Capítulo 57

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O principal objetivo da minha semana foi me esconder de Daisy. O que acabou sendo uma tarefa mais difícil do que eu imaginei que fosse ser.

Ela parecia estar em todos os lugares. Ou talvez ela sempre estivesse nesses lugares e eu não tivesse percebido porque não fazia diferença, mas ela estava em todos os lugares. Ela sorria e acenava, o que definitivamente não acontecia todos os dias.

Talvez eu só estivesse sendo paranóica como sempre, mas eu sentia que algo estava acontecendo nas minhas costas, e isso me deixou ansiosa por dias.

Daisy e Harry foram o tema principal de todos os meus pensamentos antes de dormir. A cena da moto me atormentou por várias noites seguidas, e só piorou quando comecei a pensar neles como um casal;
Fazendo as coisas que Harry e eu costumávamos fazer, mas com um toque de normalidade que a nossa relação nunca teve. Pensei que com Daisy ele poderia ultrapassar limites que nunca pôde ultrapassar comigo e que com ela, ele não precisava se preocupar com muita coisa.

E o pior pensamento que tive foi que, de alguma forma, eles pareciam certos juntos. Harry merece alguém normal. Eu sempre desejei isso á ele.

Pensamentos como esse me transportavam diretamente á um lugar escuro. Para baixo e para baixo. Sem volta.
E por mais que eu tente, é meio difícil evitá-los.

Percebi que mesmo que eu esteja ocupada, muito ocupada, há sempre uma parte de mim que está pensando nos meus problemas. Torcendo para que eles se resolvam, procurando por um solução, ou apenas me atormentando com eles.

O fim de semana demorou mais do que o normal para chegar, e quando chegou eu não consegui decidir se estava feliz por ficar longe de Daisy ou triste por ter mais tempo para pensar e refletir.

Por alguma razão, acordei cedo na manhã de sábado. A bola na minha barriga e o meu cérebro trabalhando o tempo todo, me puseram num tipo de hiperatividade de pensamento, e não consigo me lembrar da última boa noite de sono que tive. Sem interrupções, sem acordar com dores de cabeça.

Consequente troquei a minha caneca de café matinal por um comprimido Advil.

Passei o resto do dia trancada no quarto, lendo e escrevendo, só desci para comer alguma coisinha.
E quando o sábado já estava quase chegando ao fim, e eu não esperava que mais nada acontecesse, a campainha tocou.

Ouvi alguém abrir a porta no andar de baixo e em seguida a minha mãe me chamou.
Eu congelei por um segundo, e minha cabeça já tinha pensando em mil e uma possibilidades. Nenhuma delas boa.

Olhei pela janela. Lá fora o céu estava alaranjado com os últimos raios de sol, mas algumas nuvens cinza insistiam em continuar ali, por dias e dias seguidos.
Quem poderia estar me procurando á essa hora? Ao pôr do sol.

Arrumei alguns fios soltos do meu coque e me olhei no espelho só para ter certeza. Depois desci.

Lá embaixo estava a pessoa que eu menos queria ver no momento. E devo dizer que não me surpreendi de vê-la ali.

Daisy estava sentada no sofá e conversava com mamãe. Coisas formais como: "como está tudo?" ou "como vai a sua família?". Minha mãe nunca gostou muito de Daisy. Nunca entendi porquê.
No fim das contas, Daisy não é exatamente uma má influêcia.

- Oi Liz! - Daisy disse assim que me viu.

Respirei fundo:

- Oi Daisy. - forcei um sorrisinho - O que você tá fazendo aqui?

- Elizabeth! - minha mãe repreendeu.

- Desculpa. - forcei outro sorriso - Só estou surpresa.

- Ah, tudo bem. - ela sorriu, mostrando todos os dentes - Eu vim te convidar para sairmos...

Prisoners - h.sWhere stories live. Discover now