Capítulo 31

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Nem sequer me importei com o frio, ou com a neve espessa ou com a chuva fininha que caía quando finalmente saímos da estação de ônibus em Oxford.

O vento batia com tanta força no meu rosto que a pele pinicava e o meu cabelo voava para todos os lados, mas eu estava feliz por finalmente sair daquele ônibus e da estação lotada. Por finalmente poder andar sem tropeçar em alguém e por finalmente me levantar do assento, a minha bunda já estava começando a ficar dormente e a minha paciência estava se esgotando mais á cada estação em que o ônibus parava.

E o mal humor do Harry não ajudava muito a melhorar o meu. Acabei descobrindo que ele não é tão paciente e também que, assim como eu, não é um grande fã de lugares lotados.

Depois de alguns minutos de conversa ele simplesmente fechou a cara e encarou a janela, mas assim que saímos do ônibus ele voltou a segurar timidamente a minha mão e me guiar pela estação.

Lá fora, o carro preto de Phillipe nos esperava, estacionado o mais próximo possível da entrada da estação, para nosso auxílio.

Enquanto andávamos em direção ao carro, tentei ignorar os olhares curiosos que as pessoas do lado de fora da estação lançavam ao meu cabelo, ele estava bem pior do que quando saímos de casa.
Os fios castanhos e volumosos pareciam-se muito com uma juba enfeitada com floquinhos de neve e gotículas de chuva.

Alice destrancou a porta do carro para nós sem se dar o trabalho de sair do mesmo. Papai se sentou no banco do passageiro e fechou a porta com força enquanto tiritava de frio.Em seguida mamãe entrou no banco de trás com uma mala nos braços e Beatrice na cola, e Harry fez sinal para que eu entrasse antes dele.

O carro tinha três lugares espaçosos, mas ficou terrivelmente apertado quando nós quatro nos acomodamos e Harry fechou a porta ao sentar-se.

Beatrice estava espremida entre a minha mãe e eu, enquanto o ombro do Harry me cutucava, no entanto eu reconheci seu esforço de tentar me dar algum espaço.
O rapaz estava quase colado a porta do carro!

O fato era que estava terrivelmente desconfortável ali e todos tínhamos malas ou mochilas no colo.

- Deixem as malas aí atrás. - disse Alice olhando para nós do banco da frente - Desculpem... é muito bom ver vocês! - ela lançou um sorriso de dentes tortos e em seguida ligou o carro.

- É bom ver você também, querida. - respondeu mamãe - Como vão as coisas? Por que Phillipe não veio? Você não deveria dirigir na neve, é perigoso.

- Ah, eu sei dirigir muito bem, mãe! Mas respondendo a sua pergunta, sim, está tudo bem. E Phillipe está em casa com os meninos - explicou - E como estão as coisas com vocês, família? - Ela perguntou ainda sorridente, enquanto dava ré e acelerava o carro pela rua.

- Tudo indo muito bem. - minha mãe respondeu.

- Isso é ótimo. Tudo bem pai?

- Claro, Alice. - meu pai disse, em um tom surpreendentemente amigável - Não precisava se incomodar em vir nos buscar, eu poderia pagar um táxi, sabe...

- Eu sei que poderia. Como vocês estão meninas, tudo bem?

- Sim! - guinchou Beatrice que parecia ansiosa para finalmente falar. - Estou morrendo de saudades dos meninos!

- O Ez também está com saudades de vocês. Não para de falar nisso. - Alice estava com os olhos pregados na estrada molhada com gelo derretido, mas ainda parecia muito excitada com a perspectiva de ter a família toda junta. - Lizzie?

- Hm... tudo ótimo - tentei encontrar algo que ainda não tivessem dito, mas não consegui pensar em nada - É.

- E você, Harry? Tudo bem?

Prisoners - h.sWhere stories live. Discover now