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As paredes do quarto de Alfonso estavam inacabadas. Um fio elétrico pendia de um lado ao outro, e não havia cortinas na janela. Ele retirara as portas do armário e levara-as para a marcenaria, para consertar.

O assoalho era de carvalho, muito bonito, mas com o verniz já gasto. Fazia tempo que Alfonso pretendia reformá-lo.

A cama fora comprada em um impulso. A cabeceira de ferro batido o encantara, mas ainda precisava comprar lençóis, e, no momento, apenas um velho cobertor a forrava.
Não era um ambiente apropriado para Anny, pensou. Tentou vê-lo sob o ponto de vista dela, e murmurou:

- Sei que não é muito agradável...

- É só outra reforma que vai fazer. - Anny olhou em volta, tentando acalmar-se. - É lindo. - Deslizou os dedos pela moldura de madeira da janela, que ele lixara. - Tem potencial, e sabe que entendo dessas coisas. - Voltou-se para encará-lo.

- Pretendo terminar o quarto de Arthur primeiro. Depois cuidarei da sala de estar. Só uso este quarto para dormir - disse Alfonso, abrangendo o aposento com os braços estendidos, como se pedisse desculpas. - Até agora...

Ao ouvir as últimas palavras, Anny sentiu um frêmito percorrer-lhe o corpo. Era a primeira mulher que ele levava a seu quarto. Caminhou até ele, sentindo o sangue latejar nos pulsos.

- Vai ficar maravilhoso. Pretende usar a lareira aqui?

- Já uso. É uma boa fonte de calor. Pensei em colocar calefação...

O que estava dizendo? Falando de coisas triviais quando tinha uma bela mulher à sua frente, pensou.

- Calefação não será tão charmoso quanto a lareira - disse Anny, começando a desabotoar-lhe a camisa.

- Não. Quer que acenda o fogo?

- Mais tarde. Sim, depois será agradável. Mas neste momento, acho que poderemos desencadear uma onda de calor como jamais se viu.

Alfonso sentiu uma intensa excitação e segurou-lhe os pulsos.

- Anny, se minha atuação não for perfeita... - Apontou para o curativo na mão.

Estava nervoso também, observou Anny consigo mesma. Bom. Assim ficavam empatados.

- Aposto que um homem que trabalha tão bem com as mãos consegue abaixar um zíper, mesmo machucado. - Virou-se de costas para ele, e ergueu os cabelos. - Quer experimentar?

- Sim. Por que não?

Alfonso baixou lentamente o zíper do vestido, expondo a pele dourada, centímetro por centímetro. A curva do pescoço e os ombros macios o encantaram. Beijou-a naquele ponto. Quando sentiu que Anny estremecia, continuou a beijá-las nas costas, seguindo a espinha dorsal.


















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