera se passar pela irmã fosse tão fácil quanto vestir aquela roupa. Pegou um cardigã de caxemira, colocou-o casualmente sobre os ombros e voltou para onde Marc a esperava.
Ele estava de pé com Geórgia nos braços, as linhas sérias do rosto suavizadas enquanto olhava para a menina adormecida.
Nina respirou fundo ao ver a cena. Era óbvio que ele adorava a sobrinha e faria qualquer coisa para protegê-la, mesmo casar com uma mulher que odiava.
Seguiram até o escritório de Marc em silêncio, e Nina sentia-se imensamente agradecida por isso. Geórgia finalmente tomara uma mamadeira e caíra no sono logo depois de ser acomodada no assento infantil instalado no carro. Marc estava concentrado no trânsito intenso da manhã.
Nina observou as unhas roídas enquanto imaginava o que estava por vir. O que ele teria dito ao advogado sobre o casamento? Deveria fingir que eram como qualquer outro casal?
Cinco palavras, lembrou-se. Cinco palavras e tudo estaria terminado.
Assim que chegaram ao e ...

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