- Não está casado com ela, nem morando junto. Qual o problema?
Mas havia um impedimento, pensou Alfonso. O fato de ter ficado fora de circulação por alguns anos não o deixara ignorante sobre certas coisas. Além do mais, não tinha a menor intenção de sair com Sol ou com qualquer outra mulher. Mas sabia que Christian não ficaria contente por ouvir isso. Respirou fundo, e explicou:
- A questão é que não estou no grupo dos disponíveis para sair a toda hora.
- Está tendo um relacionamento com a bailarina.
- Não... quero dizer... apenas saímos...
Foi então que, pouco à vontade, olhou para a porta e viu Anny ali parada.
- Olá!
- Desculpe interromper - disse ela com voz gelada. Percebendo o clima tenso, Christian tratou de lançar seu mais belo sorriso e preparou-se para sair de cena, deixando o amigo com a bomba na mão.
- Como vai, Anny? Que bom revê-la! Nossa! Veja que horas são! Preciso correr. Voltaremos a conversar, Alfonso. Até logo!
Saiu com a velocidade de um raio, e Alfonso pegou a furadeira sem saber o que fazer com ela, resmungando:
- Era Christian.
- Sei disso - replicou Anny com frieza.
- Vou colocar seus armários hoje. Acho que fez a escolha certa. A cerejeira natural é linda. Até o final do dia estará tudo pronto.
- Que maravilha!
Anny sentia a raiva sufocá-la, crescendo em ondas no seu íntimo como um vespeiro prestes a explodir. Tinha vontade de esbofetear Alfonso.
- Então, pelo que ouvi, não estamos namorando, apenas... o quê? - Entrou no aposento e parou. - Apenas dormindo juntos? Ou tem outra explicação?
- Christian me deixou constrangido.
- Sério? E foi por isso que disse a ele que nós dois estamos "apenas" saindo? Nunca pensei que definir o nosso relacionamento fosse um dilema tão grande para você ou que se sentisse tão envergonhado de falar a respeito com um amigo.
Alfonso fez um gesto impaciente.
- Se pretendia ouvir atrás das portas, deveria ter prestado atenção na conversa inteira. Christian queria que eu convidasse a irmã dele para sair, e eu estava tentando explicar que não era uma boa idéia.
- Percebo. - Anny tinha vontade de pegar o martelo e arremessá-lo na cabeça de Alfonso. - Em primeiro lugar, não estava ouvindo atrás da porta. Esta é a minha casa e tenho o direito de entrar aqui à hora que quiser. Segundo, por que não disse logo "não", sem tantas hesitações?
- Porque não estava prestando atenção...
- Então deixe-me dizer uma coisa, Herrera. - Enfatizou as palavras seguintes, batendo com o dedo no peito: - Não durmo por aí com qualquer um.
- E quem disse o contrário?
- Quando estou com um homem é apenas com ele. Ponto final. E se ele não está disposto a fazer o mesmo comigo, espero que seja honesto o suficiente para dizer.
- Eu não...
- E também não sou apenas uma desculpa que traz no bolso, pronta para ser usada, quando não quer fazer um favor a um amigo. Portanto, nunca tente me usar, dando explicações esfarrapadas sobre nosso relacionamento. Entretanto, como parece que não existe nada de concreto entre nós dois, está livre para sair com a irmã de Christian ou com qualquer outra.
- Ora, Anny! Resolva-se! Vai ficar brava porque usei-a como desculpa ou porque não aceitei sair com Sol?
Anny cerrou os punhos, mas contou até dez. Caso batesse nele, raciocinou, perderia a dignidade.
- Idiota! - gritou, disse mais alguma coisa em ucraniano e saiu.
- Mulheres! - exclamou Alfonso, ficando feliz por poder chutar a caixa de ferramentas e espalhar chaves de parafuso e alicates por todos os lados.
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I really like you
FanfictionEla faria com que tudo fosse perfeito. Cada centímetro, cada recanto, cada detalhe seria elaborado do modo como desejava e visualizava, até que seu sonho se tornasse realidade. Afinal, contentar-se com menos do que a perfeição era perda de tempo. E...