página 1

1.8K 66 3
                                    

Nina estava chocada com a irmã gêmea.
- Pretende mesmo levar isso adiante?
Por trás dos cílios cobertos por uma grossa camada de rimel preto, o olhar de Nadia era desafiador.
- Não posso cuidar de um bebê. Além disso, eu nunca a quis mesmo.
- Mas Geórgia é tão novinha! - Nina protestou. - Como pode abandoná-la?
- Esta é uma oportunidade única. Se eu não agarrá-la com as duas mãos, talvez nunca na vida tenha outra chance dessas.
- Mas ela só tem quatro meses! - Nina exclamou. - Deveria criá-la em memória a André.
- Não devo nada a ele! Esqueceu que André se recusou a reconhecer a filha? Nem quis fazer o teste de paternidade, sem dúvida porque não queria aborrecer a noivinha dele. - Nadia andava pela sala, zangada. - Eu deveria saber que não podia confiar nele. Os homens da família Marcello são famosos por levar uma vida de playboy; é só olhar o jornal de ontem para perceber.
Nina lembrava-se da foto de Marc Marcello, irmão mais velho de André, num dos cadernos de fim de semana que circulavam em Sidney. Era raro haver uma semana sem qualquer referência ao seu ritmo de vida bilionário. O bonito semblante moreno tinha sido a primeira coisa que notara ao abrir o jornal.
- E Marcello sabe que pretende entregar a sobrinha dele em adoção?
Nadia se virou para encarar a irmã.
- Eu escrevi para o pai dele na Itália semanas atrás, mas ele foi categórico quando recusou reconhecer Geórgia como neta. Então enviei uma foto dela. Ficará com a pulga atrás da orelha quando vi o quanto ela se parece com André. Tive que agir, já que minha vida está assim por culpa do filho dele.
- Mas.
Nadia lhe lançou um olhar irritado.
- Não quero mais nada com a família Marcello. Eu lhes dei a oportunidade de reclamarem Geórgia, mas a desperdiçaram. E é para dar prosseguimento ao plano B que estou de partida.
- De partida? - Nina a fitava consternada. - De partida para onde?
- Estados Unidos.
- E Geórgia? - ela perguntou, o coração aflito. - Não está mesmo pensando em. - Não conseguia nem enunciar o resto da frase.
Nadia deu de ombros.
- Pode cuidar dela por uns meses. É o que você tem feito na maior parte do tempo mesmo. Além disso, é óbvio que ela gosta mais de você do que de mim, então não vejo por que não deixá-la com você por enquanto. Pode cuidar dela até alguém adotá-la.
O estômago de Nina se revirou. Era duro pensar que a irmã tinha tão pouca estima pela menininha que estava dormindo no carrinho de bebê perto da janela. Como podia ser tão insensível a ponto de abandonar a própria filha?
- Olha. - Nina tentava trazer a irmã à razão - .sei que está perturbada; só faz alguns meses que André. se foi.
Nadia se voltou para ela com fúria.
- Por que o eufemismo? André não foi a lugar nenhum. ele morreu.
Nina engoliu em seco.
- Eu. eu sei.
- Estou feliz que tenha levado a noiva estúpida com ele - Nadia acrescentou com tom aborrecido.
- Não quis dizer isso, quis?
O semblante de Nadia se retorceu em amargura.
- Claro que sim. Odeio a família Marcello e qualquer um ligado a eles. - Jogou os cabelos lo ...

Romance Proibido Onde as histórias ganham vida. Descobre agora