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... mos — disse no tom confiante de Nadia, o sorriso sedutor escondendo o quanto seus dentes rangiam.
O pequeno sorriso que surgiu nos lábios dele era uma mistura de zombaria e desafio.
— Vá em frente, Srta. Selbourne. Faça-me perder. Antes que Nina pudesse pensar numa resposta,
Marc abriu a porta e saiu.
Ela ficou olhando para a porta, completamente em pânico, a cabeça doendo, as pernas tremendo ao pensar no que tinha feito.
Apoiou-se no braço do velho sofá, o cérebro tentando encontrar uma maneira de escapar daquela situação.
Se Nadia não reaparecesse, Nina teria de manter a farsa enquanto fosse necessário. Que escolha tinha? Geórgia precisava dela. Não podia desapontála.
Duas semanas.
Estremeceu ao pensar em Marc. Ele era a personificação da crueldade e do poder; estava acostumado a pagar para que os obstáculos fossem removidos de seu caminho.
Nina assustou-se quando o telefone tocou na mesinha ao lado. Esticou a mão e levou o fone ao ouvido.
— Nina? — A voz de Nadia ecoava. — Pensei em dar uma ligada. Ficarei em Cingapura por algumas horas enquanto o avião é reabastecido.
— Tem idéia do que fez? — Nina exclamou, agarrando o fone com as duas mãos.
— Sei que não me aprova por abandonar Geórgia. Mas, francamente, não me importa. Quero.
— Quer calar a boca e me ouvir? — Nina rebateu. — Como pôde fazer aquilo com sua própria filha? Além de abandoná-la, você a machucou!
O tom de Nadia ficou mais duro.
— Olha, ela não parava de chorar depois que você saiu. Isso me deixou louca!
Nina ficou enjoada por descobrir que aquela violência tinha acontecido debaixo de seu próprio teto.
— Ela é uma criança indefesa. Você já foi assim; não se lembra de como é ser tão vulnerável?
— Não me lembro de nada, então desista, viu? Nina suspirou frustrada. Sua irmã ficava desmemoriada quando lhe convinha. Não havia como mudar os hábitos de toda uma vida. Só lhe restava fazer o possível para impedir que os sofrimentos de sua infância se repetissem com Geórgia.
— Alguma notícia da família de André? — Nadia perguntou com a mesma casualidade com que perguntaria sobre o tempo.
— Ele veio aqui — Nina disse entre os dentes.
— Quem?
— Você sabe quem! — Nina quase gritava. — O próprio Marc Marcello.
— Imaginei que isso aconteceria.
— Como pode ser tão displicente? — Nina berrou. — Ele acha que eu sou você!
Nadia ria.
— Verdade? Que engraçado!
— Pois adivinhe. Eu não estou rindo! É melhor você voltar o quanto antes para resolver isso.
— Não vou voltar. Bryce está esperando por mim em Los Angeles. Por que não diz logo quem você é e acaba com o problema?
Nina bufou.
— Por que ele quer Geórgia, é por isso.
— Agora? — O tom meloso de Nadia irritava Nina. — Então a foto cumpriu seu papel.
— Do que está falando?
Nina ouviu o som das longas unhas postiças da irmã batendo contra alguma superfície, como se ela estivesse planejando algo.
— Ele terá que pagar, lógico, mas é o melhor lugar para ela. Imagine o quanto será rica quando crescer, toda uma família de banqueiros bilionários para a qual pedir alguns empréstimos.
— Não acredito na sua falta de sentimentos — Nina a reprovava. — Sabe o que ele pretende fazer?
— O quê? — Nadia soava desinteressada.
— Ele está me obrigando. obrigando você. a se casar com ele, o que terei de fazer porque você fugiu e ele não sabe, e estou atolada em mentiras, não sei se consigo levar a farsa adiante porque não sei como lidar com homens como Marc Marcello e ainda preciso trabalhar e arranjar uma creche e.
— Nossa! Devagar! Não entendi nada depois da parte do casamento. Como assim ele quer casar com você?
— Comigo não. com você! Ele acha que está me forçando a um casamento de conveniência.
— Conveniência?
— Ele quer adotar Geórgia e está disposto a casar comigo. com você. para conseguir.
— E você concordou? — Nadia parecia surpresa.
— Ele não me deixou muita escolha — Nina respondeu ressentida. — Ele ameaçou expô-la como mãe incompetente. A maneira como você machucou Geórgia já seria evidência suficiente. Foi pura sorte ele não ter notado.
— Quanto ele está te pagando?
Nina rangeu os dentes pela total falta de remorso da irmã. Como Nadia podia ficar mais preocupada com o dinheiro do que com a própria filha?
— Mesmo que eu passe fome, não aceitarei o dinheiro dele. Ele acha que pode me comprar, mas um playboy mimado.
— Diga que mudou de idéia — Nadia a interrompeu. — Diga que quer dez milhões.
— Dez milhões? — Nina gritou. — Eu não.
— Não seja idiota. Ele é bilionário, Nina. Pode pedir o valor que quiser. Ele pagará.
— De jeito nenhum. Está idéia de casamento já é bem ruim. — Suspirou antes de continuar: — Além disso, fico doente só de pensar no que ele fará quando descobrir que está lidando com a pessoa errada.
— Não conte nada.
— O quê? — Nina gritou. — Espera que eu continue com esta farsa?
— Você quer Geórgia, não quer? Esta é sua chance de ficar com ela. Na verdade, podemos agarrar algo grande se você usar as cartas certas.
Nina ignorou o tom ambicioso da irmã gêmea.
— O que quer dizer?
Nadia deu uma risadinha que a deixou inquieta.
— Está prestes a se casar com um bilionário. Terá muito dinheiro nas mãos, montes e montes de dinheiro. Andei verificando e descobri que Bryce não está no mesmo patamar de Marc. Mas podemos resolver isso assim que você se casar.
Nina livrou-se do nó na garganta.
— Nadia, não posso me casar com Marc Marcello! Seria ilegal!
— Quem vai saber? — Nadia respondeu animada. — Não contei a André que tinha uma irmã gêmea, então Marc dificilmente descobrirá. Só se você contar ou se ele nos vir juntas, o que será difícil já que estarei do outro lado do globo. Não, quanto mais penso, melhor me parece a idéia. Nós duas t ...

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