Capítulo 46

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Meu dia perfeito, como Harry insiste em chamar, foi realmente perfeito.

Apenas andamos pela parte mais turística de Londres e tiramos algumas fotos, mas para mim a sensação de bem estar era melhor do que qualquer coisa.

De acordo com o plano de Harry, ás 11:00Am nós saímos de casa e pegamos o ônibus vermelho no ponto mais próximo.

Eu estava vestida de acordo com o que o clima ligeiramente úmido de fevereiro pedia. Com calças jeans apertadas, sweat verde, uma jaqueta jeans, botas de cano curto e apenas por precaução coloquei um gorro por cima do meu cabelo rebelde. Enquanto Harry vestia seus habituais jeans pretos e uma blusa de mangas longas.

A viagem de ônibus até aquela parte de Londres foi de uma hora e meia. Paramos num ponto em frente á um café, de onde já dava para ver o Big Ben.

Andamos uma boa distância, enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias. Por exemplo, como o clima de Londres era terrível para esse tipo de caminhada ou discutíamos sobre livros que se passaram em Londres.

Quando chegamos a Ponte Westminster me debrucei sobre a pedra para olhar o rio Tâmisa correndo vagarosamente abaixo de nós.

Eu já tinha visitado todos esses lugares antes. Quando era criança eu od visitava com a minha família. Até hoje devo ter algumas fotos em algum album, tiradas por uma câmera Kodak velha.

Mas não me lembrava como era a sensação de tocar nessas construções antigas. Agora a sensação é bem diferente porque tenho uma noção do quanto esses lugares guardam lembranças. Quando tinha sete anos gostava de pensar que tudo isso era apenas parte de um castelo de pedras de princesa.

Peguei o celular e tirei um foto do Tâmisa, depois uma da Catedral de São Paulo e das outras construções ao redor.

- Quer que eu tire uma foto de você? - Harry perguntou.

- Não, obrigada.

- Por quê não?

- Não gosto de tirar fotos.

- Só uma. Precisamos estreiar seu celular com una foto sua

Harry pegou o IPhone da minha mão e posicionou na sua.

- Faz uma posse.

Olhei ao meu redor e não havia tantos turistas como era de se esperarm
Havia apenas uma senhora que apontava o rio para um garoto e um casal de jovens na ponte, mas eu sentia uma vergonha aguda de sorrir para a câmera ou fazer posse. Sabia que não estava apenas com Harry ali, mas as vezes era como se o mundo girasse ao nosso redor. Sensação até então desconhecida por mim.

- Liz.

- Não quero tirar foto.

- Apenas sorria.

- Táá... - revirei os olhos para ele.

Me encostei á pedra e forcei um sorriso. O flash brilhou na minha cara e Harry abaixou o celular.

- Ficou boa.

- Sua vez.

- Sério? Ta bom.

Harry se posicionou no meu lugar e abriu um sorriso enorme e infantil. Eu sorri e bati uma foto. Em seguida ele ergueu as mãos como se estivesse segurando o Big Ben na palma das mãos.

Ergui os olhos para ele.

- Não é o contrário?

- O mundo está nas nossa mãos, Gray. - ele disse e sorriu.

Atravessamos a ponte, andamos um pouco de um lado, onde as construções eram muiti antigas e quase todas feitas de pedra, e depois para o outro que era mais contemporânea.
Entramos em uma cabine telefônica como dois idiotas, apenas para ficar lá dentro. Harry quis tirar uma foto ao lado dela, se era para ser um turista tínhamos que fazer direito.

Perto das três horas minha mãe ligou. Tive medo de contar á ela onde estávamos, mas tive que contar pois um idiota qualquer buzinou bem na hora que eu ia começar a dar uma desculpa.

Disse que estava com Harry tirando algumas fotos, ela me deu uma bronca por não ter avisado e por ter deixado a casa sozinha, mas acabou por aceitar.
Acho que ela está começando a aceitar tudo isso.

Perguntei como ela estava, ou melhor como estava o seu olho, e ela disse que não estava tão ruim e a maquiagem conseguiu esconder. Eu não acreditei muito.
Não falamos do meu pai, eu não queria nem saber dele.

Ela disse que estava na loja da Sra.Carter e que não era para eu voltar muito tarde e com um nó estranho na garganta eu finalizei a chamada.

Tinha esquecido da briga por alguns momentos.
Bem, talvez "esquecer" seja uma palavra forte, mas o assunto tinha ficado em segundo plano enquanto eu bancava a fotógrafa de Harry.

Atravessamos a ponte e voltamos á rua dos cafés charmosos. Tudo ali parecia um pouco rústico, e talvez caro por ser o que está mais perto das grandes construções de Londres.

Baseamos nossa escolha de restaurante nos preços das vitrines, se tinha comida de cinco libras podíamos entrar.

Entramos em um café que vendia fatias de torta muito baratas.
Não foi díficil encontrar uma mesa vazia, eu escolhi uma ao fundo.

Uma garota loira veio pegar nosso pedido e depois voltou com dois pedaços de torta de maçã e dois cafés expresso.

- Então, vamos embora quando sairmos daqui? - perguntei á Harry, depois de queimar a língua com café.

- Estava pensando em ficar mais um pouco.

- Não posso voltar muito tarde.

- Eu sei e você não vai.

*

Prisoners - h.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora