͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏12. beatriz ⋆✴︎˚。⋆

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Já estou atrasada para encontrar as meninas, mas assim que saio da aula de revisão no final da tarde percebo que estou prestes a me atrasar ainda mais.

Beau Maxwell está com uns amigos no pé da escada, cercado por meia dúzia de tietes. Pelo que consigo ver da cena, é óbvio que os meninos estão gostando da atenção. Embora a Briar seja basicamente uma faculdade do hóquei, os jogadores de futebol americano também recebem bastante atenção.

— Beatriz!

Ao me ver nos degraus, Beau se separa do grupo. Seus olhos azuis brilham, o que faz várias meninas à sua volta fecharem a cara. Obviamente não gostam de me ver roubar o seu quarterback/ peguete potencial desta noite, mas não estou nem aí. Faz semanas que não falo com Beau e estou muito feliz em vê-lo.

Nós nos encontramos no meio da escada num abraço. Seus braços fortes e musculosos me envolvem, me levantando do chão. Rio, ignorando o olhar mortífero das meninas.

— Oi — digo, quando ele me põe de volta. — Tudo bem?

— Mais ou menos, pra falar verdade. Bem mais ou menos. Minha cama tá fria e solitária sem você.

Sei que é brincadeira, por causa do beicinho exagerado. E nem a cara de bobo o deixa menos bonito. Com o cabelo escuro e as feições esculpidas, Beau é sexy pra caramba. Nos conhecemos numa festa, na primavera passada, e ele me conquistou em poucos segundos com aquelas covinhas e o charme despreocupado. Acho que fomos pra cama uns dez minutos depois, e ele é um dos poucos caras com quem me permiti sair mais de uma vez.

Só que, agora que estamos cara a cara, não estou sentindo mais nada. Nenhum arrepio. Nenhuma chama. Nenhum quero provar isso de novo. Por mais lindo que Beau seja, não é para ele que quero tirar a roupa ultimamente.

Essa honra é de Roberto Sobral. Também conhecido como o loiro mais gentil, mais gostoso, mais paciente do mundo. E também conhecido como o cara que me convidou para sair por mensagem hoje de manhã, e que ainda não respondi.

— Sério, gata, o que fiz pra merecer isso? — Ele aperta o coração como se sentisse dor, e as meninas emburradas e furiosas ficam ainda mais emburradas e furiosas.

— Aham. Certeza que a sua cama continua vazia desde que fui embora. Aposto que você tá vivendo uma vida infeliz de monge.

— Não é bem assim. — Ele pisca. — Mas você podia pelo menos tentar agir como se sentisse saudade de pegar tudo isto aqui… — Ele aponta para si mesmo da cabeça aos pés.

E, sim, “tudo isto aqui” é muito atraente. Estou falando de um peitoral grande, braços fortes, pernas compridas e músculos de sobra.

Mas Beto também tem tudo isso.

— Quer dizer que o seu ego continua grande — comento, brincando.

Beau assente, animado.

— Pois é. Não tão grande quanto o meu pau, claro…

— Claro.

— Mas não tenho do que reclamar.

— Tirando o seu pau e o ego grandes, como vai a vida? E Joanna, como está? — Conheci a irmã mais velha de Beau, Joanna, numa das festas dele, e assistir aos dois implicando um com o outro foi muito divertido.

— Tá ótima. Continua naquele musical da Broadway e arrasando. — Ele suspira. — Ela pergunta de você o tempo todo.

— Ah, é?

— Pergunta. Me acha um idiota por não te fazer minha namorada.

— Me fazer? — repito, secamente.

A Conquista | BETRIZ Where stories live. Discover now