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... atraído pela personagem que ela interpretava, nem suspeitava que sua esposa era uma farsante que não tinha o direito de estar em sua vida, muito menos em sua cama.
Marc puxou as cobertas. Nina se ajeitou entre os lençóis macios, evitando olhar para ele ao se deitar de lado, praticamente na beirada do colchão. Depois sentiu o colchão afundar com o peso dele.
O silêncio parecia sufocá-la, tornando impossível relaxar o suficiente para que dormisse. Esticou as pernas para aliviar o desconforto, mas acabou esbarrando nas dele.
Marc ligou o abajur e aproximou-se dela, sorrindo.
— É sempre agitada assim na cama?
— Não estou acostumada a dormir com. —Nina interrompeu-se ao perceber o que dizia, o rosto corando.
O sorriso desapareceu do rosto de Marc.
— Está dizendo que sempre vai embora depois de se deitar com um homem? Vai direito ao ponto e adeus?
Marc queria controlar o ciúme que o assaltava sempre que pensava nela com seu irmão, e sabe Deus quantos homens mais, mas o ciúme o devorava mesmo assim.
Nina umedeceu os lábios, evitando-lhe os olhos.
— Não quero discutir com você. Estou cansada, e isso só vai piorar as coisas.
— Alguma vez passou uma noite inteira com meu irmão? Ou apenas fazia seu serviço e partia o mais rápido possível?
Nina sentiu a raiva crescendo ao ouvir aquela crueldade. Sim, a irmã era promíscua, mas não era uma prostituta. Ficava ressentida quando ele insinuava coisas assim.
— Que coisa mais desprezível de se dizer — ela retrucou.
— Alguma vez passou uma noite inteira com ele?
— Não é da sua conta. — Nina fechou os olhos e deu-lhe as costas.
Marc a puxou pelo ombro num movimento rápido, a expressão determinada.
— Ele alguma vez a pagou para ganhar sexo?
— O que você acha? — ela disse em tom de desafio. — É você que pensa que me conhece melhor que qualquer um. Você acha que eu faria algo assim?
Marc queria acreditar que ela seria incapaz de tal comportamento, mas as histórias de André a declaravam culpada. Além disso, a mesada tinha desaparecido da conta tão logo fora depositada.
Depois de um tenso momento, Marc a soltou. Desligou o abajur e deitou-se, desejando acordar na manhã seguinte e descobrir que a mulher que amava fosse alguém totalmente diferente daquela que destruíra a vida de André.
Durante a madrugada, Nina percebeu que braços fortes a envolviam, o calor de um corpo grande fazendo-a sentir-se segura como nunca antes.
Sentiu as pernas de Marc entrelaçadas às suas. Ele murmurou qualquer coisa enquanto dormia e a apertou mais, uma das mãos apertando seu seio.
Nina fechou os olhos e tentou voltar a dormir, mas era impossível ignorar a evidência da excitação dele às suas costas. Seu próprio corpo começou a reagir, uma sensação característica entre as coxas.
Respirou fundo quando ele começou a tocar seu pescoço, a boca atormentando ainda mais seus sentidos.
— Hmm. Você é deliciosa.
— S-sou? — Nina estremeceu ao sentir a língua dele em sua orelha.
— Mmm. — A boca procurou a dela. — Delicioso.
Ela fechou os olhos quando as bocas se encontraram. Este beijo era diferente dos outros, era lento e envolvente, sem sinal de urgência, embora não menos tentador.
O beijo se intensificou com a carícia das línguas, o movimento sensual disparando o desejo no corpo de Nina. Gemeu quando a mão de Marc buscou seu quadril, os dedos puxando-a para perto de sua ereção.
— Eu a quero tanto — ele murmurou contra a boca dela. — Acho que nunca desejei alguém tanto assim.
Nina respirou fundo quando ele ergueu a barra da camisola, o lento deslizar da mão por sua coxa lembrando-a da razão de estar ali na cama dele.
— Não posso. — Segurou a mão dele, um pedido de desculpas nos olhos. — Minha menstruação, lembra?
Marc a fitou por um bom tempo. Nina sentia-se afogar na profundeza daqueles olhos escuros.
— Não imaginei que ficasse envergonhada com essas coisas — disse enfim. — É muito antiquado ficar tão embaraçada por causa de algo tão natural.
— Eu sei. Sinto muito.
— Tem se desculpado muito ultimamente. — Ele sorriu ironicamente. — Ainda precisa se desculpar por mais alguma coisa?
Os olhos de Nina se desviaram dos dele, as bochechas ardendo.
— Não! Claro que não.
— Só estava perguntando. — Ele lhe afastou uma mecha de cabelo do rosto num toque gentil, atraindo o olhar de Nina para si, como pretendia. — Às vezes, Nina, acho que está escondendo algo de mim. Algo importante.
Percebeu que ela estava nervosa.
— O que eu poderia estar escondendo?
— Não sei. — Marc observava o combate de emoções no rosto dela. — Tenho tentado desvendar a verdadeira Nina, mas continuo perdido.
— É difícil agir normalmente quando estou perto de você — ela disse, distraidamente agarrando os lençóis.
— Por quê? Por causa do meu irmão?
Não, por causa da minha irmã, ela queria dizer.
— Você está sempre zangado comigo. Não estou acostumada a lidar com tantas emoções negativas.
Ouviu Marc suspirar.
— Tem razão. As mortes de André e de minha mãe me abalaram. Não tenho sido eu mesmo há muito tempo; às vezes me pergunto se um dia voltarei a ser. Mas fui sincero quando falei de uma trégua pelo bem de Geórgia.
Nina demonstrou sua simpatia.
— Eu compreendo.
Marc se deitou com um suspiro.
— Melhor dormir, Nina — disse de olhos fechados.
Nina o observou por certo tempo. As linhas sérias de seu rosto estavam relaxadas. Queria traçar com os dedos o contorno de suas sobrancelhas aristocráticas, a marca no nariz que parecia já ter sido quebrado. Queria pressionar os lábios nos dele, sentir como as bocas se uniriam.
— Marc? — Ela lhe sussurrou o nome.
— Mmm?
— Quero que saiba que o considero um pai maravilhoso para Geórgia.
Marc segurou a mão dela, apertando-a ligeiramente.
— Obrigado. Eu a amo como se fosse minha.
— Eu t. — Nina calou-se, o coração dand ...

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