novembro.
— Puta merda! Este lugar é animal.
Fico cheio de orgulho com a exclamação de Ronaldo. Foram semanas de trabalho duro para chegar aqui, mas meus esforços extenuantes parecem valer ainda mais a pena quando testemunho a reação dos meus amigos.
E estou honrado que todos tenham vindo. Basilio e Flora pegaram um trem de Nova York, e o treinador Jensen até cancelou o treino de hoje, então todos os meus antigos colegas de time da Briar puderam vir à inauguração.
Mas as convidadas mais importantes são as minhas duas meninas. Dandara está pendurada num canguru no meu peito, usando um macacão cor-de-rosa feito sob medida que diz “Clube Gente Fina” em letras douradas brilhantes.
Beatriz está ao meu lado, não tão arrumada quanto a filha, de calça jeans desbotada e um suéter verde apertado. Seus peitos cheios estão quase pulando do decote profundo em V, e toda vez que olho na direção dela meu pau vira uma pedra. Quase queria que ela ainda estivesse reclamando de estar carregando o peso do bebê e se recusando a me deixar tocá-la, porque, embora ela não tenha voltado ao corpo de antes da gravidez, vivo o tempo inteiro com tesão.
— Vou ao banheiro — diz Ronaldo. — Já volto.
Enquanto ele desaparece na multidão, Ulisses examina o local lotado.
— A obra ficou tão boa que nem dá para acreditar — admira-se.
Olho ao redor, tentando ver o lugar por seus olhos. Depois que restaurei por completo os painéis de madeira e as vigas expostas, fui atrás de objetos de decoração esportivos para pendurar nas paredes novas. Tecnicamente, não é um clube de esportes, mas sou um jogador de hóquei. Não posso não ter fotos de atletas no meu clube.
E ajuda ter amigos importantes. Ulisses conseguiu camisas assinadas de vários dos seus novos colegas — muitos dos quais estão aqui hoje. Uma das mulheres na mesa de sinuca não perdeu tempo em divulgar isso nas redes sociais, e, uma hora depois de abrir minhas portas, tinha gente fazendo fila para entrar, na esperança de conseguir um autógrafo ou conversar com os jogadores profissionais.
As fãs, no entanto, têm sido surpreendentemente discretas, deixando os colegas de Ulisses beberem em paz, sem incomodar muito. Fico feliz, porque o clima que quero criar é de “clube da vizinhança”. Um lugar a que as pessoas podem ir depois do trabalho (ou do treino) e relaxar. Um lugar que não seja muito barulhento nem muito agitado.
Até agora, é exatamente o que eu queria que fosse.
— Obrigado pela ajuda — digo a Ulisses, que dá de ombros, como se eu não tivesse o que agradecer. Mas tenho. Ele abriu mão de muitos dias de folga para vir aqui e me ajudar a arrancar piso e quebrar o banheiro. — Você também — digo a Fitzy, que dirigiu até Boston todos os fins de semana desde que comprei o bar, dormindo no quarto de Dandara e acordando de madrugada para me ajudar.
Contratei umas pessoas para os trabalhos que meus amigos e eu não podíamos fazer sozinhos. Também contratei funcionários para o bar, já que não tenho interesse nenhum em servir, a menos que seja necessário; minha área é mais a gerência. Samira e Zeke, as duas pessoas no balcão esta noite, são impressionantes. Já brigam como um casal de velhos, e é a primeira noite dos dois aqui.
— Foi divertido — murmura Fitzy, antes de tomar um gole de cerveja.
— Cara — diz Basilio, batendo no ombro de Fitz. — Jogaço na semana passada, hein? Vocês acabaram com Yale.
Fitzy franze a testa.
— Você viu em Nova York? Não sabia que ia passar na televisão.
— Não… Alguém tava postando no Twitter. Fiquei acompanhando.
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A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
