Capítulo 76

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                  Pov's Liz Gray

- Então, Liz.- a Dra. Greene é a primeira a falar - Eu imagino que tenha algo importante para me dizer, para ter agendando uma consulta tão cedo.

- É, eu quero conversar sobre uma coisa. - respondi baixinho.

- Muito bem, sou toda ouvidos. Sobre o que quer falar?

- Não sei por onde começar.

- Comece pelo começo.

- O começo é a porr... Desculpe. - a Dra. apenas sorriu e assentiu - É essa ansiedade.

- Ok. Continue.

- Eu...Olha, eu não me importo com o fato de que isso me machuca, mas é diferente quando isso afeta outras pessoas. É muito pior.

- Você acha que isso afeta as pessoas ao seu redor?

- Eu tenho certeza disso.

- Certo, e de quem estamos falando agora?

- Bom, Harry, meu ex namorado. - ainda é difícil acreditar que uma problemática como eu tenha um ex namorado. - Mas eu sei que já magoei outras pessoas também.

A expressão da Dra.Greene muda ligeiramente.É estranho, mas as vezes tenho a sensação de que ela sabe exatamente o que vai ouvir e já está pensando na resposta perfeita.No entanto ela não disse nada, então eu continuei falando.

- Eu o magoei e por causa do meu problema. Eu sei que o magoei e não tem um dia que isso não me faça sentir mal, mas ultimamente eu... está sendo difícil lidar com isso.

- Difícil como?

Droga, eu odeio não conseguir me expressar com palavras.

- Insuportável. Quer dizer... - respiro fundo quando sinta minha garganta fechar - Eu o vi algumas vezes e ele parece tão... Tão quebrado, não sei, magoado.

Funguei o nariz e respirei fundo mais uma vez:

- Eu tenho tanto medo de que isso o tenha machucado mais do que eu imaginei.

- E porque não machucaria?

- Porque.... Bem, porque eu não acreditava que ele gostasse tanto assim de mim. Ainda não sei se acredito, as vezes a minha cabeça pode me pregar peças.

- Não é com pensamentos negativos que vamos resolver isso.

Fiquei em silêncio, esperando sua próxima fala, mas ela apenas ficou quieta, me encarando de um jeito que só a Dra.Greene conseguia.
Um contato visual firme, porém não intimidador, mas que ainda me deixa ligeiramente nervosa.

- E tem solução para isso? O que está feito, está feito.

- Me conte porque vocês se separaram.

- Eu disse que precisava de tempo para, sabe, me tratar.

- E ele aceitou bem isso ?

- Sim, quer dizer, ele entendeu.

- Ele te disse que entendia?

- Sim, muitas vezes.

- Então, porque você está se culpando?

Merda. Merda. Merda. Nem a droga de uma psicóloga consegue entender o que se passa comigo.

- Eu sinceramente não sei.- me encostei ao sofá, procurando uma posição mais confortável. - Simplesmente parece que eu fiz a escolha errada.

- O que você quer dizer com isso?

- Quero dizer, que já não tenho certeza se deveria ter feito o que fiz. - falei finalmente - Mandá-lo embora, fazer todo aquele drama. Talvez eu só tenha medo, como ele disse.

Prisoners - h.sWhere stories live. Discover now